Morreu o Dr. Nelson!
Foi a exclamação que se ouvia na tarde do dia 31 de outubro p/ findo. E a cidade repete compungida, a tristíssima noticia vinda de São Paulo, onde esteve em tratamento.
Grande número de amigos e admiradores rumou para a Capital com o objetivo de acompanhar os restos mortais do inolvidável médico e amigo, cujo corpo foi para esta cidade. Na entrada desta, uma centena de automóveis aguardava a chegada daquele que, em vida, só soube praticar o bem. Chegando coche fúnebre ao Sanatório Maria Imaculada, sito a Major Antônio Domingues as 21:30. Naquele local, uma grande massa popular constituída de elementos de todas as camadas sociais, prestou sua sentida homenagem ao grande morto, verificando-se cenas as mais compungentes, que bem traduziam a intensa mágoa que dominava todos os presentes.
Na capela do Sanatório, sobre uma eça foi colocado O corpo inanimado do querido facultativo, que foi velado durante toda a noite pela sua família e pessoas amigas, além das irmãs Religiosas daquele Sanatório e de outras instituições. Desde a chegada do corpo até a hora dos funerais, milhares de pessoas desfilaram em visita de despedida ante o ataúde, sendo que raras foram que puderam conter as lágrimas que vinham do coração.
As 10 horas do dia 1° do corrente, realizaram-se os funerais, após a encomendação litúrgica, acompanhada de cânticos procedida na Capela do Sanatório Maria Imaculada. Imensa multidão acompanhou o enterro, numa demonstração comovente de respeito e veneração a memória do Dr. Nelson. Alas de centenas de automóveis formavam no final do O cortejo. A frente do prestito formaram os alunos dos nossos estabelecimentos de ensino, notadamente da Escola Normal Cel. Cursino e do Externato São José.
O féretro que foi conduzido pelo povo, foi disputadíssimo, de vez que todos queriam segurar a alça do caixão onde repousavam os restos mortais daquele que em vida foi um modelo de bondade e de retidão, e por isso mesmo vinha recebendo as mais inequívocas provas de estima, consideração e de gratidão dos seus amigos e admiradores que, pode-se dizer, eram todos quantos o conheceram pessoalmente ou através dos seus atos altruísticos e de benemerência.
Em todas as ruas por onde passou o cortejo fúnebre. viam-se centenas e centenas de pessoas que não escondiam em seus semblantes tristeza que lhes ia n’alma pelo luto de se cobrira a nossa São José dos Campos.
Na necrópole local, quando o corpo do querido facultativo baixou a sepultura, fez uso da palavra para ressaltar a grandiosidade do coração do morto através dos seus quarenta e um anos de profissão santa, o jornalista Paulo Amaral Melo, que vencendo a emoção que se achava possuído, traçou em rápidas palavras o necrológio do amigo dileto. Sabemos que muitos dos seus amigos, que possuem o dom da palavra se furtaram em fazer o necrológio do do ilustre extinto, porquanto se achavam como todos os demais emocionadíssimos e com os olhos marejados de lágrimas, o que não lhes permitia externar seus sentimentos pela emoção que lhes embargava a palavra. Medico dos mais competentes, tisiólogo de renome, fez da sua nobre profissão um sacerdócio, distribuindo as mãos cheias produto do seu saber e de sua bondade, com aquele carinho e afeto que lhe eram tão peculiaгеs e que refletiam toda a beleza dos seus sentimentos.
A Câmara Municipal, a Prefeitura Sanitária, a Associação Comercial, Santa Casa de Misericórdia, Associação Esportiva São José, Esporte Clube São José e outras entidades cujos nomes não nos foi possível anotar. Pelos microfones da Rádio Clube local e do Alto-falante J.A.C., fizeram convites ao povo para os funerais do Dr. Nelson, solidarizando-se assim com os sentimentos unânimes da população pelo infausto acontecimento que encheu de consternação toda acidade. O comércio cerrou suas portas tão logo teve conhecimento da dolorosa notícia, prestando dessa forma uma justa homenagem à memória do saudoso extinto.
A Mesa Administrativa Santa Casa, em reunião realizada dia 4. deliberou prestar ao seu companheiro de administração e diretor clinico do hospital as homenagens de que se fez criador.
Assim, deliberou a Mesa, fazer constar da ata um voto do mais profundo pesar. comparecer incorporada às missa rezadas na Igreja Matriz, dia 6 e na Santa Casa dia 7, colocar uma placa de bronze no salão de entrada com o busto do inolvidável amigo e companheiro, e colocar na sala de suas reuniões o seu retrato.
