A história de Basílio Baranoff (pt2)

Basílio Baranoff (1933-2008) foi um importante membro do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) em São José dos Campos, SP. Ele desempenhou um papel fundamental na equipe brasileira que deu os primeiros passos do Programa Espacial Brasileiro em 1965. Além disso, participou ativamente do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) em Natal, RN, contribuindo para o primeiro lançamento de foguete do Brasil.

Baranoff foi convidado a visitar as instalações espaciais russas e a Cidade das Estrelas, na Rússia, o que o inspirou a se dedicar ainda mais à pesquisa sobre a possibilidade de vida inteligente fora da Terra. Seu foco incluiu análises de evidências científicas, paracientíficas e ufológicas relacionadas a esse tema fascinante: a existência de vida inteligente no Universo.

1o Tenente Meteorologista Ulisses Belcufiné, Eng. Yokota Satoshi e o Sgt. Basílio Baranoff, no interior do sistema de computação, durante uma operação de treinamento em Wallops Flight Center – USA, recebendo os dados do radar, no rastreamento de foguetes.
O instrutor da NASA, Ron Bitler, durante o treinamento prático no sistema de radar, em Wallops Flight Center, juntamente com a equipe brasileira e argentina.
Eng. Yokota Satoshi, os Sargentos Alfredo Stalhberg e Basílio Baranoff, no interior do sistema computador, que recebe informações enviadas pelo radar e registra todas as informações de trajetória real do foguete no espaço. Este computador era utilizado na guerra do Vietnã para teleguiar aeronaves até o alvo.
CreatEm ambas as fotos, o Sargento Basílio Baranoff, durante o treinamento em Wallops Flight Center – USA, no Open Sight (Visor) do sistema de radar, para o enquadramento e rastreamento inicial do foguete em voo, desde o lançador até que o radar assuma o controle automático da trajetória.

Cel. Aviador Ivan Janvrot de Miranda, Eng. Yokota Satoshi e o Sgt. Basílio Baranoff, ao lado do Sistema Radar MPS-19 de rastreamento de foguetes, em Wallops Flight Center – USA, durante a fase final de treinamento prático.
Da esquerda para a direita, os brasileiros que foram selecionados para realizar o curso em Wallops Flight Center – USA, os Sargentos Yoshiro Tomita, Basílio Baranoff, Alfredo Stalgberg e Tutomu Kasse, durante a escala de voo em Belém, em julho de 1965.

O mesmo grupo de Sargentos e ainda o 1o Ten. Ulisses Belcufiné emais dois civis, um deles sobrinho do Ten. Brig. Eduardo Gomes.
1o Tenente Basílio Baranoff, especialista em eletrônica. Foi integrante da equipe brasileira que iniciou os primeiros passos do programa espacial brasileiro, em 1965.
Integrantes do grupo brasileiro, Cel. Av Ivan Janvrot, Basílio Baranoff e Yokota Satoshi (que foi vice presidente da Embraer), juntamente com os integrantes argentinos durante o Curso de Radar MPS-19 para rastreamento de foguetes, em 1965 em Wallops Flight Center, EUA.
Basílio Baranoff (quarto da esquerda para a direita) em treinamento durante o Curso de montagem de foguete meteorológico em Wallops Island, EUA, em 1965.
Roberto L. Krieger, Diretor da Wallops Island, USA, entregando o certificado de conclusão do curso de Rastreamento de Foguetes com RADAR a Basilio Baranoff, em Novembro de 1965.
National Aeronautics and Space Administration
Certificado de conclusão do Programa Experimental Interamericano de Treinamento em Rede de Foguetes Meteorológicos, dado pela Nasa em 10 de novembro de 1965 a Basilio Baranoff.

Natal sonha com o lançamento do primeiro satélite

Moço, este foguete subiu bonito mesmo; quando é que vão mandar um satélite brasileiro para mostrar aos gringos que nós também somos bons?

Esta indagação foi feita por um motorista de táxi que se encontrava parado próximo ao portão de entrada da Base de Lançamento de foguetes da Barreira do Inferno, em Natal.
Assim como ele, todo o povo de Natal acompanha com o maior interesse as atividades da Barreira. Há algum tempo as rádios de Natal anunciavam a hora certa e acrescentavam:

“Falando da capital espacial do Brasil.”

