Jataí, a vila que deixou de existir

A extinta Vila Jataí foi construída para abrigar a classe operário que trabalhou na Tecelagem Paraíba. Ali existiam além das residências, uma escola e uma capela. Após o fechamento da empresa muitas famílias continuaram no local, mas estranhamente todos se foram em um curto período no início dos anos 2000. O acesso à vila foi desativado, incluindo a área do antigo hangar da Tecelagem, onde ocorreu um “acidente” com posterior demolição. Há ou havia um processo na justiça, já que a área pertence ao complexo da antiga Tecelagem.

Você pode acompanhar nesta publicação maiores informações sobre:

A publicação tem a finalidade de exibir como era a vida dos moradores em raras e ricas imagens de diversos períodos da história do bairro, assim como comentários de membros do grupo SJC Antigamente ao longo dos anos nas publicações referentes ao bairro, incluindo imagens da única vez que tive acesso ao local em 2002. Conforme novas informações surgirem serão incluídas aqui, atualizando as informação ao município.

Grande parte do acervo a seguir foi enviado por e-mail pela antiga moradora Maria do Espírito Santo Silva Rosa em 2017 e da Tete Silva.

Barco (draga) no Rio Paraíba.
Boletim – envelope.
Boletim – frente.
Boletim – verso.

Acho que na década de 80 o Jataí tinha uma grande equipe de futebol, alguns jogadores que me lembro V8, Cláudio Pancada , Pedro Bala, goleiro Banha, Waltão… o campo era lá fundo da Tecelagem.Por Rogério Lemes.

Pra dentro do parque da cidade era uma vila chamada fazenda Jataí. Lá tinha muitas casas campo de futebol, campo de aviação… foi la que passei minha infância e aprendi a escrever as primeiras letras, na escola da Tecelagem da Fazenda Jataí.Por Tete Silva.

Aos domingos tinha jogo de futebol (na foto Vitor, o Baixinho), era o dia mais animado da semana, eu morava na primeira casa depois da escola, dali avistava-se o campo todo e a igrejinha, que saudades daquele lugar, daqueles tempos, tempos que a família se reunia, tempos que recebiamos visitas de tios, amigos, até mesmo dos vizinhos, tempos que só ficou nas lembranças e que nunca o “tempo” vai apagar…
Para quem não sabe, este lugar ficava dentro da Tecelagem Paraíba, era chamado de Jataí. Por Maura Fávaro.

Aquela escolinha me fez ter muita vontade de ser professora, quando ia com meus pais visitá-los eu tinha que ir ver a escolinha e ficava encantada, mas eu gostava mesmo quando vocês (se referindo à famímila da Maura Fávaro) moravam próximo ao Campo se Aviação.Por Lina Morais.

Meus avós moravam lá, eu passava férias ali… como sinto saudades! Por Sueli Aparecida Silva.

Lembro da profa Maria do Carmo, q deu aula lá na década de 70, fui domestica dela. Ela falava com tanto carinho desse lugar…Por Marta Alfa.

Eu morei em frente ao campo, fiz o catecismo nessa capela joguei nesse campo e quando era junho tinha festa de São João com quadrilha, porco ensebado para pegar, pau sebo, tudo feito pela família Olivo Gomes. O Adilson você é meu sobrinho e a Sueli Aparecida minha sobrinha e a Tetê amiga de infância.
A minha primeira professora foi lá no Jataí, dona Cleonice Carnevali.
Me lembro quando o Clube Atlético Jataí foi campeão da várzea de São José dos Campos, o técnico era o Marcílio Fiore e o jogo foi gravado por dois locutores da Rádio Clube, Horoldo Santos e Aurélio de Barros, a decisão foi contra o Bairro Chinês.
Por Expedito José.

Na porta da Igrejinha antes do catecismo.
Algumas identificações das pessoas na foto feita pela Maria do Espírito Santo Silva Rosa.

Meu pai ia de caminhão, e levava aquela galera, era muito bom!
Nos fundos passava um corrego, sei lá…tinha uma tubulação exposta que atravessava de um lado à outro. Uma vez quase apanhei por tentar atravessar.. Nos fundos da casa do tio Sudário e tia Nina.
Por Marcelo Costa.

Celia e Marco no trator da fazenda.
Crianças brincando.

Cartas da década de 1960.
“Plantação de tomates na fazenda Jataí em torno de 1958. Da esquerda para a direita João Moreira Vitor, Marcílio Fiore e Francisco José da Silva, meu pai. Próximo ao local que chamavam de Matão.” Por Expedito José.
Envelope de pagamento.
Maria do Espírito Santo no pé de Jataí da escolinha.
Expedito em frente de nossa casa.
O Jataí em 1967. Por Walkiria Godoy.
Sr. Sudário, pai da Tete Silva.
Ponte de acesso ao Jataí.
“Mais uma do fundo do baú! Da esquerda pra direita, nossa amiga Luzia, a mana Ivone Lourenço e a mana Euridice Ivanete Oliveira Santos.” Por Isabel Cristina Oliveira.
“Euridice Ivanete Oliveira Santos brincando de ser assaltada com o mano Ademir. Já viu ladrão de chapéu e um short tão curto? (risos).” Por Isabel Cristina Oliveira. Um detalhe, a camiseta não é do time do São Paulo, mas do Jataí.
Ficha de funcionário.
A igreja final anos 90.
Na década de 1950/60.