Uma comissão constituída dos srs. João Bonilha Pontes, Joaquim de Moura Candelaria, Antônio da Silva Garcia, Pedro Martins Ribeiro e Aniz Mimessi, vai angariar fundos para a ereção de uma Herma em uma das nossas praças, aventando-se também a possibilidade de, com os mesmos recursos, erigir um mausoléu no cemitério municipal.
Na sessão da Câmara Municipal do dia 3, foi consignada a ata dos seus trabalhos um voto de profundo pesar pelo infausto acontecimento, sendo convocada uma sessão especial para o dia 6, sexta-feira, para se consagrar a memoria do Dr. Nelson Silveira D’Ávila, noticia esta que daremos em outro local.
O Dr. Nelson Silveira D’Ávila filho do sr. Faustino Silveira D’Ávila e da sra. d. Isolina Carneiro D’Ávila, já falecidos. Nasceu na cidade de Rio Grande, Estado do Rio Grande do Sul, em 22 de agosto de 1889 e casou-se com d. Elza Birnfeld D’Ávila, na cidade do Rio de Janeiro em 10 de fevereiro 1916. Fez o seu curso ginasial na Escola Inácio Montrali de Porto Alegre, onde também os seus preparatórios no Colégio Oficial. Em 107 fez exame de admissão, matriculando-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Colou grau em 22 de dezembro de 1913, escolhendo para tema Higiene da unidade individual e social. Deixa os filhos: d. Yedda D’Ávila Mascarenhas, casado com o dr. Pedro Popini Mascarenhas: advogado, consultor jurídico do Estado: d. Yalta D’Ávila Bensanssan, casada com o engenheiro, dr. Marcos Bensanssan: José Silveira D’Ávila, industriário, casado com d. Diva Barbosa D’Ávila: dr. Faustino Nelson D’Ávila, médico, casado d. Leila Toledo D’Ávila. Nelson Geraldo D’Ávila, químico industrial, casado com Mada Teixeira D’Ávila: Ivone D’Ávila funcionária pública. Deixa ainda os seguintes netos: Elza Helena, Nelson Delfino, Pedro Henrique, Marcos, Nelson Luiz, Santuzza Maria e Nelson José.
Veio para São José dos Campos em 12 de fevereiro de 1914, aqui iniciando a sua clínica. Era diretor do Sanatório Vicentina Aranha, do Sanatório Maria Imaculada e da Santa Casa de Misericórdia.
O dr. Nelson foi um dos mais devotados esteios da Santa Casa de Misericórdia, onde ingressou como médico no dia em que passou a residir nesta cidade, ou seja há quarenta anos. Posteriormente foi nomeado clinico do hospital, cargo esse exerceu conjuntamente com o de mesário da instituição, onde prestou os mais relevantes serviços com aquele desprendimento que sempre foi o marco de sua personalidade.
Antes e depois do advento da revolução de 32, foi vereador da Câmara Municipal em várias legislaturas, tendo também exercido o cargo de Presidente Câmara. Politico militante, pertenceu ao Partido Republicano Paulista, sendo presidente deste depois da revolução de 32, quando organizou a agremiação.
Foi um dos fundadores da Escola Normal Cel. João Cursino ao lado do dr. Ivan de Souza Lopes cooperou de maneira eficaz para a fundação da Liga de Assistência Social, sendo um dos primeiros propugnadores e partidários da criação da Prefeitura Sanitária.
Na Igreja Matriz dia 6 foi rezada a missa cantada em sufrágio da alma do saudoso extinto, tendo comparecido à solenidade elementos de todas as classes, autoridades, representantes da Cãmara Municipal, Santa Casa de Misericórdia, Externato São José, do Sanatório Vicentina Aranha, Liga de Assistência Social & e de Combate à Tuberculose, Sanatório Maria Imaculada, Escola Normal Cel. João Cursino, Escola de Comércio Olavo Bilac, comerciantes, industriais, profissões liberais, grande número de senhoras e senhorinhas, irmãs e Associações Religiosas. O templo estava literalmente cheio, vendo-se ainda representantes da Santa Casa de São Paulo e de outras instituições cujos nomes não nos foi possível anotar. A cerimônia foi oficiada pelo revmo. Padre João Guimarães, vigário da paróquia, acolitado por mais dois Sacerdotes, funcionando o core da Igreja. No centro foi armada uma eça e feita a encomendação litúrgica. Depois do ofício religioso, a Câmara Municipal, por uma comissão especialmente designada, levou ao cemitério uma grande coroa de flores naturais, depositando-a sob o túmulo do humanitário médico. A esse ato estiveram presentes pessoas da família, amigos e admiradores do extinto que também ali depositaram ramalhetes de flores. A Câmara Municipal, conforme mencionamos linhas atrás, realizou dia 6 uma sessão especial homenagem ao Dr. Nelson D’Ávila. Aquele recinto que teve as suas localidades todas tomadas, mantinha um aspecto bastante solene, muito de acordo com finalidade da reunião.