O cenário

A Base da Barreira do Inferno é realmente uma coisa bonita dentro da paisagem de Natal. Localiza-se a 15 quilômetros do Centro da Cidade e é composta de edifícios modernos, todos pintados de rosa, alguns deles semelhantes aos que se vê nos filmes de science fiction, contrastando com o verde da vegetação, que não chega a cobrir totalmente as dunas brancas. Ela fica à beira-mar e as cinco plataformas de lançamento ficam bem afastadas do conjunto de edifícios e próximas às escarpas vermelhas que terminam numa pequena praia.
As escarpas vermelhas deram origem ao nome Barreira do Inferno e sua história varia entre a lenda e o verdadeiro.

A lenda

Diz-se que há muito tempo, quando a região não tinha nem sinal de gente, um grupo de pescadores regressava em suas jangadas ao pôr do sol, quando o mar bravio jogou-os contra as escarpas, até então sem expressão.
O sangue coagulado dos pescadores deu a cor que as escarpas têm hoje e eles nunca mais quiseram se aproximar da Barreira. Preferem voltar pelas praias de Ponta Negra ou Piraguí, entre as quais está localizada a Barreira do Inferno.

A Barreira e a Lua

O povo de Natal acredita firmemente na Barreira do Inferno e confessa um certo ressentimento contra os comentários jocosos dos outros Estados, que chegam a incluir os foguetes lançados de Natal ao repertório de anedotas.

O número de foguetes lançados tem sido grandes, mas mesmo assim eles acompanham tudo com o máximo interesse. Esta semana, entretanto, os comentários eram maiores.

– Vamos mandar um foguete para ajudar os gringos a levar seus astronautas à Lua.

A referência era feita ao foguete Black Brant IV, lançado terça-feira à noite, dentro do projeto SAFO/BB IV, com a missão de fazer sondagem da Anomalia do Atlântico Sul, para ver a possibilidade de resposta rápida das mudanças de doses de radiação e taxa de radiação em altitudes orbitais na região da Anomalia do Atlântico Sul ou anomalia geométrica brasileira.

Esses dados deverão estar disponíveis pouco tempo após um aviso de lançamento, de forma a oferecer o apoio necessário aos voos tripulados do Projeto Apolo, que prevê o desembarque de astronautas na Lua no ano que vem.

Eles vão à Lua graças aos dados obtidos aqui na Barreira, porque sem esses detalhes técnicos não poderão saber até que ponto os astronautas estarão sujeitos à radiação solar ou ao magnetismo do campo magnético da Lua, comentava-se.

O Black Brant

O foguete Black Brant IV é de fabricação canadense, mas o seu lançamento faz parte das experiências da ANAE dentro do Projeto Apolo. Ele tem um espectômetro Geiger projetado e fabricado pela Lockheed Electronics. O espectômetro contém cinco circuitos de detecção e medidas de gradientes e prevê todos os dados necessários para determinação de energia dos elétrons e suas distribuições de densidades. Cada um dos cinco detectores é coberto com uma blindagem de espessura especifica, cada um diferente para cada tubo.

A carga útil do Black Brant IV, avaliada em US$ 200 mil, fica em um cilindro preso a um cone que é ejetado 50 segundos após o lançamento.

Em seguida vêm três câmaras de ions, a serem transportadas na carga útil do foguete, para medir diretamente as doses de radiação. Essas unidades operam por corrente, a qual proporcional à taxa de ionização na câmara.

Cada uma das câmaras de ionização tem espessuras semelhantes à da parte do traje espacial, à do módulo lunar da cápsula Apolo, e à do módulo de comando da mesma cápsula Apolo.

Trecho extraído de um jornal da década de 1960 sem identificação.

Os Sargentos Alfredo Stalhberg e Basilio Baranoff, integrantes da equipe brasileira, realizando os alinhamentos e calibração do Sistema de Radar MPS-19 de rastremamento de foguetes no CLBI – Natal.
O Coronel Engenheiro Mecânico, Abner Maciel de Castro, contribuiu de modo decisivo durante os primeiros passos do Programa Espacial Brasileiro. Foguete Sonda II na plataforma, pronto para o lançamento experimental.
Descarregamento do Sistema Radar enviado pela NASA, Wallops Flight Center na Base Aérea de Natal, em Novembro de 1965 pelo Hercules C-130. O Sargento Alfredo Stalhberg de costas acompanha o descarregamento. Os dois trailers, instalados nos “trucks” foram transportados até o CLBI, a 17 km da Base.
Entrada principal do centro de Lançamento de Foguetes da Barreira do Inferno (CLFBI).

