O plenário da Câmara Municipal às vezes acabava virando ringue. Uma destas vezes que assisti como jornalista ficou na história. O vereador Robson Marinho, presidente do MDB joseense, em 1970, liderava a oposição ao prefeito nomeado Sérgio Sobral de Oliveira, da Arena. Vários vereadores arenistas eram egressos do Manda Brasa (MDB). Entre eles, o vereador João Lopes Moreno. Mesmo sendo mais robusto que o franzino Robson Marinho, foi por este enfrentado em caloroso debate.
Lá pelas tantas, não conseguindo contra-argumentar com o jovem vereador oposicionista, João Moreno partiu para a agressão e rolou com Robson Marinho no plenário. Não teve dificuldade em imobilizar o vereador do MDB que já se sentia sufocado pelo vereador da Arena. Nisto chega ao plenário o vereador Toru Sanefuji, também da Arena, mas independente em relação ao prefeito nomeado. Faixa preta no judô, Toru deu uma gravata no vereador João Moreno e tirou-o de cima do vereador Robson Marinho.
Terminada a refrega, na sala do café, João Moreno reclamou da gravata que recebeu de Toru Sanefuji e este simplesmente retrucou: “Eu só queria apartar a briga, nada mais!”. Mas, por alguns dias, João Moreno ficou com o pescoço dolorido.
Em outra oportunidade, o vereador arenista Fauze Métene, também egresso do MDB, discutia ao microfone com o presidente da Câmara, vereador Sebastião Teodoro de Azevedo, da Arena independente. Não satisfeito com uma decisão da presidência e não obtendo o recuo desejado, Fauze deixa o microfone e vai até a mesa diretora discutir aos brados e dedo em riste com o vereador Sebastião Teodoro. Este, de menor estatura e sentado, ficou em situação desconfortável diante de Fauze, mais alto, em pé e corpulento.
Adentra o plenário o vereador Toru Sanefuji e diante da cena, aproxima-se da mesa, coloca o paletó que trazia nos ombros em cima dela e pergunta: “Presidente, o senhor está precisando de alguma ajuda?” Olhando para Toru, Fauze logo se afasta, Teodoro alivia o nó da gravata e a sessão segue o seu ritmo normal.
Felizmente episódios como estes são raros. Mas não deixam de fazer parte do folclore político.
Luiz Paulo Costa – Jornalista
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