O Capitão Aldo Santos Ferreira, com aquele seu bom humor característico de quem nasceu e viveu em Vila Isabel, no Rio, sempre que estamos bebericando e proseando na Confraria do Corneta (Bar do Stellet) no Mercado Municipal e aparece frequentador novo, gosta de dizer que me conheceu “desinaugurando” a Sala Veloso, na praça Afonso Pena (ao lado do prédio da Câmara Municipal), em 1986.
Eu era vereador e com o falecimento do vice-prefeito Hélio Augusto de Souza (sucessor do prefeito Robson Marinho, que havia se desincompatibilizado para concorrer à Assembleia Nacional Constituinte), o presidente da Câmara, vereador Antônio José Mendes Faria havia assumido a Prefeitura.
A Sala Veloso era um marco cultural da cidade. Ali havia funcionado o Conselho Municipal de Cultura em 1969/70, numa fase áurea das atividades culturais em São José. A prefeitura resolveu reformá-la.. Entretanto, mesmo sem terminar a reforma, o prefeito em exercício resolveu inaugurá-la com pompas. No dia seguinte, não tive dúvidas, me armei de alguns foguetes da Caramuru e fui para a calçada fronteiriça em promovi a “desinauguração”.
O fato realmente repercutiu intensamente. Tanto que passei a ser solicitado a comparecer em vários lugares da cidade para promover “desinaugurações”. E os munícipes aproveitaram da ideia para cobrar a realização de obras pela prefeitura. Assim é que fomos “desinaugurar” os valetões dos Jardins das Indústrias e Alvorada e da Vila Cristina, as pontes dos Freitas e do Putim, o asfaltamento de várias vias e logradouros públicos em bairros da cidade, o esgoto a céu aberto em várias vilas e assim por diante.
Uma coisa é certa: o prefeito em exercício Antônio José Mendes Faria, depois da Sala Veloso, nunca mais inaugurou obras não concluídas…
Luiz Paulo Costa – Jornalista
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