Brasil na era aeroespacial – Da Barreira do Inferno para o Céu

Para muitos brasileiros, Barreira do Inferno é apenas um nome. Poucos sabem que, em atividade, ela supera até algumas bases espaciais soviéticas. A Comissão Nacional de Atividades Espaciais anunciou que seu programa, em 67, inclui a construção, lá, de novas rampas, o treino de mais técnicos e o disparo de quase 150 foguetes de diferentes tipos (dois por semana), ritmo mais intenso que o dos ingleses em Woomera e dos russos em Kapustin Yar.

Criada em 1962, a CNAE é o órgão que coordena o esforço do Brasil em direção à nova fronteira cósmica. Está subordinada ao Conselho Nacional de Pesquisa. Ficou claro, desde o início, que não estávamos em condições para entrar na chamada corrida espacial. Poderíamos, entretanto, colaborar em alguns programas internacionais de pesquisa aeronômica, destinados á recolher informações para melhorar os estudos de meteorologia e as comunicações, campos em que nos ressentimos particularmente. Tínhamos técnicos, como o Dr. Fernando Mendonça, que trabalhara na concepção do satélite americano Telstar e desfrutava de fama nos EUA. Outros foram mandados às bases americanas para estágios de familiarização com o material mais moderno. Finalmente, acordos multilaterais com americanos e canadenses nos garantiram o apoio técnico indispensável.

Em São José dos Campos, São Paulo, há uma anomalia magnética conhecida dos cientistas. Naquela região, os raios cósmicos chegam quase ao nível do solo, e ali a CNAE construiu um ultramoderno Laboratório de Física Espacial, hoje uma espécie de QG das nossas atividades espaciais. A proximidade das indústrias paulistas fornecia o background necessário, e hoje o Centro conta, entre outras coisas, um sistema capaz de rastrear seis satélites simultaneamente, inclusive um computador e um relógio atômico para cálculos de órbita, uma equipe especializada em traduzir os bip-bips recebidos em dados científicos e um bem equipado grupo de laboratórios, onde futuras experiências são planejadas. Há também locais para a construção de delicadas ogivas instrumentadas para foguetes de pesquisa, cargas úteis cuja confecção exige elevado padrão técnico e que apenas umas poucas nações no mundo podem executar.

Tudo na base é ultramoderno e cientificamente planejado.

Para a base de lançamentos, optou-se pelo litoral nordestino: proximidades de Natal, Rio Grande do Norte, numa região em que existe enorme barranco de argila vermelha, cujo nome acabou designando o complexo da base Barreira do Inferno.

A escolha levou em conta o excelente clima, as condições atmosféricas ideais, a facilidade de transporte pela proximidade do mar e da moderna base aérea de Parnamirim, o baixo custo da mão-de-obra local e, sobretudo, a proximidade do equador magnético da Terra, o que torna o local ideal para lançar foguetes de sondagem e satélites em órbita equatorial. Ali tudo era favorável e, depois que a FAB concluiu o levantamento aerofotogramétrico da região, as razões da escolha se tornaram evidentes.

Iniciou-se em 1965 a construção da base, concluída, nas suas partes essenciais, em dezembro do mesmo ano. Dois foguetes Nike, ambos lançados com sucesso, inauguraram a nova base, cujo escopo, desde o princípio, foi a colaboração internacional. Pouco mais de um ano decorrido, a Barreira é um dos mais ativos centros de lançamento do mundo, e certamente o mais ativo do Hemisfério Sul. Dali sobem pelo menos dois foguetes por semana. Em pouco tempo, os técnicos da CNAE e da FAB mostraram sua habilidade e, à medida que os sucessos se acumulavam, aumentava o interesse mundial pelo seu trabalho.
Revista Fatos e Fotos, Janeiro de 1967

