Patrimônio Perdido – O Passado em Ruínas
O presente trabalho foi realizado pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo em 2004, e entrega um estudo sobre nosso patrimônio perdido, aquele que foi referência no passado e hoje já não existe.
Fachada dos pavilhões femininos e médico-cirúgico s.d.
Arquitetura Sanatorial
Tânia Bittencourt
Arquivo Público do Município
Iniciado em 1935 pela Sociedade Israelita de Beneficência “Ezra”, projetado pelo eng. Pedro Moreira da Costa. No assentamento da pedra fundamental vieram para o evento vários membros da colônia israelita. Possuía cento e vinte leitos e trinta funcionários.
A Sociedade Israelita de Beneficência “Ezra” iniciou-se em 1916, com a denominação de Sociedade Israelita Amigos dos Pobres Ezra,” que cuidava de todas as etapas da vinda dos imigrantes judeus pobres da Europa ao Brasil, desde a carta de chamada, o desembarque no porto de Santos, o primeiro alojamento no bairro do Bom Retiro, o curso de português e o encaminhamento para um emprego. Depois, a Ezra auxiliava também os judeus pobres já estabelecidos na cidade. No final dos anos 20, a Ezra tornou-se a representante em São Paulo das principais organizações judaicas internacionais que providenciavam a emigração de judeus da Europa.”. A fundação da Sociedade Ezra e da Sociedade das Damas Israelitas (1915), proporcionaram o ambiente propício para o estabelecimento dos judeus na cidade de São Paulo, formando uma “colônia israelita” na capital do Estado” 1. Em 1924, a Ezra, fundiu-se com a Sociedade Pró-Imigrante, tornando-se Sociedade Beneficente Israelita Ezra.
Galeria de Cura s.d.
Arquitetura Sanatorial
Tânia Bittencourt
Arquivo Público do Município
Sala de Cirurgia s.d.
Arquitetura Sanatorial
Tânia Bittencourt
Arquivo Público do Município
O Sanatório recebia imigrantes judeus de todo o país. Assim, as várias colônias judaicas, enviavam donativos para a manutenção do Sanatório através de campanhas beneficentes. Isto auxiliou a manutenção e existência do Sanatório Ezra. Inicialmente construído para atender somente integrantes da comunidade judaica, acabou ampliando o atendimento para doentes de qualquer corrente religiosa. Em 1940 foi ampliado, recebendo novo pavilhão.
Quarto s.d.
Arquitetura Sanatorial
Tânia Bittencourt
Arquivo Público do Município
Passadiços para comunicação entre os pavilhões s.d.
Arquitetura Sanatorial
Tânia Bittencourt
Arquivo Público do Município
Funcionou até 1966, sendo desativado devido à mudança nos processos clínicos de cura da Tuberculose, e consequente queda no número de internos. Em 1969, foi desapropriado pela Prefeitura Municipal de São José dos Campos para a implantação de um Parque Municipal. Em 1971, através do Decreto nº 1415/71, foi criado o Parque Santos Dumont. Para este fim, o Sanatório foi demolido neste período.
Portaria s.d.
Arquitetura Sanatorial
Tânia Bittencourt
Arquivo Público do Município
Pavilhão Médico Cirúrgico s.d.
Arquitetura Sanatorial
Tânia Bittencourt
Arquivo Público do Município
O Parque Santos Dumont na década de 1970.
Fundação Cultural Cassiano Ricardo
Eng°. Edmundo Carlos de Andrade Carvalho
Diretor Presidente
Diretoria de Patrimônio
Engº. Vitor Chuster
Diretor
Departamento de Patrimônio Histórico
Antônio Carlos Oliveira da Silva
Pesquisador – historiador
Donato Donizete dos Santos Ribeiro
Historiador
Lucas Brito de Siqueira
Estagiário de História
Kátia Araújo Branco
Estagiária de Direito
Fonte: Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR).
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Hoje, pequisando daqui de Miami no google sobre o sanatório onde minha avo Dulce teve tratamento passou seus últimos dias antes de falecer de tuberculose, me deparei com o sanatório Ezra na cidade de Santos Dumont em MG. Dulce faleceu com 33 anos e deixou 4 filhos, um deles meu pai com 5 anos na época. Nunca nenhum dos meus tios ou parentes conseguiram descrever sua solidão e sua amargura em ver a morte de perto. Acredito que esse sanatório tenha amparado e tratado de inúmeras pessoas que passaram por esse desafio. Aqui nos Estados Unidos temos o hospital Monte Sinai, também fundado por familia judia. Ao ver esse artigo me emocionei porque pelo menos pude visualizar o local onde minha avo passou seus últimos dias antes de falecer.
Hoje o local se transformou em um lindo parque, com pistas de caminhada, jardim japonês, 2 escolas infantis. É um espaço de muita alegria e risadas, tem um lago de carpas colorida e muitos patinhos nadando nesse lado. É um lugar de muita paz. Também foi construída uma réplica da Casa “A Encantada”, de Alberto Santos Dumont. Sou guia de turismo da cidade e amanhã será a primeira apresentação da casa ” A Encantada” no novo roteiro.