Um grupo de amigos formado por médicos, professores, dentistas, empresários, jornalistas, advogados e outros profissionais resolveu em 1990 iniciar um trabalho de inclusão social no Campo dos Alemães, na época um verdadeiro gueto dentro da cidade de São José dos Campos. Entre os integrantes destacavam-se os médicos Faustino Nelson D’Ávila (já falecido) sua esposa a professora Dalva, o ortopedista Arnoldo Jambo e sua esposa a professora Catarina, o pediatra Luiz Carlos Rosa e sua esposa a assistente social Maria Helena, o empresário Carlos Daoud (já falecido) e sua esposa a dentista Glaura Flávia, eu e minha esposa Maria Elisa, o repórter-fotográfico André Freire (secretário geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo), o engenheiro Eduardo Tude e outros.
A forma escolhida para iniciar este trabalho de inclusão social foi criar um Bloco Carnavalesco denominado de Engole Sapo na região do Campo dos Alemães. O perfil deste bloco foi definido como satírico, irreverente e crítico político e social. De início, e pensando talvez em se transformar em escola de samba, adotou-se o samba enredo como música para embalar o desfile do bloco. O primeiro samba enredo, no entanto, foi uma marcha de autoria do compositor e cantor Pérsio Assunção, convertida em samba, “Laia da Maracutaia!”, e que criticava a prática da corrupção política. E assim ocorreram os primeiros anos do bloco.
A maioria dos participantes do bloco era do Conjunto Elmano Ferreira Veloso (EMHA), que fica ao lado do Campo dos Alemães, e dos Jardins Imperial e Colonial. Os ensaios, no entanto, aconteciam numa escola municipal do Campo dos Alemães. O Engole Sapo era o único bloco carnavalesco a desfilar pelas ruas centrais da cidade, abrindo o carnaval de rua no sábado de carnaval, pela manhã, e em seguida rumava para a região do Campo dos Alemães, desfilando pela avenida principal do Jardim Colonial.
Não sendo bem sucedido o projeto dos idealizadores de construir uma sede para o Bloco Carnavalesco Engole Sapo na região do Campo dos Alemães, o bloco acabou fixando-se no centro da cidade, embora continuando aberto à participação dos moradores da região sul e de outras regiões da cidade. E de alguns anos a esta parte, passou a se embalar exclusivamente ao som de marchinhas carnavalescas, adotando até uma marcha oficial, de autoria do carnavalesco Ganzê, entoada todo o ano, mas incluindo alguns versos satirizando as situações sociais e políticas do momento.
Com o falecimento do médico Faustino Nelson D’Ávila, em 1997, acabei assumindo a coordenação do Engole Sapo, e com novas adesões de foliões o bloco vai para o seu 32º carnaval em 2020.
O Bloco Carnavalesco Engole Sapo deve retomar os seus carnavais em 2023!
Luiz Paulo Costa – Jornalista
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