Sangento Alfredo Stalhberg operando o radar MPS-19, no rastreamento do foguetes, no CLFBI – Natal – RN.
Foguete Nike Apache na plataforma de lançamento em Wallops Flight Center. Foguete semelahnte foi utilizado como treinamneto pela equipe brasileira em 24 de Agosto de 1965. O foguete foi lançado pela equipe pioneira, brasileira, em 15 de Dezembro de 1965 âs 16:28hs como o primeiro foguete lançado no CLFBI – Natal – RN.
Visão panorâmica das plataformas de lançamento de Foguetes no CLFBI – Natal. Vê-se a casamata, a Torre de Anemômetros de 42 mts, ao fundo o Centro de Controle, o Setor de Comunicações e o Mirante para o público.
Área do centro de Lançamento de Foguetes da Barreira do Inferno (CLFBI), a casamata e as plataformas e lançamento de foguetes.
Imagem do segundo lançamento noturno de foguete Nike Apache, em 18 de Dezembro de 1965, no Centro de Lançamento de Foguetes da Barreira do Inferno (CLFBI) em Natal, Rio Grande no Norte.

Foguete Sonda na plataforma de lançamento do Centro de Lançamento de Foguetes da Barreira do Inferno (CLFBI) em Natal, RN.
Cabo Antônio Rabelo de Araújo, diante dos foguetes Nike Apache, na Operação Eclipse, que ocorreu em 20 de outubro de 1966, na praia de Cassino, cidade do Rio Grande, RS.

Um esforço na educação espacial “Space Education”

“A educação é o maior investimento do capital humano. O valor econômico depende da procura e oferta da instrução considerada como aplicação. Em nações de alta renda, o que constitui riqueza, acima de tudo é a capacidade do Homem”.

Theodore Shultz, Prêmio Nobel de Economia

O que é a atividade espacial educativa

É definida pela Fede- ração Internacional de Astronáutica (IAF), com sede em Paris, como toda a atividade executada por pessoas ou associados na forma de grupos de jovens estudantes, vinculados preferencialmente às escolas, com o objetivo de realizar trabalhos de pesquisa, projeto, construção e lançamentos de mini-foguetes educativos experimentais autopropulsados, que atingem o apogeu em 40.000 m. Mesmo nos projetos mais sofisticados, realizados por jovens universitários, esses foguetes são aceitos no âmbito internacional como engenhos espaciais educativos.

O IAF classifica atividade espacial educativa em três níveis NV:

NV 1 – Os Minifoguetes Educativos (ME), destinam-se às crianças de 10 a 14 anos; são construídos de papelão, plástico, borracha, madeira. São limitados

para uma massa total, propelente e impulso total do motor. Atingem um apogeu máximo de 1500 m. São dotados de motores que não oferecem riscos, com pequena quantidade de propelente, fabricados por órgãos autorizados e homologados, principalmente sob o aspecto de segurança;

NV 2 – Minifoguetes Experimentais (MEX), são engenhos auto-propulsados de construção metálica, tubo motor de aço, alumínio ou material composto. Exigem conhecimentos técnicos mais especializados, na concepção do projeto, construção e lançamento. Destinam-se aos jovens de 15 a 20 anos. Não possuem restrições quanto aos materiais empregados nem limite de massa. Atingem no máximo 5.000 m de apogeu. Podem ter sistema de carga útil instrumentada com recuperação.

NV – 3 Minifoguetes Espaciais (MES), são engenhos autopropulsados, semi-profissionais, de projetos mais sofisticados. Podem ser realizados como trabalhos de graduação. Destinam-se a jovens acima de 20 anos, universitários; dotado de um sistema de carga instrumentada, autopropulsados, projeto e construção de tubo de aço ou material composto.

Quando Aleksandr Serebrov esteve em São José dos Campos, para o “1º SEMINÁRIO BRASILEIRO EM EDUCAÇÃO AEROESPACIAL – 21 a 22 de outubro de 1997”. Semana da Asa. Centro Técnico Aeroespacial (CTA) – Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), Núcleo de Atividades Espaciais Educativas (NAEE). No Auditório do ITA – São José dos Campos, SP, coordenado pelo IAE através do Pesq. Diomar Cesar Lobão com participação incisiva do Pesquisador Basílio Baranoff.

O Primeiro Grupo Espacial Educativo surgiu na Alemanha, 1927 – o Veren Fur Raumschiffahrt -, de onde surgiram vários expoentes da Astronáutica, entre eles Werner von Braun, que coordenou o Projeto Apollo, culminando com o lançamento e pouso no solo lunar de dois seres humanos Neil Armstrong e Edwin Aldrin, em 20 de julho de 1969.

