1957 foi um ano especial para a Cooperativa de Laticínios, atual Cooper.
Resolvido o problema do Leite pela Cooperativa de Laticínios
Um problema que de há muito tempo vinha requerendo uma providência à altura da sua finalidade, é o que se refere ao leite que até então vinha, sendo distribuído à população, por elementos sem escrúpulos e gananciosos, que adulteravam o produto para conseguirem maior renda, não cogitando da qualidade. Vezes houve, que alertadas pela imprensa que denunciou fatos graves, as autoridades sanitárias adotarem medidas drásticas contra os envenenadores do povo, conseguindo apreciável melhoria do produto entregue consumo público.
Mas, essas providências tiveram curto aproveitamento, mesmo porque a ação do Serviço Sanitário foi anulada por elementos politiqueiros, pelo que tudo voltou ao ponto de partida com a adulteração do leite, que sempre foi transportado em recipientes sujos e carroças que mais se assemelham às coletoras de lixo, inclusive carros abertos com o transporte de latões e enchimento do vasilhame nas vias públicas sob ondas de pó.
Tudo isso vinha acontecendo até esta data e as providências para a melhoria do serviço entrega e do produto sempre resultaram no mais completo fracasso, porquanto não dispúnhamos de estabelecimento especializado e dotado de todos os requisitos de higiene.
Hoje, felizmente, graças ingentes esforços da Cooperativa de Laticínios, por seus diretores srs. Jorge Vieira da Silva e Dr. Donato Mascarenhas Filho, São José dos Campos possui uma usina de pasteurização dotada dos mais modernos maquinários para a purificação do leite, coleta e distribuição, inclusive vasilhame com fecho inviolável, garantia segura da boa qualidade nutritiva e higiênica e que impede a adulteração do produto por esses desalmados que enriqueceram envenenando crianças e adultos, porquanto o seu lema era produzir e amealhar o mais possível o numerário estorquido do pobre consumidor que não tinha outra alternativa, senão a de se submeter a essa lamentável contingência,
Hoje, entretanto, com o novo aparelhamento da nova usina da Cooperativa de. Laticínios, a nossa população está ao abrigo dos perigos até então existentes. Está a Cooperativa distribuindo em vasilhames modernos e invioláveis um produto previamente examinado, e tratado de acordo com os mais modernos requisitos de segurança e de higiene.
Mister se torna, pois, que nossa população prestigie os esforços dos. srs, diretores da Cooperativa e exijam dos seus fornecedores o produto por ela distribuído, devendo agora, mais do que nunca, as autoridades sanitárias fecharem o cerco em torno dos deturpadores da qualidade do indispensável alimento, obrigando-os, de acordo com as leis que regem a matéria, a adotarem as mesmas providências ou suprirem-se do produto da Cooperativa para a distribuição aos seus fregueses.
Tem a palavra, agora, o Serviço Sanitário. Carros abertos sem higiene, vasilhames impróprios e latões para enchimento de recipientes em plena rua devem ser obstados a todo o custo em beneficio da saúde pública.
Correio Joseense, 21 de abril de 1957, Num. 1639
No dia 5 de maio de 1957 era anunciada a abertura de concorrência da Vigor com a Cooperativa de Laticínios, hoje Cooper e o convite ao jornal Correio Joseense (número 1641) para a inauguração das novas instalações da Cooperativa.
Pretende a Cia. Vigor fazer concorrência à Cooperativa de Laticínios
Há poucos dias ouvimos uma entrevista do vereador sr. Pedro David, na qual focalizou a possibilidade da Companhia Vigor fornecer o leite pasteurizado por menor preço do que está sendo vendido pela Cooperativa de Laticínios.
Causou-nos estranheza o comentário feito pelo referido vereador, mesmo porque, nunca referida Companhia Vigor cogitou, de beneficiar o povo com o fornecimento de um bom produto e a menor preço daqueles até então em vigor nesta cidade.
Incontestavelmente é um direito que assiste a essa organização vender o seu produto onde muito bem entender e pelo preço se que queira.
Entretanto, não precisamos ser psicólogos para ver desse seu gesto o desejo de uma represália comercial contra sua competidora, ou melhor contra a sua congênere local.
