Em 1983 o maestro Sérgio Adelchi Bonadio Weiss (1928-2016) escreveu seu próprio histórico condensando uma longa trajetória em algumas linhas que vocês poderão acompanhar agora, incluindo imagens inéditas desta rica história.
Quando se fizer a história contemporânea de São José dos Campos, seguramente a figura de Sérgio Weiss ocupará um lugar de destaque, pois sua vida se funde com a de sua cidade, cidade que o viu nascer a 7 de novembro de 1928.
São José dos Campos pertencia às chamadas! “cidades mortas” do Vale do Paraíba que após o surto progressista do CAFÉ tiveram as suas economias estagnadas à espera de melhores dias. Foi dentro desse período que Sérgio Weiss preferiu seguir sua vocação artística, preterindo a oportunidade de tornar-se um industrial no ramo de cerâmica, atividade tradicional da família de seus pais Inês Bonadio e Roberto Weiss.
Decorria o ano de 1948 e numa das festas juninas promovidas pelo recém fundado Tênis Clube, um grupo de jovens liderados por Sérgio, improvisou uma batucada no rústico e inacabado salão de festas do clube. A aceitação dos presentes foi geral, O público aplaudiu, a diretoria incentivou e assim estava sendo dado o primeiro passo para a formação de um dos mais famosos conjuntos de danças do centro-sul do país. O Biriba Boys. Durante dezoito anos Sérgio liderou este grupo, apresentando-se em todas cidades da sua região, nas principais cidades dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro e também em muitas capitais do país. Nos anos 60 a presença dos Biriba Boys era sinônimo de sucesso garantido para um baile, tendo sua agenda tomada com antecedência, chegando a fazer 23 bailes num espaço de 30 dias. Teve um programa semanal na então TV-Paulista Canal 5, gravou 7 Long-Plays participou do filme “Rio a Noite”, tendo presença obrigatória nos melhores programas musicais de televisão. A então pequenina São José dos Campos, através de sua Câmara Municipal e imprensa local outorgou-lhes o título de “Embaixadores Sonoros da Cidade”, pois àquela época a cidade ficou sendo conhecida como a “terra do Biriba Boys”.
Paralelamente as suas atividades artísticas, Sérgio se dedicava com denodo à pratica do Tênis e do BasketBall, no afã de projetar sua cidade natal, também no cenário esportivo de então. É sócio funda dor do Tênis Clube e do São José Esporte Clube. Conselheiro da Associação Esportiva São José, é sócio proprietário do Clube de Campo Santa Rita, do Clube de Campo Luso Brasileiro, além de ter exercido o cargo de Vice-Presidente do Tênis Clube e do São José! Esporte Clube. Mais outros dois clubes de danças! também foram organizados por Sérgio; o Elite Clube e o Estrela D’Alva Danças, clubes populares, “para dançar como antigamente”. Recebeu da Ordem dos Músicos do Brasil, um belíssimo troféu, pelos relevantes serviços prestados à classe e desde 1968 é delegado Regional da Ordem dos Músicos, na região. É também jornalista por vocação, tendo lançado o IMPAR-NEWS, órgão de divulgação de sua firma de representações, a Impar Representações Artísticas Ltda. Durante algum tempo escreveu para os jornais diários locais, o Valeparaibano e o Agora, uma página dominical intitulada VITRINE DA CIDADE.
Em 1974, ao completar 25 anos de atividades artísticas, foi-lhe ofertada pela Câmara Municipal a 19º Medalha Cassiano Ricardo, honraria dedicada aos filhos de São José dos Campos, que tenham se distinguido no cenário nacional, elevando o nome de sua cidade. Nesta ocasião, Sérgio recebeu de diversas entidades sociais da região uma quantidade apreciável de medalhas, placas e troféus, que vieram juntar-se à sua já extensa galeria, que ele conserva com especial carinho e justificado orgulho. É ardoroso defensor e fã incondicional da música brasileira, pois em bailes em que participa, costuma distribuir folhetos exortando os dançarinos a divulgar e prestigiar a nossa música. Em novembro de 1978, inconformado com a invasão da música importada em língua inglesa, lançou uma CARTA ABERTA aos brasileiros, denunciando o tratamento secundário dispensado ao nosso ritmo, pelas emissoras de rádio e TV. Gosta de compor e teve diversas músicas suas gravadas por seus grupos.
As melodias que alcançaram maior sucesso foram CARAGUATATUBA de parceria com J. Cursino, e SÃO JOSÉ BOM DE BOLA, marcha carnavalesca que foi declarada hino oficial do carnaval de 1981, ano em que os clubes da cidade foram campeões paulista em basquetebol, futebol e natação, foi o carnaval da vitória e a marcha São José Bom de Bola, foi a mais cantada nos salões da cidade.
Sérgio foi um pioneiro na difícil arte de fazer baile e hoje continua exercendo sua atividade musical, quer seja como diretor artístico do grupo Brasilia Modern Six ou como tecladista de sua mais recente criação, a Orquestra Silver Star, além de apresentar-se isoladamente com seu órgão eletrônico YB-75. No próximo mês de maio, Sérgio estará alcançando a apreciável cifra de 4.000 bailes realizados, sem dúvida um verdadeiro recorde nacional, alcançado através 34 anos de militância artística, representada por uma trajetória cheia de sucessos e dificuldades, porém, sempre superados com muito amor à profissão que abraçou e soube honrar sobremaneira.
São José dos Campos, 15 de março de 1983.
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Wagner Ribeiro – São José dos Campos Antigamente