A Macarronada do 1º de maio e o Pedro Rocha

Muitos já conhecem esta história, mas vou conta-la até o fim da minha vida. O Pedro Rocha era o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de São José dos Campos. Recebeu a demanda de umas cinco centenas de famílias de trabalhadores da construção civil que construíam casas mas não tinham casa própria para morar. Reuniu-os e convidou as autoridades da cidade (prefeito, vereadores, etc.) para uma reunião com eles para discutir uma solução.

Como era vereador compareci, assim como outros vereadores. Comprometi-me com o movimento para encontrar uma solução. Na Câmara Municipal, apresentei, com a assessoria do assessor legislativo e ex-vereador Carlos Xavier de Oliveira, um projeto de lei criando a Empresa Municipal de Habitação (EMHA). Aprovado, o projeto de lei foi sancionado pelo prefeito Ednardo José de Paula Santos, que, no entanto, não teve tempo de implementá-lo.


O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Pedro Rocha, conseguiu com o fazendeiro José Carlos um acordo para adquirir uma área de terra em sua fazenda, na região hoje conhecida como Novo Horizonte, para iniciar um projeto de autoconstrução. Os trabalhadores da construção civil sem casa própria reuniram mil famílias que iniciaram a construção de sua casa própria na área.

Ocorreu a mudança do governo municipal, elegendo-se o prefeito Joaquim Bevilacqua (MDB), que não só resolveu apoiar a iniciativa do Pedro Rocha, dando total apoio ao Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, como acabou, ato contínuo, sancionando o meu projeto de criação da própria EMHA (que iniciou outra história). As mil famílias de trabalhadores da construção civil, que haviam iniciado mutirões para as construções de suas casas próprias, passaram a contar com o apoio da prefeitura municipal.

E, num prazo de um ano, ergueram por conta própria as suas mil casas próprias, transformando a região no Parque Residencial Novo Horizonte. E a macarronada? Nos mutirões, como pode confirmar o ex-vereador José Laurindo Portela, na época líder sindical e comunitário, que, entre outros, foi decisivo no apoio da iniciativa, as famílias construíam as suas casas próprias nos fins de semana.
Durante a semana todos trabalhavam em suas ocupações para sustento da família. E o alimento que levavam para passar os fins de semana trabalhando na construção de sua casa própria era o macarrão, mais fácil de levar e de fazer no próprio local. E, assim, nasceu o Parque Residencial Novo Horizonte, com casas muito melhores do que as dos conjuntos, na época, do BNH. E nasceu a Macarronada em comemoração ao Dia dos Trabalhadores em São José dos Campos.

Portanto, no próximo 1º de Maio, comemorado (espero eternamente) com a macarronada do Parque Residencial Novo Horizonte, o meu pleito de saudade e de reconhecimento desse grande líder dos trabalhadores da construção civil que foi PEDRO ROCHA. Que ele desfrute da vida eterna que bem merece!

Luiz Paulo Costa – Jornalista

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