Fruto unicamente de interesses contrariados e não de beneficio à quem quer que seja, pelo que estamos alertando os menos precavidos, inclusive o sr. Pedro David que tão afoitamente vem defendendo o ponto de vista da Vigor que tem em mira, caso ponha em execução o plano anunciado, por fora de combate a Cooperativa de Laticínios, por motivo de interesses comerciais que não nos cabe apreciar.
O que não é justo, é que se prestigie uma campanha contra a Cooperativa, mesmo no terreno comercial, porquanto esta entidade resolveu a contento o problema do leite em nossa terra.
Fornece-nos ela um produto padronizado, com todos os requisitos de higiene, até então desconhecidos e pelo mesmo preço até então cobrado pelos leiteiros avulsos.
Porque a Companhia Vigor que aqui está instalada há muitos anos, nunса cogitou desse problema e só agora se dispôs a enfrentá-lo, objetivando, atualmente, anular os grandes esforços da diretoria da Cooperativa que não poupou sacrifícios para dotar São José dos Campos de uma usina que fará inveja às mais adiantadas cidades do Brasil, com um produto que se impõe pelas suas condições vitamínicas e de higiene.
Positivamente está errado cumpre-nos não participarmos desse anunciado movimento, que redundará em prejuízo da população, por motivos que poderão ser discutidos oportunamente.
Já o dissemos e o repetimos: é um direito que a Vigor tem de trazer o seu produto da Capital para vendê-lo nesta cidade pelo preço que muito bem entender.
O que não está certo e merece franca recriminação, é a interferência de elementos, como por exemplo o vereador sr. Pedro David, que não é pecuarista, não vende e talvez não compre nem para o seu gasto o precioso alimento, patrocine uma causa que tem um endereço certo, ou seja prejudicar a Cooperativa, anulando-lhe todos os esforços que redundaram na instalação de uma moderníssima usina.
Acreditamos, e fazemos-lhe essa justiça, estar o sr. Pedro David agindo de boa fé, única justificativa para o seu impensado ato.
No dia 12 de maio de 1957, era publicada uma nota no jornal Correio Joseense (número 1642) referente a inauguração das novas isntalações da Cooperativa de Laticínios na Avenida Dr. Nelson D’ávila 1026, hoje com entrada pela Rua Paraibuna n. 295, Centro. Em seguida, os textos na íntegra extraídos do mesmo jornal.
Inauguração das novas instalações da Cooperativa de Laticínios
Estão programadas para o dia 18, grandes festas comemorativas à inauguração oficial da Cooperativa de Laticínios desta cidade. De acordo com o seguinte programa: 10 horas, visita das autoridades às novas instalações, às 11 horas, sessão solene, às 12 horas, grande churrasco.
A inauguração das novas instalações da Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos
A Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos foi fundada em 25 de Agosto de 1935, durante a assembleia especialmente convocada para esse fim e que contou com a presença dos srs. Antônio Moreno Filho, Alípio Cerqueira, Cândido Bertolini, Dr. Donato Mascarenhas Fo., Bento de Queiroz Filho, Francisco Costa Araújo, Francisco Vitor Cerqueira, José Andrade Sandin, José Francisco Monteiro, José Maria Monteiro, Leonardo Pinto da Cunha, Manoel José de Matos França, Olívio Rodrigues de Oliveira, Raul Alves Fagundes, Silvestre Cândido Ribeiro, Antônio Nogueira França, Antônio Berbiano, Alexandre Sequircoff, Joaquim Bráulio de Melo e Leonardo Neves Cerqueira, todos pecuaristas e produtores de leite, residentes neste município, que são considerados os fundadores da Cooperativa.
Essa assembleia, que resultou a constituição de uma sociedade de produtores de leite cooperados, foi o marco inicial de uma trajetória, que culminaria com a formação de uma poderosa organização, que tem a sua área de ação abrangendo os municípios de São José dos Campos, Jambeiro, Monteiro Lobato, Caçapava e Paraibuna, e que abriga em seu seio 472 pecuaristas, cujos interesses defende com base nos princípios consubstanciados no ideal do cooperativismo, único meio capaz de proporcionar a solução dos problemas das classes produtoras.
A construção da atual Usina, foi deliberada em reunião realizada em 25 de abril de 1954, especialmente convocada para tratar do assunto, que resultou na autorização ao Conselho Administrativo da Cooperativa para iniciar providências visando o fim colimado.
