Presidente da Câmara Municipal, o vereador José Ferze Tau assume o cargo de Prefeito, em 1966, com o afastamento do prefeito eleito José Marcondes Pereira, que vai disputar as eleições e se eleger deputado estadual. Correligionário do governador Adhemar de Barros, do velho PSP, logo teve liberadas verbas estaduais para resgatar os vales com os quais a Prefeitura em dificuldades financeiras pagava os seus funcionários.
Em frente do prédio da Prefeitura, na rua 15 de novembro, formou-se enorme fila de funcionários. O prefeito José Ferze Tau queria pagar pessoalmente os funcionários. Lá pelas tantas, Ferze Tau depara-se com uma pessoa que ele desconhecia que trabalhasse na prefeitura. Pergunta: Você trabalha aqui na Prefeitura? A pessoa responde: “Não! É que eu vi uma fila e entrei pensando que estavam dando alguma coisa!”
Desde que o Brasil é Brasil, o brasileiro gosta de uma fila. Já ouvi dizer que muitos idosos, que poderiam se valer do Estatuto dos Idosos para não entrar em filas nas agências bancárias, preferem-nas ao atendimento preferencial. Aqui em São José dos Campos, ao tempo em que o atual Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Robson Marinho, era prefeito e sua irmã Iara Marinho, secretária de Educação, esta afirmou que não existia nada mais democrático do que a fila para se obter uma vaga para o filho na concorrida rede de ensino municipal.
Acabaram-se as filas para a obtenção de matrícula nas escolas municipais e hoje existe um consenso de que as filas devam acabar também nos postos de saúde. De repente, com o fim das atuais filas, a fila poderá ser um bom negócio. “Venha entrar na fila, por apenas R$1,99“, vão anunciar os letreiros. E, tudo pelo simples prazer de estar na fila.
Luiz Paulo Costa – Jornalista
O amigo fiel
O advogado José Ferze Tau teve como cliente uma prostituta respeitosa da cidade. E se tornaram amigos. Um belo dia, um Delegado de Polícia resolveu prendê-la por exploração do lenocínio. Tau foi constituído para defendê-la na Justiça. Até que esta, no entanto, se manifestasse, a prostituta respeitosa continuava presa na Cadeia Pública que ficava na Rua Coronel José Monteiro próximo da esquina com a Rua São José, no centro da cidade. Tau morava como ainda mora na descida da Rua Capitão Roberto Ferreira Maldos, próximo do Mercado Municipal.
Durante todo o período em que ela esteve presa, era possível ver o Dr. José Ferze Tau, de terno e gravata, atravessar todo o centro da cidade, com um prato coberto por outro e enrolado por um pano de prato, como se fazia na época, talhares em um guardanapo, para levar alimentação à sua cliente e amiga. E por sua postura altiva nunca deu margem a nenhum comentário na cidade que o desabonasse.
Luiz Paulo Costa – Jornalista
Vereador Emérito
José Ferze Tau, seis mandatos de Vereador, de 1°/01/1948 a 30/01/1973 (25 anos), por sua atuação na Câmara Municipal, foi o único a receber até hoje e com justiça o título de “Vereador Emérito”. Nenhum outro Vereador até hoje conquistou seis mandatos e nem completou 25 anos de vereança.
Luiz Paulo Costa – Jornalista
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