Helena Calil era uma mulher à frente do seu tempo, uma poeta que pintou quadros, escreveu livros e participou, nos anos 50, do movimento literário “desagregacionismo”, que pregava a nacionalização das artes brasileiras e o fim das influências européias.
A artista nasceu em 2 de abril de 1932, em São José dos Campos. Aos 18 anos, foi para a França estudar literatura e civilização francesa. Quando voltou ao Brasil, transformou sua casa em um ponto de encontro de artistas.
Helena Calil foi uma das artistas mais atuantes da cidade. Com suas pinturas e poemas, influenciou gerações e se tornou admirada por artistas e apreciadores da cultura. Helena faleceu em dezembro de 2002.
O Espaço Helena Calil prestava uma homenagem à artista, mantendo uma exposição permanente formada por quadros, recortes de jornais que contam sua trajetória e uma estante com um acervo de livros que pertenciam à artista. Ali fiz curso de desenho com o professor Luiz Chalita e de Pinhole com o artista Luiz Ramos, era uma espaço agradabilíssimo.

Uma das figuras mais importantes do cenário artístico de São José ganha homenagem com espaço cultural que será inaugurado no dia 26 de julho (2003).

A cidade de São José dos Campos ganha nesta semana um novo espaço para as artes, em uma iniciativa que viabiliza o sonho de uma das figuras mais importantes do cenário cultural joseense.

No sábado, um coquetel marca a inauguração do Espaço das Artes Helena Calil, que vai funcionar em um imóvel no centro da cidade, onde a artista plástica que dá nome ao espaço morou por mais de seis décadas.
Responsável pela revitalização do imóvel que vai abrigar o centro cultural, a filha da artista plástica Helena Calil, Marie Chantal Calil Scholz, afirmou que a criação do local tem como meta abrir portas para artistas que têm dificuldades para mostrarem seus trabalhos, além de proporcionar oportunidades para os iniciantes.

“O objetivo é divulgar o artista da cidade.
Minha mãe nunca quis aparecer muito, era ela que era procurada pelas pessoas, mas sabia das dificuldades dos artistas para expor. Tinha vontade de criar algum tipo de fundação para o artista. Para ela, a vida era a arte“, afirmou Marie Chantal, que procurou a Fundação Cultural Cassiano Ricardo para administrar o local.

Olhando a pequena entrada do Espaço das Artes Helena Calil, em frente à praça Padre João, no centro de São José, não se imagina a estrutura que foi montada para receber os artistas. São várias salas e espaços alternativos, uma área aberta com direito a palmeiras centenárias e uma fonte, espaço para oficinas, banheiros adaptados para deficientes físicos e um clima que é um convite à apreciação da arte.

Segundo Marie Chantal, o local poderá abrigar exposições, lançamentos de livros e outras manifestações culturais. “É um presente para o artista. Estou apostando que a Fundação Cultural consiga desenvolver a ideia”, disse. Por contrato, o imóvel vai ser cedido em comodato para a fundação, no período de 18 meses.

MOMENTO IDEAL – Para o presidente da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, Edmundo Carvalho, a inauguração do espaço vem em um momento ideal. “Estamos sem espaço para expor obras que estão guardadas na fundação. Sempre pensamos em ter um espaço no centro para as artes plásticas e surgiu a oportunidade para fazer essa parceria“, disse Carvalho, que prometeu transferir algumas oficinas da sede da Fundação Cultural para a nova galeria.

“Ela (Helena Calil) era uma artista plástica de renome e é importante participarmos disso. É uma responsabilidade pra gente“, afirmou o presidente da fundação.

No coquetel de inauguração no sábado, Titina Pereira faz apresentação de voz e violão interpretando as canções ‘O medo de Helena’ e ‘Se a chuva levasse meu corpo’, da compositora Gisleide Athanasio. A partir de terça-feira, o espaço recebe a primeira exposição, com obras de Helena Calil.

Coquetel de inauguração do Espaço das Artes Helena Calil – Dia 26 de julho, a partir das 19h. Praça Padre João, 34, centro, em São José dos Campos.

Artista influenciou gerações

Helena Calil foi uma das mais atuantes artistas de São José dos Campos. Com suas pinturas e poemas, influenciou gerações e se tornou admirada por artistas e apreciadores da cultura.

Morta em dezembro do ano passado, ela deixou um rico acervo de obras, entre elas quadros premiados no Brasil e exterior como ‘Solidão’ e ‘A Busca’.

Helena era criativa e desbravadora. Na juventude, a filha de libaneses resolveu partir para a Europa para incrementar seus estudos. Na volta ao Brasil, transformou sua casa em um ponto de encontro de artistas.

Na maturidade, apesar de permanecer reclusa e se afastar de exposições, continuou sendo reconhecida. Em 2002, foi indicada para representar São Paulo no 6° Circuito Internacional de Arte Brasileira, em eventos na França e Espanha.

Para os mais íntimos, ela revelava que tinha vontade de voltar a expor seus trabalhos, com características figurativas, em São José.
Valeparaibano, quarta-feira, 23 de julho de 2003

Abaixo, uma série fotográfica realizada pelo fotógrafo Paulo José Silva Ferraz realizada no ano de 2011.

Outros foógrafos também eternizaram o espaço através de suas lentes.

Abaixo, uma exposição montada em 2006.

 

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