Construído no início do século XX, o edifício da antiga “Empreza Luz e Força de São José dos Campos”, é um dos principais marcos históricos do Distrito de Eugênio de Melo, região que originalmente era conhecido por Capão Grosso.
A Empresa teve sua fundação entre 1923 e 1928 e tinha como acionista majoritário o Sr. Alberto de Rodrigues Alves.
Este edifício, juntamente com o da Estação Ferroviária local que foi inaugurada em 28 de agosto de 1877 pelo engenheiro Eugênio Adriano da Cunha e Melo, exerceram grande influência no desenvolvimento do Distrito. Inclusive em homenagem ao engenheiro a localidade e a estação receberam seu nome.
Com a finalidade do edifício sediar uma Escola de 1ª. a 4ª. séries em 08/08/1932 a antiga “The São Paulo Tramway, Light and Power” e a Prefeitura Municipal de São José dos Campos firmaram um contrato de arrendamento do edifício que inicialmente valeria por dois anos, porém, o mesmo foi sendo renovado.
Mais tarde, no ano de 1952, com a criação na região do novo Grupo escolar “Pedro Poppini Mascarenhas”, a escola foi desativada e o local serviu de posto médico. Posteriormente a Prefeitura cedeu seu uso à entidade “Eugênio de Melo Futebol Clube”, com a finalidade de ser a sede social da entidade.
Além de sede social o edifício também foi usado para realização de festas e bailes da comunidade.
Em 1994 a pedido da população, o edifício que então já pertencia à empresa Eletropaulo, foi preservado pela Lei Municipal n°4593/94, como Elemento de Preservação Nível 2 (EP-2).
Após a preservação legal do imóvel, a prefeitura passou a negociar com a Eletropaulo a realização de um comodato para que a Fundação Cultural Cassiano Ricardo pudesse utilizá-lo. Também foi proposta a compra do imóvel que segundo a empresa só poderia acontecer através de processo licitatório.
Em 1996 é aprovado um decreto pela Prefeitura Municipal para desapropriação do imóvel considerando-o de utilidade pública. Por questões burocráticas ainda não se resolveu a questão do uso do edifício e atualmente (2005) a Eletropaulo continua como proprietária, respeitando o contrato de comodato de 1932.
A exemplo das edificações industriais a estação da “Empreza Luz e Força” é caracterizada pelo emprego do tijolo sem revestimento, ficando exposta a alvenaria. Expressando o desprendimento estético das construções destinadas às atividades produtivas.
Sua planta retangular tem a fachada principal na menor extremidade, alinhada sem recuo no limite do lote. O acesso principal é pela porta que fica na fachada lateral.
As fachadas apresentam diferentes elementos de composição. A fachada principal recebeu a pouca ornamentação que dispõe. No caso, uma moldura formada por um barrado, falsos pilares e uma viga que os encabeça, local onde ainda se ostenta o nome da “Empreza Luz e Força São José dos Campos”. Dois falsos pilares dividem a fachada em três seções, onde se encontram janelas em arco pleno de ferro e vidro.
Já na fachada lateral, onde está a porta de acesso, existem três janelas. Uma em arco pleno de ferro e vidro e duas de forma retangular e de madeira. A porta também de madeira em duas folhas, possui bandeira de vidro, contribuindo para a iluminação interna.
A outra fachada lateral é composta por duas janelas em arco pleno (ferro e vidro) e duas retangulares de madeiras (duas folhas, de abrir).
Percebe-se com o uso de dois tipos de esquadrias, a intenção de sublinhar a fachada principal e a parte mais próxima ao passeio, distinguindo-se externamente dois tipos de uso: recepção e atendimento ao público, espaço merecedor da atenção ornamental, e o restante da edificação, destinado a acomodar equipamentos e atividades específicas.
Sua cobertura em quatro águas utilizando telha francesa, revela a introdução de uma novo material naquele momento, início do século XX, onde ainda prevaleciam na paisagem urbana regional as construções de taipa cobertas com telhas capa e canal.
Sede de distintos estabelecimentos (estação de energia, escola, sede social), sua fachada lateral foi sendo descaracterizada através de inúmeras intervenções, além de ter suas paredes internas demolidas. Nos fundos foi construído um anexo, desconfigurando sua forma original.
Localização por foto aérea
Desenho detalhando a Empreza de Luz e Força
Vídeo
Abaixo um carrossel com 19 fotos da Empreza de Luz e Força
(passe as imagens para as laterais esquerda ou direita)
Endereço: Rua SP 072 n°77, Distrito de Eugênio de Melo
Hoje funciona a Biblioteca Helena Molina no local.
Denominação: “Empreza Luz e Força de São José dos Campos”.
Uso Original: Estação de força e luz.
Uso em 2005: Desativada.
Localização: Rua SP 072, n°77, Distrito de Eugênio de Melo.
Área Construída: 141,06 m2.
Construção: Primeira metade do século XX.
Autor do Projeto: Desconhecido.
Construtor: Desconhecido.
Preservação: Instrumento Legal conforme Legislação Municipal de Patrimônio: Lei n°4.593/94, de 30 de junho de 1994.
Categoria de Preservação conforme Legislação Municipal de Patrimônio: EP-2.
Restauro: Não houve. (até 2005)
Texto, fotos e computação gráfica realizados pelo arquiteto e professor Fabio de Almeida para o projeto “Patrimônio Arquitetônico de São José dos Campos” por meio da Lei Complementar 094/93 de 13/12/93, do Município de São José dos Campos-SP, no ano de 2005.
Copyright © Fábio de Almeida
Fotos e textos complementares reunidos por Wagner Ribeiro.
Traga sua história para ser contada!
Digitalização de fotos, vídeos, áudio, documentos, recortes de jornais, gravação de depoimentos, cartas, etc.
Mídias Sociais: sjcantigamente
WhatsApp: (12) 99222-2255
e-mail: sjcantigamente@gmail.com