As obras foram iniciadas em outubro de 1954 e o seu financiamento esteve a cargo da Cooperativa Central de Laticínios da Capital do Estado, que congrega uma rede de cooperativas regionais, suas filiadas e fornecedoras de leite para a organização matriz.
Transporte e Energia Elétrica
A Cooperativa possui uma frota de veículos, composta de 29 unidades, que se constitui de 5 caminhões gigantes, 2 carros tanques e 2 carros frigoríficos. Os 2 carros frigoríficos, que tem a capacidade para 17.500 litros de leite, cada um, são mais modernos que existem no gênero.
Para o transporte de leite que se destina à capital paulista, são utilizados os carros frigoríficos, que canalizam para a Cooperativa Central de Laticínios a contribuição dos pecuaristas desta região para o abastecimento população paulistana.
De acordo com o inventário procedido em 31 de Dezembro de 1956, a frota de veículos da Cooperativa está estimada em Cr$ 5.300.000,00, devendo ser aumentada de conformidade com o crescimento, da produção local. Afora essa frota de veículos, a Cooperativa mantém, em regime de empreitada, 16 caminhões pertencentes particulares, que são empregados no transporte do leite da fonte de produção para a usina de pasteurização. No que se refere A energia elétrica, a Cooperativa se obriga a uma despesa mensal de Cr$ 28.000,00, pelo fornecimento que faz a The Light & Power, que movimenta toda a sua aparelhagem mecânica empregada nos mais variados serviços.
A inauguração oficial das novas instalações da Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos
Será marcada com a realização de grandiosas festividades, o que representa para o Municipio e para a Região o resultado do trabalho fecundo de um pugilo de homens, que através da alavanca do cooperativismo, promove o progresso econômico da Classe dos Pecuaristas.
A Diretoria da Cooperativa de Laticínios, de São José dos Campos realiza hoje os atos oficiais de inauguração das novas instalações de sua usina de leite, situadas à Avenida Dr. Nelson d’Ávila, no 1026, nesta cidade.
As majestosas construções que ali se levantam atestam, de modo positivo. A operosidade de sua atual diretoria, que tem a frente os, srs. Francisco Xavier Ribeiro, Jorge Vieira da Silva e Vespasiano de Oliveira, respectivamente. Presidente, Diretor-Gerente e Diretor-Secretário.
De acordo com o programa elaborado para as festividades, às 10 horas a recepção às autoridades, seguindo-se o ato inaugural da usina, visitação às instalações e grande churrasco, que será oferecido aos convidados.
Trata-se de um acontecimento de marcante importância para a vida social-econômica do município, uma vez que traduz o interesse de uma numerosa classe, que resolvendo o problema que diz respeito à pecuária, oferece a população de São José dos Campos o abastecimento do leite, em condições, de atender as exigências da higiene, da moderna técnica, concernente ao ramo e, ao mesmo tempo, interesses do consumidor.
A usina da Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos, é dotada de todo o aparelhamento necessário a uma organização, que tem por objetivo fornecer ao consumidor um produto em condições ideais. A exemplo do que existe nos centros mais adiantados, a Usina da Cooperativa Joseense, possui um mecanismo de trabalho que deve ser conhecido pelo consumidor mais exigente.
O Funcionamento da Usina
O leite, o precioso alimento, é entregue ao consumo público, depois de uma série de providências que se inicia com a remessa aos produtores cooperados latões, perfeitamente lavados e higienizados, que seguem em caminhões para as fazendas e sítios, onde são abastecidos. Cada latão leva a inscrição do nome do produtor. cooperado, de forma a evitar-se dúvida quanto a procedência do produto não considerado de teor satisfatório. De volta, os mesmos latões passam pelo Laboratório da Usina, onde são examinados quanto as suas condições de higiene e densidade gordurosa. Em seguida, o leite passa pelo processo de pasteurização, onde o seu funcionamento mecânico, possibilita, através de tubos, o enchimento automático dos litros, sem que o produto seja tocado pela mão do homem. Posteriormente, os litros são vedados mecanicamente com capsulas de metal, onde se inscreve o dia da semana em que é o leite pasteurizado e entregue ao consumidor. Magnífica impressão causa ao visitante o mecanismo da usina da Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos, que, ao deixar as suas instalações, leva, consigo a certeza tranquilizadora quanto as condições do leite que consome.
