A partir de 1830, muitos Fazendeiros (em sua maioria portugueses) se instalaram na Mantiqueira (divisa SP/MG) para produção de café. Dentre essas se destaca a “Fazenda Rio do Peixe” do Sr. Luciano José das Neves, sua esposa Isabel, 6 filhos e alguns escravos. Como ele era devoto do Santo “São Francisco Xavier ” mandou construir uma Capelinha de pau a pique em sua homenagem na propriedade; se tornando ponto de parada e pouso aos Tropeiros que vinham de Minas Gerais comercializar no Vale do Paraíba. Com o tempo essas famílias mineiras vieram cultivar em suas terras formando um Vilarejo: 10 casas de pau a pique, um Armazém, uma Botica (farmácia) e a Capelinha. Sr. Luciano e sua família doaram parte de suas terras para formação de um Freguesia no local.
Assim em 16 de agosto de 1892, pela lei estadual n.º 59, foi criado o Distrito de Paz de São Francisco Xavier, passando a pertencer ao Município de São José dos Campos. E mais fazendeiros portugueses, italianos, alemães, mineiros e paulistas foram para lá formando os 33 bairros que compõe o Distrito.
Lei n.º 59 de 16 de Agosto de 1892
Cria um distrito de paz no bairro de São Francisco Xavier, marcando-lhe as divisas
O dr. José Alves de Cerqueira Cesar, vice-presidente do Estado de São Paulo:
Faço saber que o congresso legislativo do Estado decretou e eu promulgo a lei seguinte:
Artigo 1. Fica criado um distrito de paz no bairro de São Francisco Xavier, município de São José dos Campos.
Artigo 2. As divisas do novo distrito são as seguintes: Partindo da Pedra do Selado, na Serra da Mantiqueira, seguindo por esta até ao ponto em que della parte o espigão, que divide o município de São José dos Campos com o município de Buquira, e por este abaixo, abrangendo todas as vertentes do Rio do Peixe, até tocar em um espigão grande, no sitio do Laurencinho, e subindo o espigão até ao alto, e partindo deste ponto, dividindo águas do Roncador com as vertentes do Cafundó e Rio do Peixe, até ao alto da cachoeira do mesmo Roncador, e por este a cair no Rio do Peixe, e por este abaixo até frontear o espigão que vem do Serrote, que divide as águas do Furtura e Lavras, e por este acima até ao alto da serra, e por esta acima a procurar a pedra do Selado, de forma a abranger todas as vertentes das cachoeiras do Rio do Peixe.
Artigo 8º Revogam-se as disposições em contrário.
Fotos do acervo de Nelson Oliveira da década de 1960
As imagens abaixo foram enviadas ao grupo SJC Antigamente sem identificação.
As tradições culturais da Região tanto na religiosidades (festas santos padroeiros) folclore (grupos catira, São Gonçalo, Moçambique) quanto na culinária traz a herança desses povos principalmente os vindos do Sul de Minas.
Com a chegada do Turismo a partir anos 2000, houve uma grande vinda de moradores em sua maioria da Capital Paulista. Assim se instalaram novos comércios e pousadas; com destaque na procura pelo turismo de aventura na Mantiqueira. E para a proteção do Distrito o local de tornou uma APA (Área de Proteção Ambiental) e o macaco Muriqui (maior primata das Américas) se tornou o símbolo do Distrito.
Os demais arquivos e textos foram enviados por Ronaldo Souza.
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Parabéns a todos os envolvidos neste trabalho árduo que é manter viva a história de uma cidade, Wagner e Ronaldo fazem um trabalho bacana de preservação da história deste local e homenageiam as Famílias que chegaram na frente e construíram tudo que hoje está por aí, sem eles seria impossível contar esta história. São Francisco Xavier cresceu e hoje é um lugar em evidência, tudo mudou, mas o ar bucólico do lugar não muda e sempre haverá histórias para contar por lá, basta alguém cuidar e tronar isso acessível as novas gerações. Acredito que deveria ser construído no local um museu que contasse a história das Famílias que por ali passaram, assim todos saberiam da história do local contada em prosa e versos a todos…