Chico Andreoli

Chico Andreoli (1941-2004) era tridimensional. Conseguia aliar em sua pessoa e atuação o político, o dentista e o poeta. De família pobre, conquistou a inclusão social através da educação. Perseguido e preso político em 1964, perdeu dois anos na Faculdade de Odontologia de São José. Mas conseguiu completar o curso superior.

Voltou-se em sua profissão à população mais necessitada, atendendo em consultório instalado na SAVIA Sociedade Amigos da Vila Industrial e Adjacências. Tempos difíceis, de ditadura militar, não abandonou a luta política. Ingressou no Movimento Democrático Brasileiro, o MDB, e acabou eleito Vereador para a legislatura de 1973/76 e suplente de 1977/82.

Na Câmara Municipal foi um dos mais atuantes vereadores na defesa da democracia e da justiça social. No embate em torno da concessão do serviço de água e esgoto para a SABESP, em 1975, conquistou a fluoretação da água para evitar a cárie dentária na população abastecida pelo serviço.

Mas tinha também a dimensão do poeta. Os seus versos refletiam o seu espírito irrequieto. Iam do romantismo ao revolucionário. Cativavam as amantes, insuflavam a rebeldia. Em seu idealismo, muitas vezes empunhava flores para enfrentar canhões.

A cidade de São José dos Campos acabou pequena para o seu coração bandeirante e guerreiro. Transferiu-se para Rondônia e depois para o Acre, sempre a procura de novos desafios. E, lá, foi para uma nova dimensão, a eterna, onde certamente reencontrará com tanta gente que, como ele, sonhou, lutou e realizou. Descanse em paz, amigo Chico. (2004)
Luiz Paulo Costa – Jornalista

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