Edificações e Setores de Serviço
As novas construções da Usina estão localizadas num terreno, cuja área, mede 9.750 mts.2. tendo sido adquirido em 1953 pela importância de 1 milhão de cruzeiros. O valor atual da usina, incluindo-se, terreno, edificações, maquinarias, veículos, etc. ascende a cifra de 20 milhões de cruzeiros, E sem dúvida, um valioso patrimônio, conseguido através do cooperativismo, que bem demonstra o seu alto senti do social-econômico.
A entrada da usina há portão monumental, ladeado pelas edificações onde estão instalados os escritórios da Cooperativa, salão para assembleia dos cooperados, ambulatórios médico e seção de lubrificantes e combustíveis para veículos da organização e associados.
No segundo bloco de construção situado no centro do terreno, funciona, propriamente. usina de pasteurização do leite. Amplas plataformas para carga e descarga dos latões de leite circundam o edifício, em cujo interior funcionam as complica das e eficientes maquinarias. Nos fundos do terreno estão localizados os depósitos de material, almoxarifados, oficina mecânica e instalações sanitárias.
O bem montado almoxarifado destina-se ao fornecimento, a baixo preço, aos cooperados de produtos peculiares à pecuária, tais como sal, farelo, inseticidas, fertilizantes, arame farpado e máquinas agrícolas, etc..
As bombas de gasolina e óleo e a oficina mecânica servem aos veículos de propriedade dos associados e a frota de caminhões da usina.
O ambulatório da Usina, que está situado no bloco principal das edificações, tem a direção do sr. Dr. Francisco de Paula Carvalho Silva, que atende, diariamente, os associados empregados da Cooperativa, tanto parte de consultas médicas como também no fornecimento de medicamentos.
Este é um ligeiro apanhado da magnifica organização da Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos, que inaugura as suas novas instalações hoje, quando os seus convidados terão a oportunidade de verificar de perto o fruto do trabalho de uma equipe de homens, idealistas, que praticam o cooperativismo no seu mais elevado conceito.
A Fundação da Cooperativa de Laticínios e a sua primeira Diretoria
A entidade que congrega pecuaristas de São José dos Campos foi fundada em 25 de agosto de 1935.
Dessa data para cá o seu crescimento vem se acentuando de ano para ano, como bem demonstram os dados por nós, colhidos, que traduzem a criteriosa orientação que as suas diretorias vem imprimindo aos trabalhos que lhes são confiados.
A primeira diretoria da Cooperativa tinha seguinte, constituição; PRESIDENTE Dr. Donato Mascarenhas Filho; VICE PRESIDENTE Joaquim Bráulio de Melo; 1o SECRETÁRIO Bento de Queiroz Filho; DIRETOR GERENTE José Francisco Monteiro; e CONSELHEIROS Antônio Nogueira França, Olívio Rodrigues de Oliveira, Antônio Moreno Filho, Silvestre Cândido Ribeiro e Cândido Bertolini.
No ano de sua fundação, a Cooperativa de São José Campos atingiu a produção diária de 700 litros de leite, que era enviado a São Paulo. Hoje a Cooperativa remete, diariamente, a capital paulista, aproximadamente, 50 mil litros de leite, ficando nesta cidade perto de 4.000 litros diários.
Damos abaixo alguns confrontos da situação da Cooperativa de Laticínios em 1935, época de sua fundação, e em 1957, quando inaugura suas modernas instalações.
A eloquência dos números diz bem como cresceu a Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos, que hoje, se nivela às melhores do gênero.
Além da pasteurização do leite a Usina produz diariamente, 400 quilos de manteiga, que são destinados a esta cidade e uma parte, a Jacareí e Caçapava, o que varia de 100 a 150 quilos diários.
Em face desses dados, é de justiça mencionar aqui os nomes dos dirigentes da Cooperativa, que desde sua fundação até presente data, vêm trabalhando pele fortalecimento da organização, o que lhes valem os aplausos e elogios dos pecuaristas e do povo de São José dos Campos.