Em minhas caminhadas investigativas no ano de 2002, encontrei esta capelinha (possivelmente dedicada a São Sebastião) abandonada aos fundos da Vila Jataí, uns 2 quilometros à beira do Paraíba, incluindo uma comunidade com várias casas abandonadas. Atualmente seu proprietário não permite que nos aproximemos nem ao menos da porteira, mantendo guarda armada. Um funcionário que encontrei na última tentativa de voltar para novos registros afirmou que a ponte de acesso ao local desabou, porém não posso afirmar que foi uma tentativa de me desmotivar ou se não há realmente mais possibilidades de aproximação. Ela foi demolida… Por Wagner Ribeiro.

“Fiz várias caminhadas até o Jataí. Esse lugar das fotos até a pouco tempo era habitado, inclusive as residências ali existentes ( por volta de 04 casas com moradores ) recebiam semanalmente caminhão pipa para abastecimento das suas caixas d’águas. Um pouco á frente do Jataí existia outro bairro chamado Pilão Arcado ( tb fiz caminhada até lá )” Por Maurício Lopes.

Amarildo, irmão da Tete Silva.

Apesar de pequeno, o Jataí foi palco de diversas falatilidades


Além de um relato da Tete Silva sobre o suicídio do sr. Otávio Camargo dos Santos, que aconteceu em um pé de goiabeira ao lado da capela, descobri também que seu irmão foi assassinado junto de sua amiga na estrada de acesso, a reportagem do programa jornalístico de TV Aqui Agora do SBT esteve presente, em meados da década de 1990. Ele se chamava Amarildo (em imagem logo acima com a Tete). O senhor Sebastão Ferreira perdeu a vida em um acidente com um trator em 1965 e o Décio Neves derrapou com sua moto na estrada em frente ao silo, batendo em uma árvore.

Tete e sua família.
José Amaro em frente sua casa na vila Jataí.
José Amaro
Lista de compras.
Maria do Espirito Santo e Dimas Moreira Vito.
Maria Espírito Santo e Maria José.
Maria Espírito Santo.
Maria Espírito Santo em frente a casa da vila Jataí.
Maria José e Dirce Melo na cerca da casa da Maria E. Santo.
Os pais da Maria E. Santo, Maria Benedita e Francisco José (Francisco Amaro).
Nas pontas Sueli e Marco Antônio, no centro 5 irmãos Melo.
Pé de Coité (purunga) Páítio da escola, caixa d’água, decada de 90.
Recibo de compra de bicicleta. Ainda escrito como Jatay.
“Santinho” do Pe. Luiz.
Rosa Januário, Maria Espírito Santo e Helena Januário.
Ruinas da escolinha na década de 90.
Time infantil.
Time do Jataí.

Maria E. Santo em frente ao trator.
Trabalhador (Antônio Amaro).

Trabalhadores na plantação de tomate.
A Tete este nas ruínas há poucos anos…

Escola Jataí

Distância da SME (Secretaria Municipal de Ensino): 8 km
Itinerário: Vila Industrial, Vila Guarani, Vila Maria, Santana, Entrada para área rural da Tecelagem E.E.P.S.G. Fazenda Jataí
Propriedade: Tecelagem Paraíba
Delegacia de Ensino: 2ª
Vinculadora: E.E.P.S.G. Prof. Jorge Barbosa Moreira
Número de classes: 1 (uma)
Período de funcionamento: manhã
Total de alunos: 12 (dose)
Área útil da escola: indefinida
Área construída: 204, 7025 m²

Características do prédio: 2 salas de aulas e 2 Wcs, 1 copa/cozinha e 1 dispensa. Prédio construído com tijolos de barro cozido a vista. Revestimento na parte interna. Sem forro, com madeiramento de peroba e cobertura com telhas francesas. Pé direito de 300 m. Vitros basculante, sendo as portas de entrada, tanto das salas aulas como da copa/cozinha, de aço e vidro canelado. Os WCs (masc. e fem.) são providos de portas de madeira e vitros basculantes. O prédio possui iluminação, água e esgoto (fossa). O piso de cimento queimado à colher. Ao lado do prédio escolar existe casa de colono da fazenda.
Fonte: livro Escolas Rurais de São José dos Campos, Prefeitura Municipal, Secretaria Municipal de Educação, Assessoria Técnica de Planejamento, 1993

Planta baixa do prédio em escala de 1:200
Maria E. Santo e seu cachorrinho.

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2 thoughts on “Jataí, a vila que deixou de existir

  1. Eu sou a Fátima Neves, irmã do Décio que morreu num acidente de moto. E meu filho mais novo se chama Décio Neves também. Sentimos muitas saudades deste lugar.

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