Assumindo a presidência, o Dr. Sebastião Pontes declarou de início o objetivo da sessão, dando a palavra aо Dr. João Batista de Souza Soares, que em nome da Câmara pronunciou a oração oficial. Falaram em seguida os vereadores Dr. Rui Rodrigues Doria, Mario de Paula Ferreira, Amim Simão, Américo de Castro, Benedito Matarazzo, José Ferze Tau e Alcides Franco Rodrigues. Todos os oradores externaram com muita felicidade Os sentimentos de pesar que a morte do querido médico havia causado em toda a população, focalizando, ainda, a personalidade do extinto com as cores vivas da grandiosidade de coração e da alma do homem e do médico, do politico, e do chefe de família fazendo citações e comparações para exaltarem toda a bondade do clinico no exercício do seu sacerdócio e a personalidade de homem publico inatacável. Falaram depois o Monsenhor Ascanio Brandão, vigário da paroquia de São Dimas nesta cidade, que pronunciou comovida oração em nome dos Sacerdotes e das Irmãs Religiosas que receberam do extinto tantos benefícios, com aquele carinho e aquela dedicação de todos conhecidos. Em nome da família enlutada falou o dr. Orlando de Campos, médico e presidente do Rotary Clube local, para agradecer as homenagens que vinham de ser prestadas pela Cãmara Municipal á memoria do Dr. Nelson. Foi sem duvida uma das mais belas e comovidas orações daquela memorável noite. O Dr. Ricardo Couto, Juiz de Direito da Comarca, logo no inicio da sessão em breves palavras declarou que se associava, de coração, as homenagens e ao gesto da Câmara que se reunira especialmente para esse fim.
Falou também o jornalista Altino Bondesan em nome dos doentes da cidade, que tantos benefícios receberam do saudoso esculápio, cuja grandiosidade de coração retratou com os fatos com quais ilustrou a sua bela oração. Ao finalizar a sessão o Dr. Sebastião Pontes, com palavras repassadas de sentimentos, prestou ao saudoso médico e amigo a sua homenagem, reportando-se aos seus 23 anos de residência nesta cidade, tempo esse que privou da amizade do homenageado e lhe pode conhecer então, na sua intimidade, o seu feitio moral e a sua capacidade cientifica, e mais, a grandiosidade do seu coração. Em seguida deu por encerrado a memorável sessão.
Além dos oradores acima re feridos compareceram a sessão seguintes vereadores: Cap. Onadir Marcondes, Pedro David. José de Paula Ferreira, Jorge Vieira da Silva e Dr. Donato Mascarenhas Filho. A Mesa que presidiu os trabalhos esteve constituída das seguintes pessoas: Presidente. dr. Sebastião Henrique da Cunha Pontes, dr. Ricardo Couto, Juiz de Direito da Comarca. dr. Benoit de Almeida Victoretti. prefeito sanitário, Revmo. Padre João Guimarāes, vigário da paróquia, Olivio Gomes, Provedor do Sanatório Vicentina Aranha, dr. Orlando de Campos, presidente do Rotary Clube. dr. Lisandro Bartolo, Delegado de Polícia, dr. Pedro P. Mascarenhas. e Nelson D’Ávila Filho. representantes da família, Prof. Felicio Savastano. Inspetor Escolar. Prof. Waldemar Ramos, pelo Diretor da Escola Normal Cel. João Cursino, Napoleão Monteiro, diretor desta folha e Provedor da Santa Casa. Representantes do ITA do 3o Grupo Escolar.
O dr. Pedro Mascarenhas e Nelson G. D’Áviia. genro e filho de dr. Nelson Silveira D’Ávila, os quais ao final receberam os pêsames de grande número de pessoas ali presentes. Na Santa Casa de Misericórdia, foi rezada ontem, às 8 horas, missa em sufrágio da alma do saudoso médico, tendo_comparecido à solenidade as Irmãs Religiosas da Santa Casa e de outras instituições, os membros da Mesa Administrativa, e pessoas amigas e piedosas.
Correio Joseense, 5 de novembro de 1953, Num. 1469
ALMAS AFINS
“A pior cousa que nos pode acontecer é a irreparável perda de um amigo honrado”.