Antigos diretores e nomes em destaque
Damos a seguir os nomes de todos que emprestaram sua colaboração a Cooperativa, fazendo parte de suas diretorias: Dr. Donato Mascarenhas Filho. Joaquim Bráulio de Melo, Bento de Queiroz Filho, José Francisco Monteiro, Clementino de Oliveira, Luiz Pereira de Oliveira, Jorge Vieira da Silva, Geraldo Majela Miranda, Nelson Cesar de Oliveira, Antônio Nunes de Paula. Oswaldo de Aquino Ramos, Vespasiano de Oliveira, Antônio Cardoso das Neves e Francisco Xavier Ribeiro.
É de se destacar a atuação do Sr. Jorge Vieira da Silva, que há 16 anos faz parte da Diretoria da Cooperativa, tendo sido seu presidente de 1944 a 1948 e posteriormente, seu Diretor-Gerente de 1948 a 1957, devendo o seu atual mandato terminar em 1959.
O nome do Sr. Jorge Vieira da Silva está tão profundamente ligado à Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos e a todos os movimentos da unidade dos pecuaristas na sua região que se deve
creditar à sua operosidade como líder de classe, uma parcela considerável dos triunfos colhidos pelo cooperativismo no setor da classe que representa.
A primeira reunião realizada no Vale do paraíba para tratar de uma cooperativa de pecuaristas, que teve lugar na cidade de Roseira, em 1927, contou com a presença do Sr. Jorge Vieira da Silva, que desde então vem se dedicando com carinho a solução dos problemas que afligiam e afligem a pecuária e o abastecimento do leite às população.
Outro nome que merece ser destacado é o do sr. Dr. Donato Mascarenhas Filho, que desde a fundação da Cooperativa de São José dos Campos, vem lhe emprestando o seu decidido apoio, tendo sido um dos fundadores da organização e o seu primeiro Presidente.
Como um dos baluartes do cooperativismo entre os pecuaristas, desfruta o Dr. Donato Mascarenhas de grande prestígio dentro da classe, que vem orientando com a sua larga experiência de elemento afeito aos problemas que dizem respeito a economia do homem da zona rural.
Pertencendo atualmente ao Conselho Fiscal da Cooperativa, ao Dr. Donato Mascarenhas Filho muito deve a organização. Ao lado do ar. Jorge Vieira da Silva, idealizou a construção da nova usina e a reforma radical em seu sistema de funcionamento, que se concretizam nesta data, quando se inauguram oficialmente, as instalações da Cooperativa de Laticínios.
Correio Joseense, 18 de maio de 1957, Num. 1643
Solenemente das novas instalações da Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos
Conforme fora amplamente noticiado, foram inauguradas oficialmente, dia 18 último, as novas instalações da usina Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos, situada à Avenida Dr. Nelson Silveira d’Ávila n° 1026.
O programa realizado correspondeu, inteiramente. a expectativa, desenvolvendo de acordo com os desejos de seus idealizadores, que souberam marcar o acontecimento com relevo, fazendo-o repercutir em toda a região do Vale do Paraíba. Altas autoridades federais, estaduais e municipais estiveram presentes às cerimônias, prestigiando com o seu comparecimento a direção da Cooperativa de São José dos Campos.
As 10 horas, realizou-se a visitação das dependências da usina, tendo os visitantes a oportunidade de constatar as magníficas instalações ali existentes, não só pelo seu moderno mecanismo, como também pela higiene e limpeza ali observadas. As 11 horas, num ampla salão situado no bloco principal, das edificações, realizou-se sessão solene, que contou avultado número de assistentes. Estiveram também presentes a esse ato, os srs. José Schmidt Braz, representante do Ministro da Agricultura: Vidal A. da Silva, representante do Secretário da Agricultura de São Paulo Ademar de Barros, Prefeito da Capital paulista; Deputados André Broca Filho, Ivete Vargas e Diogo Bastos, Renato Lopes, representante do Departamento da Produção Animal, João de Castro Guimarães, Presidente da Cooperativa Central de Laticínios de São Paulo, Donato Mascarenhas, Jorge Vieira da Silva, Vespasiano de Oliveira, Francisco Xavier Ribeiro e Antônio Cardoso das Neves, diretores da Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos.
As 13 horas, foi servido grande churrasco a cerca de 3.000 pessoas, notando-se entre elas elementos de destaque nas sociedades valeparaibana e da capital paulista.
