José de Castro Coimbra

Colocar debaixo do tapete não dá mais!

Filho de garimpeiro, com 74 anos bem vividos José de Castro Coimbra é mato-grossense de Coxim, criado nos arredores de Campo Grande, Rochedo, Corguinho, Fala a Verdade, locais onde o diamante atraiu muita gente, inclusive o seu pai. Em 1960, chegou à São José dos Campos como capitão médico do Centro Técnico Aeroespacial e acabou por se envolver profundamente com a gente dessa terra. Quem o conhece afirma que sua maior virtude é não guardar mágoas nem rancores.

Aqui um pouco de José de Castro Coimbra: “quando cheguei São José era pacata com 50 mil habitantes e vivia uma transição de localidade sanatorial para industrial, com menos de mil linhas telefônicas sem automação. As ligações interurbanas eram feitas com auxílio da telefonista e o C.T.A. foi o responsável pela grande transformação da cidade.

LOGO DE INÍCIO ME ENTURMEI com o pessoal dos bairros, o Jardim Paulista era conhecido como jardim paulada por sua violência, a Vila Industrial recém nascia como o último bairro da cidade. Sem unidades básicas nem planos de saúde, toda a medicina para os pobres era centralizada na Santa Casa.

FUNDAMOS A SOCIEDADE AMIGOS da Vila Industrial e Adjacências (Sávia), com apoio do grande líder comunitário Aprígio Sales, a primeira de São José, dois anos depois fui presidente. Reativamos outra sociedade no Jardim Paulista, eu atendia os mais carentes um dia por semana em cada bairro, certamente por isso fiquei tão conhecido.

A CONVITE DO DEPUTADO BENEDITO MATARAZZO, em 1963, me candidatei a vereador e fui o mais votado. Na época, estiveram na Câmara Municipal o advogado Ferze Tau o segundo mais votado, Antônio Sebastião Pereira, Argemiro Parizoto, Benedito Pinto da Cunha, Filisbino Franco Rodrigues, Getúlio Veneziani, Francisco Pereira de Faria, Geraldo Marcondes Cabral, Pierino Rossi, Sebastião Teodoro, Donato Mascarenhas Filho, Jorge Pinto de Souza, Luiz Carlos Veneziani, Nadim Rahal e Paulo Nakamura. A posse foi em fevereiro de 64, o prefeito era o Elmano Ferreira Veloso.

MINHA SITUAÇÃO SE COMPLICOU com o advento da Revolução, no final de março de 1964. Filiado ao PTB do Jango e Getúlio tive sair do C.T.A onde tinha salário de capitão médico e boa casa para morar. Como vereador, sem salário, tive que arcar com ama receita negativa de uns cinco mil reais no dinheiro de hoje, permanecendo como agregado sem vencimentos. Quando mudou a Constituição fui para reserva “ex oficio.” Paguei para ser vereador e valeu a pena.

SÃO JOSÉ FOI A CIDADES QUE MAIS SOFREU com a repressão já que o presidente da Comissão Geral de Investigação (CGI) do Estado de São Paulo era daqui, o brigadeiro Paulo Victor, homem da linha dura, cuja norma era que a justiça começa em casa. Quatro vereadores foram cassados, o vice-prefeito Jorge Vieira e o deputado estadual José Marcondes, uma desmontagem política. O Veloso permaneceu prefeito. Cumpri meu mandato e mais um, me afastando de 72 a 78.

NUNCA PAREI A MEDICINA COMUNITÁRIA nos bairros, fundamos o Pronto Socorro São Paulo, à rua Sebastião Humel, com oito médicos para o atendimento noturno e fim de semana, quando as pessoas tinham dificuldade para encontrar um médico. Lembro-me do Carlos Alberto, do Florence, Rodolfo Zupardo, Jorge Cury, Ariovaldo Baracho, Antônio José de Lima, do Feiz, um grupo de colegas, o embrião do Pronval, compramos o terreno e construímos o prédio da forma que está até hoje, com uma parte destinada a consultórios vendida a vários colegas, o Centro Médico Rui Dória.

O JOAQUIM BEVILACQUA HAVIA SIDO ELEITO deputado federal em 74 e o Robson Marinho estadual. São José vivia o final dos prefeitos nomeados, Sobral e Ednardo. O Bevilacqua disputou e ganhou a prefeitura em 78 e fui eleito deputado federal, pelo MDB, com Robson reeleito estadual. Fiquei em Brasília até 82.

EM 86 E 90 ME ELEGI DEPUTADO ESTADUAL e federal em 94. Em 98 fiquei com uma suplência federal. Foi providencial, nesses dois anos tive tempo para buscar alternativas de negócio e na área médica informar-me dos progressos. Estou em contato com um grupo que pesquisa o Ozônio produzindo óleo ozonizado, insumo importante para a indústria farozonizado, insumo importante para a indústria farmacêutica com amplo aspecto antivirótico, fungicida, bactericida. O Ozônio deverá revolucionar a Terapêutica de dezenas de enfermidades com a vantagem de diminuir o custo dos tratamentos. Prestem atenção no que estou afirmando.

SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE, falta cair a ficha, a tal estória do óbvio ululante. Ninguém impediu nem impede que São José tenha uma. Talvez a existência e a importância dessas estruturas para a manutenção da qualidade de vida com respeito à natureza não tenham sido ainda compreendidas.

O RIO PARAÍBA ESTÁ CEM POR CENTO POLUÍDO, afirmou uma manchete da Folha de São Paulo, com longa matéria explicativa, uma barbaridade! Estamos aguardando o sinal verde da Cetesb para utilizar um produto nosso em São José dos Campos e em todo Estado de São Paulo.

NENHUMA TECNOLOGIA CONSEGUE TRATAR cem por cento do esgoto. A nossa possibilitará o tratamento de 85 a 90 por cento sem obras faraônicas, obrigatoriamente distantes do centro populoso em virtude do odor. Poderemos, por exemplo, eliminar o mau cheiro do Vidoca em 8 dias.

A QUALIDADE DE VIDA EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS tem tudo para ser a melhor do Brasil. Com um orçamento próximo dos R$ 880 milhões sem grandes problemas pela frente. O maior, creio eu, é a via de acesso rápido no traçado da linha férrea ligando a via Dutra à Santana e zona norte.

SOU UM PRECURSOR DA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL com minha luta contra o cigarro o maior poluente individual do mundo. Faço parte da ADESF, Associação em Defesa da Saúde do Fumante, compondo o Conselho Consultivo da Entidade e da sua Frente Parlamentar. Uma ação proposta por nossos advogados conseguiu uma sentença da Juíza Adaísa Bernardi Isaac Halpern, da 19a Vara Cível de São Paulo, decidindo que a Souza Cruz e a Philips Moris devem indenizar os fumantes e os ex-fumantes do estado por omitirem informações sobre os prejuízos causados à saúde e pela propaganda abusiva e enganosa.”

Texto por Ricardo Faria, jornal Vale a Pena, março de 2004 (fariaricardo493@gmail.com)

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One comentário em “José de Castro Coimbra

  1. Dr José de Castro Coimbra muito me hon.conheci seu trabalho muitíssimo grata por tdora poder deixar aqui meu eterno agradecimento por yer tido o senhor e sua falecida esposa como amigos inesquecível Sofhia

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