O futuro da educação espacial

O International Astronautical Federation (IAF), é uma organização não governamental criada em 1950, com o objetivo de promover o desenvolvimento da Astronáutica. Através do “Education Comittee”, o IAF promove anualmente desde 1991, em diversos países, seminários sobre o Futuro da Educação Espacial. O primeiro seminário ocorreu em Angers, França, com o tema Pensando no Futuro. Em 1992, foi realizado o segundo seminário em Alma-Ata, Kasakhstan, Rússia, promovido pelo Moscow Aviation Institute (MAI). A ABAEE foi convidada para participar do quarto seminário sobre o futuro da educação espacial, promovida pelo IAF, em maio de 1994, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), São José dos Campos/SP, Brasil. O IAF promoverá este seminário até 1998 e os resultados serão apresentados em Congresso que o Instituto promoverá em 1999. O relatório final sobre o Futuro da Educação Espacial será enviado aos Departamentos de Educação e Agências de todos os países, objetivando promover o ensino das Ciências Espaciais, em particular, a Astronáutica.

O principal objetivo do IAF será conscientizar os governos, as autoridades responsáveis pela educação em cada nação e o público quanto à relevância do futuro das pesquisas espaciais, no desenvolvimento e aprimoramento da qualidade de vida da civilização humana para o século XXI.

O seminário da Alma-Ata, na Rússia, foi estruturado sobre dois temas centrais. O Homem Para o Espaço, objetivando uma Educação Contínua, para o homem e a mulher que serão a força de trabalho do futuro nas agências espaciais e nas indústrias. O Espaço Para o Homem foi o segundo tema, objetivando educar e conscientizar o público e líderes governamentais para as oportunidades futuras e os benefícios que o espaço oferecerá para o planeta Terra.

O relatório final de Alma- Ata gerou diversas recomendações para vários países e instituições. Vejamos:

Aos Diretores das Agências Espaciais estabelecer oficialmente orientações e posições concretas para os especialistas na educação espacial. Apenas NASA e CNES já definiram essas diretrizes. O alvo principal para o suporte e financiamentos de pro- gramas espaciais educativos deve ser o segundo grau, porque esse segmento é um forte gerador de cientistas e engenheiros.

Criação da Mídia Sobre Temas Espaciais – publicações de matérias sobre o universo, temas espaciais, auxiliando a conscientização do público, das autoridades e da indústria espacial sobre a importância dos Programas de Educação Espacial.

• Instituto de Aviação de Moscou (IAM) – recomendou-se para a comunidade espacial russa estabelecendo um catálogo da estrutura e as diretrizes para os serviços e indústrias na área da Educação Espacial. Esse estudo poderá ser conduzido pelo MAI, possibilitando a participação de estudantes internacionais.

Estrelas, Isnimash, NPO Energia, NPO Lavotchkine, Academia de Ciências de Kasakhstan, e todos os lugares que possuem os principais dispositivos e equipamentos espaciais estabelecer de modo permanente um “Space Camp International” utilizando as facilidades e o potencial dos centros espaciais para a Educação. Combinando as atividades do “Space Camp” através das visitas aos centros espaciais, seminários e demonstrações dos dispositivos espaciais, que efetiva- mente serão os principais instrumentos de motivação, despertamento e criatividade.

Professores e Associações de Ciência formação de grupos espaciais educativos, de crianças e adolescentes interessa- dos nas atividades espaciais. Os professores e associações deverão promover atividades e criar banco de dados sobre temas espaciais.

• Finalmente, o IAF concluiu que precisamos aumentar a nossa compreensão sobre as dimensões globais dos problemas, o gerenciamento ecológico e energético do planeta Terra. É importante aumentar a cooperação entre a Rússia, EUA, Europa, Japão e Índia, nos diferentes programas sobre o futuro da educação espacial.

Associação Brasileira de Atividades Espaciais Educativas (ABAEE)

É uma organização civil, não governamental, com sede em São José dos Campos, SP. Foi criada em 1986 por um grupo de professores e jovens estudantes interessados nas ciências espaciais, com o objetivo de promover o desenvolvimento da Astronáutica, numa tentativa de transferir as conquistas espaciais para a educação. A ABAEE procura estimular, através de seus associados atividades de caráter educativo-científico, no campo da Astronáutica, através do estudo, pesquisa desenvolvimento de projetos, experimentos e lançamentos de mini-foguetes, cargas úteis instrumentadas, sistemas de recuperação, dentro das regras de segurança.