Com relação ao churrasco que foi servido, merece uma referência elogiosa o trabalho executado pelos seus responsáveis. srs. Nelson Martins, Emilio Sevija, Paulo Melo, Milton de Souza, Osvaldo Brogliato, Tito Liberato, José Gifoni. Vicente Batista Rodrigues, José Ernani Melo e outros elementos, cujos nomes nos escaparam, que, numa expontânea colaboração à festa da Cooperativa, permaneceram ao lado dos braseiros desde manhã até a noite. esmerando-se no preparo da carne que foi consumida pelos convidados.
As 14horas, teve início o show a cargo de renomados artistas de emissoras paulistas, destacando-as a Dupla Ouro e Prata, Brinquinho e Brioso, Zé Fidelis, que foram comandados pelo locutor Álvaro Gonçalves, da Rádio local.
A propósito da programação da festa da Cooperativa, o Correio Joseense fez ampla reportagem em seu número anterior e hoje, tem a satisfação de cumprimentar a alta direção da Cooperativa pelo magnífico acontecimento.
Presidiu a Mesa o Sr. Jorge Vieira da Silva, que fez um relato completo da vida da Cooperativa. falando em seguida, em nome desta, o Dr. Donato Mascarenhas Filho. Falaram ainda o Sr. Ademar de Barros, Prefeito da Capital e a Deputada Ivete Vargas.
Correio Joseense, 26 de maio de 1957, Num. 1644
Também vale lembra a celebração de 30 anos da Cooperativa veiculada pelo jornal Correio Joseense.
Cooperativa de Laticínios de São José completou 30 anos
A 25 de agosto de 1935, vinte e um pecuaristas de nosso município se reuniram e fundaram a Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos, a segunda da região (a primeira surgira em Roseira, dois anos antes) e aquela que viria a ser mais tarde, como de fato o é, a mais importante do Vale do Paraíba e do Estado de São Paulo.
Pioneiros
A primeira diretoria da Cooperativa estava assim constituída: Donato Mascarenhas Filho, presidente: Joaquim Bráulio de Melo, vice, Bento de Queiroz Filho, secretário, José Francisco Monteiro, tesoureiro, Antônio Nogueira França, Olívio Rodrigues de Oliveira, Antônio Moreno Filho, Silvestre Cândido Ribeiro, Cândido Bertolini, membros do Conselho Fiscal: Leonardo Pinto da Cunha, Francisco da Costa Araújo, José Andrade Sandi, Eliziário Guimarães Claro e Alípio Caetano de Cerqueira, suplentes.
Fundadores foram também os srs. Antônio Berbiano Rodri-gues, Alexandre Serquicoff, Francisco Vitor Cerqueira, José Maria Monteiro, Manoel José de Matos França e Leonardo Neves Cerqueira.
Heroísmo inicial
Como todo começo, o da Cooperativa local também foi difícil. Mas serviu para demonstrar a fibra de seus fundadores e diretores, que não esmoreceram um só instante, apesar dos inúmeros e constantes obstáculos que tiveram pela frente.
Não havia usina em São José. O leite era levado para Jacareí, de onde seguia para São Paulo, por via ferrea, depois de resfriado. Não havia a Rodovia Dutra nem caminhões tanques. E como os trens volta e meia atrasavam, grandes foram os prejuízos dos produtores, quando o leite se estragava pelo caminho.
Mesmo depois de possuir sua própria usina (Avenida Rui Barbosa, ao lado do Viaduto) a remessa por ferrovia ainda causava dissabores. E apesar desses contratempos, a Cooperativa foi progredindo lenta, mas seguramente.
Carro-Tanque
Em 1950 a Cooperativa de Laticínios – SJC já possuía seu primeiro carro-tanque e a inestimável cooperação de Jorge Vieira da Silva (atual diretor-gerente) e de Antônio Cardoso das Neves (gerente comercial) e, consequentemente, a solução de muitos de seus problemas: o transporte e a dinamização dos serviços, organizados e executados por dois homens que, sem desfazer dos demais, todos eles merecedores de respeito e admiração, foram os pilares da Cooperativa.
Nova Usina
A primeira usina, ao lado do Viaduto, funcionou até abril de 1957, dando escoamento a uma produção de 300 mil litros mensais de leite.
A 18 de maio de 1957, com um churrasco monstro que durou o dia inteiro, a Cooperativa inaugurou suas novas e moderníssimas instalações à Avenida Nelson D’ávila, 1026, onde ainda se encontra. O número de associados, que era de pouco mais de cem, subiu imediatamente para 674 e a produção atingiu a um milhão e ѕеtесеntos mil litros mensais.
