A chegada do passe de ônibus (1965)

Curiosamente, no dia em que a Câmara Municipal anuncia a aprovação um projeto, PL 302/23, autorizando a Prefeitura a implantar o pagamento da passagem dos ônibus do transporte coletivo de São José, com cartão de débito e crédito, durante as pesquisas encontrei uma matéria referente a implementação do passe de ônibus no município, em 1965.

Passes resolverão o problema do troco nos ônibus urbanos

O recente aumento nas tarifas dos ônibus urbanos de São José dos Campos encontrou por parte da população local, elevado espirito de compreensão. Efetivamente, numa época em que o encarecimento das utilidades gerais se processa em ritmo acentuado, também for dos transportes vem de sofrer esse impacto, positivado através de elevações de preço de combustível, pneus, peças, acessórios, etc.

Esses aumentos, postos vigor desde o dia primeiro corrente, conforme O comunicado que o CORREIO JOSEENSE divulgou, fixaram 75 cruzeiros o preço das passagens em algumas linhas como as de Santana, CTA, etc., surgindo dai um problema que deu motivo a reclamações populares, o do troco. Dadas as dificuldades de encontrar cédulas de cinco cruzeiros, alegaram alguns passageiros que o preço da passagem estaria, assim, sendo arredondado para oitenta cruzeiros, que representaria novo aumento, desta vez fora da tabela aprovada pela Portaria 5.900, de 26 de março último.

PASSES: A SOLUÇÃO

A propósito do assunto, a reportagem teve oportunidade de ouvir, na tarde de ontem o dr. Sílvio de Barros Bindão, gerente comercial da Empresa de Ônibus São Bento, que nos declarou o seguinte:

— Efetivamente, tivemos notícias de reclamações sobre essa questão de troco e tudo se prende à falta de notas do valor de cinco cruzeiros, que os nossos cobradores às vezes não tem. Assim, quem, para pagar uma passagem de 75 cruzeiros entrega uma nota de 100 ao cobrador, só não recebe 25 de troco quando for totalmente impossível aquele funcionário arrumar uma nota de cinco cruzeiros.

De nossa parte, temos solicitado aos Bancos que nos forneçam dessas notas para evitar sua falta nos carros em trânsito pela cidade. Não existe, nem poderia existir, vontade ou intenção de cobrar oitenta cruzeiros por uma passagem de setenta e cinco, nem mesmo por parte do cobrador que não tem a cédula divisionárias.

Continuando, declarou ainda o dr. Sílvio de Barros Bindão:

— Quanto à sugestão para que a empresa mande imprimir vales na importância de cinco cruzeiros, feita algures ideia é inexequível, pois a empresa de Ônibus São Bento não tem autorização para emitir dinheiro, que outra coisa não é o vales. Temos tratado de arranjar o maior número possível de cédulas de cinco cruzeiros para que elas não faltem em nossos ônibus e o público seja bem atendido. É o que estamos fazendo.

E concluindo:

— No tocante à alegação de que pessoas que usam duas ou mais vezes por dia nossos carros então pagando cerca de 20 cruzeiros diários a mais рог falta de troco, e essas pessoas aconselhamos a aquisição de passes em blocos de 50. que se encontram à venda cm nossos escritórios. Com a utilização de passes comerciais, que vem tendo boa aceitação, o demonstra o número sempre crescente de adquirentes com esses passes comerciais fica solucionada a questão e ficam evitados prejuízos ocasionais para os chamados passageiros mensalistas. Quanto aos eventuais, aos que usam nossos carros lá uma vez ou outra (e geralmente os que mais reclamam), a esses só podemos recomendar que levem já trocado o dinheiro da passagem.

Correio Joseense, 11 de abril de 1965, Num. 2009

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