Os objetivos fundamentais da ABAEE são:

⚫ apoiar grupos espaciais educativos no Brasil; desenvolver na juventude brasileira uma mentalidade voltada para a pesquisa de temas espaciais, despertando vocações e estimulando a criatividade;

⚫ estimular a formação de grupos educativos no setor espacial junto às escolas do primeiro, segundo e terceiro graus, motivando seus professores para o ensino e a aplicação das noções básicas das ciências espaciais nas suas respectivas áreas de ensino; promover o ensino técnico-científico de conhecimento e informações entre seus associados e entidades similares, no Brasil e exterior. Promover congressos, seminários, simpósios e palestras Friburgo RJ, 24 anos, jovem este entre os grupos espaciais educativos, e entidades congêneres, utilizando temas espaciais;

⚫ construir biblioteca pró- pria com publicações na área da Astronáutica e áreas correlatas pa- ra uso dos associados.

A ABAEE é uma descobridora de talentos astronáuticos. Orientou jovens na Escola Técnica Federal de São Paulo, na criação do núcleo de Projetos Aeroespaciais (MEPA). Descobriu e orientou diversos talentos aeronáuticos como Marcelo Mecchi Morales e Renato Vicente que, em 1996 concluirão o curso experimental de Ciências Moleculares, de formação de cientistas da Universidade de São Paulo (USP). José Martucci Penoff ingressou no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em 1994. Carlos Henriqui Marchi foi orientado pela ABAEE desde os 13 anos; após concluir o mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tornou-se professor da Universidade do Paraná.

A ABAEE descobriu Reginaldo Miranda Júnior, de Nova escritor, lançou seu primeiro livro “Viajando pelo Espaço”. É uma verdadeira enciclopédia sobre te- mas espaciais russo, americano, francês e brasileiro. Já publicou em 1994, o “Jornal de Astronáutica”, números 01 e 02.

Todos desejam e aguardam oportunidades para trabalharem no Programa Espacial Brasileiro.

A ABAEE já promoveu o curso de Introdução à Astronáutica, na Escola Técnica Federal de São Paulo e na Faculdade de Tecnologia (FATEC) SP. Promoveu, em 1987, no ITA, em 1989, na USP e, em 1992, no Ano Internacional do Espaço, no INPE, o Seminário Brasileiro de Aeroespaçonáutica.

A ABAEE está elaborando o Projeto “Cidadão do Cosmo”, que conterá o Programa “Os Jovens e o Espaço Exterior”. Pre- tende apresentá-lo ao Departamento de Educação da Agência Espacial Brasileira e ao Ministério de Educação, objetivando ser uma proposta de inclusão nos currículos, para ser ministrado nas escolas de primeiro, segundo e terceiro graus.
Texto extraído das páginas de uma revista sem identificação.

Registros da década de 1990 referentes a cooperação Brasil-Russia

Baranoff com o cosmonauta Aleksandr Lazutkin.
Famosa imagem da tripulação da histórica Estação Espacial Mir-23 com o comandante Vasily Tsibliev, o convidado Jerry Linenger e do engenheiro de voo Aleksandr Lazutkin. Esta era de propriedade de Baranoff, devidamente autografada. Em breve fotos dele em visita a Rússia na década de 1990. A imagem pode ser vista no site da NASA, mas sem as assinaturas.

Estudantes vão ao Inpe saber sobre aeroespaçonáutica

A Associação Brasileira de Atividades Educativas Espaciais (ABAEE) realiza hoje e amanhã o Seminário Brasileiro de Aeroespaçonáutica no auditório do INPE. No dia 10, está prevista visita ao Centro de Visitantes do INPE e operação de lançamento de mInifoguetes educativos com exposição de minifoguetes e de maquetes de naves espaciais. Os eventos acontecem às 9 horas, em comemoração ao Ano Internacional do Espaço. As comemorações do dia 10 têm como objetivo ainda homenagear as crianças pelo seu dia.

