Evocando memória de diversas gerações, veremos em sequência, divididas em 2 postagens, muitas imagens e informações da mais antiga escola do município, o Grupo Escolar Olímpio Catão, que existe no coração de São José, na Praça Afonso Pena. Recoste-se na poltrona e cuidado com as vertigens, pois este é um efeito colateral da viagem no tempo!
Grupo Escolar “Olímpio Catão”
Pedro de Paiva Baracho foi um abastado fazendeiro em São José dos Campos. Juiz de Direito, foi em 1870 nomeado para a Comarca de São Simão. Em 1884, a Câmara Municipal de São José oficiou ao Imperador D. Pedro II, pedindo sua transferência para cá. Esta foi negada, permanecendo na região oeste do Estado por muitos anos.
Em outubro de 1884, entusiasmado com a campanha abolicionista, iniciada na Capital da Província por Antônio Bento, Dr. Pedro concedia alforria a 12 de seus escravos, sendo considerado o precursor da libertação de escravos na cidade. Construiu uma mansão no centro do município, em terreno próximo ao prédio da Câmara e Cadeia (atual Praça Afonso Pena). Passou por uma crise financeira, saindo da cidade na primeira década do século XX.
Em 1909, esta casa foi adquirida pelo Governo Estadual e restaurada (sendo gasto 107 mil réis) onde se instalou o Grupo Escolar Olímpio Catão, inaugurado em 14 de Setembro de 1910. Este, o primeiro grupo escolar da cidade, foi fundado em 1896, inicialmente instalado no prédio de propriedade da Família Mascarenhas.
A Festa de inauguração foi um grande evento social, realizado na própria escola, recebendo as autoridades locais e algumas estaduais, além dos representantes da “elite” joseense. Durante os quarenta e sete anos em que foi sede da escola, formou centenas de pessoas da cidade, inclusive vários políticos e artistas locais, como por exemplo, Cassiano Ricardo.
O Grupo Escolar “Olímpio Catão”, estava em 1954, em estado precário. Duas salas no pavimento superior estavam ameaçando ruínas, cedendo duas paredes, levando a direção a interditar as aulas nestas salas. No mesmo ano, foi requerido na Câmara que tomasse providências sobre as condições do prédio.
Em abril de 1954, o Secretário da Educação interditou o prédio, transferindo os alunos para outras escolas e para surpresa da cidade, em 1956, foi decidida a demolição do prédio pelo Governo do Estado e a construção do novo prédio do Grupo Escolar e em 1957 o prédio foi demolido e isto gerou protestos nos jornais da cidade e pela população.
“Praça em frente ao Olímpio Catão em 1969.” Por Ivan Nelson Correa.
Antigo piso e piano da escola resistindo ao passar dos anos.
Panfleto comemorativo de 90 anos do colégio, há 33 anos.
“Esta foto achei no fundo do Baú, Escola Olímpio Catão, ano 1922, personagem, Benedicto Lorena, o 4º da esquerda p/direita, fila do meio em pé. 1º ano.” Por Remo Leão Rodrigues.
“Naquela época, 1947/50 ia à pé da Vila Maria até o Grupo Escolar na maior tranquilidade, sem medo nenhum de ser molestado ou assaltado. Era muito tranquilo. Muitas saudades. Como ficou registrado SJC não tem história… Tudo foi derrubado, infelizmente.” Por Hilton Placido de Oliveira.
“Pelo o que entendi do relato acima, esta casa não existe mais e ficava na atual Pça Afonso Pena, é isto mesmo? Muito legal, uma pena que em nossa cidade poucos prédios tão antigos restaram para mostrar a nossa história dando lugar a prédios modernos.” Por Cybele Azevedo.
“Eu estudei no Ângelo de Siqueira Afonso. Havia uma rivalidade entre os dois Grupos Escolares: Havia uns versinhos que a rivalidade estimulava. Eram assim:
Olímpio Catão
Cara de gato, focinho de cão
Entra burro
Sai ladrão
Coisas da época, idos da década de 1950. Coisas de crianças!” Por Luiz Augusto Paiva da Mata
“Diploma do meu pai, José Hilgert, de 30 de Novembro de 1940.” Por Maria Teresa Hilgert Maia.
“Alunos em 1947 com a Profa. Leonor Pereira Nunes Galvão. Minha mãe é a terceira da segunda fileira, da direita para a esquerda.” Por Celia Bueno.
“Festa Junina, entre 1975 e 78, estou ai entre as crianças…” Por André Santos.
“Lembro do Dr. Dias que era dentista na escola e morava na rua das monções e do Sr. Silas inspetor de alunos, foi meu vizinho na Rubião Júnior, tocou no Biriba Boys. O que mais gostava era época de festa junina, altas festa ali e em outros colégios era tudo de bom.” Por Mauro Miguez.
“Formatura dos alunos da quarta série em 1968. A professora D. ª Neusa de carvalho entregando os certificados aos seus alunos.” Por José de Paula.
“Boletim escolar de meu pai, Antônio Arantes Barbosa em 1943. A assinatura abaixo é de meu avô Benedito de Paula Barbosa.” Por Luiz Carlos Barbosa.
Olímpio Catão, 1950. Professoras Terezinha e Isabel.
Agora uma paradinha para um café, retornando em breve com a segunda parte! 😉
Traga sua história para ser contada! Digitalização de fotos,
vídeos, áudio, documentos, recortes de jornais, gravação de depoimentos,
cartas, etc.
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Wagner
Ribeiro – São
José dos Campos Antigamente
Legal meu amigo! Minha mãe Cynira de Paula Siqueira Gomes (1926-1996) estudou no GE Olimpio Catão nos anos 30. Segundo ela, uma das professoras foi a Dona Maria Nazareth de Moura Veronese (hoje nome de escola municipal no Jdim da Granja). Sou professor aposentado e trabalhei muitos anos na EMEF Veronese. Em tempo, em 2008 eu trabalhava na EMEF Sebastiana Cobra (Jdim das Industrias) que, naquele ano, Dona Sebastiana completaria 100 anos. Fui até o Olimpio Catão onde Dona Sebastiana Cobra trabalhou por muitos anos e lá aposentou.
Parabéns…e muito obrigado ao Wagner Ribeiro..escritor..historiador.. investigador sobre a história de São José dos Campos…!!! Muito interessante a história do Olímpio Catão. Estudei nessa escola nos 1950..