Cooperativa atual
Com um capital subscrito de 140 milhões de cruzeiros 1.390 pecuaristas estão reunidos aо quadro social da Cooperativa – SJC. que manda mensalmente, para a Capital, um milhão duzentos mil litros de leite. Os produtos (leite, manteiga, creme, coalhada) são distribuídos em dez cidades da região, além de São José. Caçapava, Caraguatatuba, Ilha Bela, Itaquaquecetuba Ferraz de Vasconcelos, Guaianazes, Mogi das Cruzes, Poá, São Sebastião e Susano. Para essas cidades, distribui quase um milhão mensal de litros de leite.
A Cooperativa recebe, das fazendas, cerca de 2.500.000 de litros para industrialização. Possui quatro carros-tanque, carros de venda a varejo, 4 carretas para transporte de rações, 8 cavalos mecanicos, 8 caminhões, dois jipes, uma perua. Para coleta de leite, mantém 41 caminhões (empreitados) em diversas linhas.
A Cooperativa é movimentada por um corpo funcional com posto de 212 auxiliares.
Serviços assistenciais
São inúmeros, pois a Cooperativa presta inteira e total assistência ao cooperado.
Possui ambulatório médico, gabinete dentário, assistência médico-dentária para funcionários, Cooperativa de consumo p/ funcionários e cooperados, presta assistência médico-veterinária, possui farmácia veterinária completa.
Possui ainda completa oficina mecânica, funilaria e marcenaria.
Atual diretoria
Francisco Xavier Ribeiro, homem dinâmico, caboclo decidido, é o atual presidente da Cooperativa. Tem a seu lado Jorge Vieira da Silva, diretor-gerente, velho e rijo pecuarista de primeira hora. José Emanuel Alves Alcântara é o Diretor-Secretário e Antônio Cardoso das Neves, o incansável Antoninho, o Gerente Comercial.
O Conselho Fiscal é composto pelos srs. José de Aquino, José Benedito Vilhena e Manoel Mendes Ribeiro. Os suplentes são os srs. Edésio Barreto, Geraldo Majela Miranda e Carlos Araújo.
Trinta anos de existência
Esse, em linhas gerais, em rápidas pinceladas, o aspecto atual da Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos, no instante em que comemora aniversário de seu trigésimo aniversário de fundação e de bons serviços prestados aos pecuaristas da região.
A todos os que construíram a grandiosidade desse empreendimento que honra o município e a região, fundadores e dirigentes, antigos e atuais, nossos parabéns e o sincero desejo de constante e merecido progresso.
Correio Joseense, 05 de setembro de 1965, Num. 2030
O Balde Branco em São José dos Campos
Por iniciativa da Cooperativa Central de Laticínios do Estado de São Paulo, que congrega 19 outras Regionais de Laticínios, pela sua Revista mensal Balde Branco, irá comemorar o aniversário da cidade a 27 de julho, tecendo considerações por menorizadas sobre a nossa cidade.
Também ao ensejo de tão greta efeméride, e por ser este ano de 65, a 25 de agosto aniversário da Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos, que com suas três décadas de existência, proporcionou a esta terra de Anchieta o que de mais técnico e higiênico pode oferecer à população: Leite Paulista. Como todos conhecem é pasteurizado, em frascos com fechos invioláveis, à prova de adulteração.
Pois bem, o nosso jornal, apoia incondicionalmente a ideia da Revista em lançar uma edição especial, dedicada a cidade expansão, como é conhecida São José dos Campos, por todo o nosso Brasil.
Sabemos que, por intermédio do Dr. Benedito Luiz Ribeiro, redator da citada Revista, foi visitada todas as autoridades: Executiva, Legislativa e Judiciária, recebendo de todas elas o apolo irrestrito, bem como de firmas do nosso comércio e indústria e demais representantes das classes produtoras, e da nossa imprensa escrita e falada,
Está de parabéns BALDE BRANCO. São José dos Campos, irá com a sua edição especial, projetar-se ainda mais no conceito que já goza, de ser a cidade que maior progresso obteve no majestoso e lendária VALE DO PARAÍBA.
Correio Joseense, 27 de julho de 1965, Num. 2020
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