Uma breve história da trajetória dessa dupla caipira joseense, da década de 50, contada por Franciolli, filha do “Louro”.
Ditinho (Benedicto José dos Santos), meu pai, e seu irmão, Gilberto, começaram a cantar aos 7 e 5 anos, respectivamente. Assistiam à dupla Zilo e Zalo, sua maior inspiração, e queriam ser iguais a eles, tentando imitá-los.
Até os 14 anos, quando meu pai começou a trabalhar na Tecelagem Parahyba, ele só cantava, pois não tinha condições de comprar um instrumento, que era seu sonho. Até que, um dia, em 1955, Dr. Clemente (diretor da Tecelagem), pediu que os meninos cantassem numa festa, em sua casa. Meu pai disse que não seria possível, pois não tinham instrumento. Então, Dr. Clemente deu aos meninos uma viola e um violão. Em uma semana, eles aprenderam a tocar e a festa foi um sucesso!
A partir daí, começaram a tocar em sua casa todos os finais de semana.
Nesse momento, a dupla ainda era conhecida como Ditinho e Bertinho. Até que, outra dupla da cidade, Ló e Paraíso, deu a ideia de usarem o nome Louro e Lourinho, por seus cabelos claros.
A dupla, então, começou a ficar conhecida por sempre tocarem nas festas da Tecelagem. Ficaram felizes pois faziam o que amavam e ganhavam cachê para isso.
Depois de uns 2 anos, foram convidados para tocar na Rádio Clube e, assim, permaneceram se apresentando na Rádio todas as manhãs de sábado.
A partir da Rádio Clube, a dupla começou a ser convidada para tocar em festas de igreja, casamentos e festas juninas. Mas, o lugar que mais gostavam de se apresentar era na famosa Roda de Viola, em frente à praça da Igreja Matriz, onde duplas e cantores da cidade, se revezavam em apresentações durante as tardes de sábado.
Alguns de seus amigos eram: Ló e Paraíso, Mineiro e Mineirinho, Dourado e Douradinho, Reizinho (Duo Leal). Tinham como inspirações principais: Tonico e Tinoco, Zilo e Zalo, Tião Carreiro e Pardinho. Ouviam-os diariamente.
Na Rádio Clube, gravaram uma fita K7 com diversas músicas de autoria da dupla e distribuíram aos seus amigos. Meu pai diz que esse foi um momento de muita alegria. Mas, sua melhor lembrança, foi quando tocou a primeira vez, na Rádio Clube, e sua mãe (minha avó), Alice, os ouviu e ficou muito feliz! Ele se sentiu orgulhoso.
A dupla teve seu fim quando Lourinho se casou, aos 18 anos.
Uma curiosidade: meu pai foi o funcionário com maior tempo de trabalho na Tecelagem Parahyba. Foram 47 anos de muita dedicação e responsabilidade nesse lugar em que ele tanto amava e era muito querido. Começou aos 14 anos, entregando uma garrafa de leite para cada funcionário, que era ofertada pela Tecelagem. Mais tarde, trabalhou no mercado onde os funcionários podiam comprar e o valor ser descontado em seu salário (o primeiro mercado do Brasil com esse sistema). Depois, trabalhou no setor de compras e terminou essa longa trajetória, em 2002, como Gerente de Compras.
Meu pai, Ditinho, é um homem espetacular e muito querido por todos. Sempre muito responsável e amável com nossa família e amigos. É um privilégio ser filha desse pequeno-grande homem!
Registrar aqui, sua história, é uma singela forma de homenageá-lo e de marcar sua presença na história de nossa cidade tão amada.
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Wagner Ribeiro – São José dos Campos Antigamente