Segundo o presidente da ABAEE, Basílio Baranoff, a associação criada em 1986, tem como objetivo incentivar os estudantes a partir dos nove anos de idade a se interessarem pelas pesquisas espaciais. Ele ressalta, no entanto, a dificuldade para conseguir adesão principalmente da rede de ensino oficial para implementação do estudo da ciência espacial. O diretor de segurança da ABAEE, José Felix de Santana, adianta que os estudos já foram introduzidos na cidade de Carpina (PE). Ele será o responsável pelo lançamento dos minifoguetes educativos no sábado.

Além dos ensinamentos específicos sobre aeronáutica, a ABAEE ensina como construir os minifoguetes. Para crianças de 9 a 14 anos, são ensinados programas mais simples, com confecção de foguetes de madeira. Os alunos de 2o grau constroem foguetes experimentais de no máximo 5 quilos. No sábado, serão lançados foguetes de 30 centímetros, pesando 40 gramas. Eles serão lança- dos na praça de esportes do INPE e poderão atingir de 80 a 120 metros de altura, retornando ao solo em seguida. Para os responsáveis, o ensino sobre aeronáutica é uma maneira de incentivar a participação dos jovens para criação de talentos na área.
Jornal Valeparaibano, 1992

O Capitão Basilio Baranoff ao lado do Major Marcos Cesar Pontes, piloto de caça e piloto de provas, 1° Astronauta brasileiro em treinamento no Jonhson Space Center (JSC) – NASA, por ocasião da participação de ambos no Programa da 1ª Escola do Espaço promovida pelo INPE, no período de 16 a 19 de Novembro de 1999, destinado aos adolescentes de escolas de 8ª série e do 2° grau, onde 20 alunos foram selecionados. Tiveram palestra sobre temas espaciais, ‘como construir um Satélite no INPE e como construir o VLS – Veículo Lançador de Satélites brasileiro, no DCTA-IAE/NAEE. Data da foto: 19 de Novembro de 1999, as 18:00h.

PORTARIA N° S-139/GM3, DE 12 DE OUT DE 1965

Cria o Campo de lançamento de Foguetes do Ministério da Aeronáutica e dá outras providências.
O Ministro do Estado dos Negócios da Aeronáutica, tendo em vista proposta do M.Aer, RESOLVE:

Art. 1° – Criar, no Ministério da Aeronáutica, o Campo de Lançamento de Foguetes (CLF), em Ponta Negra, Natal, Estado do Rio Grande do Norte.

Art. 2° O CLF em Ponta Negra, destina-se a operação de lançamento de foguetes. Parágrafo 19 – O CLF poderá ser utilizado pelas Forças Armadas, ou por entidades civis quando para fins científicos, mediante ajuste com o EMAer.

Parágrafo 2° – Face ao convênio firmado entre o EMAer e o Conselho Nacional de Pesquisas, os lançamentos a serem realizados por entidades civis só serão efetivados após entendimento entre o Conselho Nacional de Atividades Espaciais (CNAE) e o EMAer.

Art. 3° – O equipamento a ser instalado no CLF será fornecido pelo Ministério da Aeronáutica ou CNAE, conforme resultado do acordo a ser estabelecido entre o CNAE e o EMAer.

Art. 4° – O encarregado do CLF, em Ponta Negra, é oficial-aviador, do posto de Capitão, pertencente ao efetivo da 2a Zona Aérea, e designado em Boletim Interno pelo Comandante da Zona.

Art. 5°- Para administração do CLF serão utilizados os recursos locais de acordo com as instruções que forem baixadas pelo Comandante da 2a Zona Aérea.

Parágrafo Único – Na impossibilidade de utilização dos recursos existentes na área, o CLF poderá dispor de pessoal e material, próprios.

Art. 6° – A operação do CLF será regulada por instruções baixadas pelo EMAer.

Eduardo Gomes – Ministro da Aeronáutica

A maior parte do aqui publicado fazia parte do acervo de Basílio Baranoff, que curiosamente, descobri que seu nome como dito por ele mesmo foi grafado erroneamente por sua mãe não falar o português direito, que o correto seria Baranov, mas, encontrei em uma revista, a Revista Marítima Brasileira, de outubro de 1912, um capitão de fragata de nome Baranoff.

Agora a próxima viagem ao universo de Basílio Baranoff será com respeito ao seu envolvimento com a ufologia. Até a próxima!

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