1980 a 1983. Rua Rubião Júnior, 574, Centro. Telefone 228508.
De todas as casas que morei em São José, esta sem dúvidas é a que mais me desperta recordações, são memórias vivas passam por meu campo de visão frequentemente, seja estando pela região central, seja por recordar de situações no local. Lembro do dia da negociação entre meus pais e os proprietários, Chiquinho e sua mãe, Dna. Gení. Ambos já falecidos.
Ainda me recordo de sonhos que tive naquela casa, um deles foi um de uma águia dourada que reluzia diante o garoto Wagner na lateral da entrada da casa, sonho este que ocorreu em mais duas situações até os anos 90.
Mesmo morando em frente ao cemitério, o medo não era presente, ao contrário, a paz era profunda quando ali entrava. Vi sepultamentos com frequência, a família diante aquela perda irreparável, a ideia de finitude se formando dentro de mim… As vezes eu levava algum santinho pra casa para brincar, pelo traje geralmente eu o fazia de rei. Em uma ocasião minha mãe percebeu e jogou de volta para dentro do cemitério todos os santos que peguei, uns 8. Coisas de criança…
Por sorte meu pai gostava de fotografar e sou muito grato por isso, talvez por tais imagens que minha memória afetiva ecloda com tanta frequência, e nessa sequência fotográfica do relicário pessoal do passado, apresento a vocês a casa que descobri o prazer na música, onde engatinhei artisticamente, onde o que sou hoje firmou sua base.
O relato fotográfico abaixo não segue uma cronologia, é uma sequência não linear de minhas memórias.
Soldado peralta em 1981. Com grande inspiração na Trapa SWAT do dominical Os Trapalhões.
Em 1981 com meus soldados e ambulância de plástico soprado e o caminhão de bombeiro com parafusos e chaves plásticas. Acredite, eu já gostava de The Alan Parsons Project e Pink Floyd.
Equilibrando a Totica no muro de casa, e ao fundo o Cemitério do Centro.
Dois registros natalinos onde pode se ver um pouco da mobília da época. mas tem mais!
Aqui só é possível ver os bolachões do meu pai, mas a música estava ali comigo, sempre!
Iniciava-se o ano letivo… Meu primeiro dia de aula em 1981 na escola Olímpio Catão.
Subindo a torre para antena em 1980. As torres para antenas em VHF precisavam ser bem altas para diminuir o chuvisco durante a transmissão. Na época, existiam duas fornecedoras de torres para TV na cidade: Serralheria Pirk e a KAEME (que antes se chamava Sermetal). As da Pirk tinham segmentação quadrada, já as da Kaeme, triangulares. Mas enfim, o importante era a emoção de escalá-las, inconsequentemente claro!
A frente da casa com o Jumbo Eletro ao fundo, um local que eu estava quase que diariamente.
O Jumbo Eletro quando existiu na Rua Antônio Saes, 181 no Centro de São José dos Campos, década de 1980. Este é realmente um local que deixou saudades…
Corredor do Jumbo Eletro do Trevo da Dutra na década de 1970. Ver estes produtos antigos como novos não tem preço! Como adoro isso!
Este é o setor de frios e laticínios do Peg-Pag do Trevo da Via Dutra em 1976. Saliento na imagem uma lembrança que perambula o imaginário de alguns amigos, este leite longa vida exposto do lado direito, pequeno, com a embalagem em formato pirâmide, nos sabores chocolate, morango e baunilha, já o nome destes exatamente não me recordo, há o Delícia CCPL e Glut da Paulista, mas também citaram o nome Lequinho e Longuinho.
Me desculpe, acabei saindo de casa e mergulhando nas memórias do supermercado. Voltemos ao lar. Estes são Sheik, Nega, Laika e Julie. Desde sempre com um amigo peludinho por perto.
Aqui vemos meu irmão Carlos Alberto e minha irmã Cristina Siqueira em seu aniversário de 15 anos.
E por falar em aniversário, tinha momento mais gostoso que esse?
Acho que sim, o dia a dia. Ahhhh o dia a dia… Quando os maiores problemas da vida era saber se o Vira-Lata salvaria novamente Doce Polly Purebread de Simon Sinistro ou se o Ultraman iria se recuperar daquela batalha ao por do Sol…
A águia dourada aparecia com o muro das fotos acima ao fundo.
Subir a rua e estar no Shopping Centro…
Este relato, que nem foi tão breve assim poderia durar muito tempo, mas paro por aqui, creio ter sido claro evidenciando o tamanho da importância deste lar.
Quando ouço a música By The Time I Get To Phoenix interpretada por Glen Campbell, me remeto instantaneamente para esta esquina, pouco abaixo da casa da Rubião Jr. As cores do céu poente ao fundo trazem a canção à tona. A foto foi realizada no fim da tarde de um Domingo de 2018, mas o sentimento é o mesmo de 1981…
Como me sinto hoje em dia?
Encerrando aos suspiros…
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Wagner Ribeiro – São José dos Campos Antigamente
2 thoughts on “Infância nos anos 80 – Rubião Jr.”