La Rochefoucauld
Estava no escritório deste Jornal, palestrando com o seu honrado Diretor quando, cerca das 15 horas, aparece um cidadão noticiando-lhe o passamento do Dr. NELSON D’ÁVILA. Louvado seja Deus!
Com a inesperada noticia a fisionomia do meu interlocutor transmutou-se numa indescritível consternação. Passados poucos minutos outra pessoa com a mesma notícia. Mal esta acabara de ecoar em seus ouvidos,a se sucede tocada pelo mesmo assunto. Com isso fiquei, em vista do quadro presencial. embora não conhecendo o benemérito clinico joseense, confundido. Aqui está a confirmação das palavras de La Rochefoucauld. Não é para menos…
Ainda desconhecemos outra força, capaz de embotar a argumentação dos nossos sentidos que a do desenlace de um ente digno de estima, quer da nossa vida particular quer da convivência pública. Parte disso a inconformidade da nossa alma com os imperativos absolutos da morte…
Pois, não era sem razão que o meigo Nazareno exortava às multidões: “Amai-vos uns aos outros”…
E o respeito mútuo, está claro, que tempera o aço dos elos da cadeia de uma sincera amizade. Mais facilmente quebra-se uma ceroa de bronze que uma coroa de flores, já diziam os nossos antepassados.
Essa cadeia imperecível formada por rosas místicas veiculadas de corações honrados, desafia os imperativos da morte até a eternidade…
O quadro que presenciara é desses que nunca desaparece da memória dos indivíduos que procuram se não confundirem com a personalidade chocante do egoismo dominador da nossa época. E, diga-se de passagem, a tristeza que invadira aquelas almas afins era de facto para se ficar comovido com aquela prova de estima. E retirei-me. Felizmente, ainda há nesta terra homens capazes de fazerem da amizade um sacerdócio. Louvado seja Deus!
São José dos Campos, 31 de outubro de 1953. J. DANTAS
Correio Joseense, 5 de novembro de 1953, Num. 1469
Eternas Saudades
O sentimento humano nos momentos cruciantes perde a ex pressão, para refulgir na dor da alma e do coração.
As chamas da caridade secam as lagrimas da dor.
A morte sempre traiçoeira, criou-nos esta hora de imensa desolação. tragando a preciosa vida do Dr. Nelson Silveira D’Ávila. escolhendo ai melhores entre nós, deixando-nos envoltos pelas trevas das saudades. Com o desaparecimento do insigne interprete da caridade divina, abriu-se no coração da sociedade joseense. um chaga de cruciantes dores. A sua prodigiosa vida, foi um exemplo, uma brilhante pagina do exercício miraculoso de curar na mais doce alegria de servir ao próximo. Pobres e ricos, crianças e velhos, todos choram a irreparável perda do médico amigo e conselheiro. Era na expressão de peculiar bondade o legitimo amigo da confiança de todos. A vida do Dr. Nelson, constitui à aurifulgente liturgia do amor aos necessitados, e, quando for escrito a sua biografia, será um tratado de moral dogmática, para meditação, em beneficio da pratica da caridade. no magno problema da existência. Deus, chamando-o à mansão celestial bem o aproximou dos Bem aventurados, pois, o ligou as paragens etéreas, no grandioso dia de Todos os Santos.
Olhos vítreos, em verdadeira decomposição material, assim mesmo, avistou a terra da luz. a nossa terra, a formosa Jerusalém, que lhe apareceu nos últimos momentos, São as despedidas da estremecida esposa e filhos, e do povo joseense que tanto amou e serviu. Todos choram convulsivamente, diante do proeminente homem de Deus e do próximo que passará a viver eternamente na memória dos nossos corações.
E altruístico o reconhecimento e a gratidão do povo, quando se levanta para render a expressão sublime da veneração aos luminares apóstolos do bem. O nosso inolvidável dr. Nelson Silveira D’Ávila, recebeu a mais eloquente e apoteótica demonstração publica, numa eletrizante liturgia de eternas saudades.
Fuad Cury
Correio Joseense, 5 de novembro de 1953, Num. 1469
Morreu! Morreu o Dr. Nelson D’Ávila!
Como raio que estalasse na fronde de palmeira imperial, abalou essa noticia a cidade inteira e a todos sacudiu violentamente. Não houve quem o tivesse nо coração preso pelo condão das suas imensas qualidades, ou de qualquer forma a ele ligado pelos laços da amizade ou da gratidão, que pudesse ocultar a mágoa do sofrimento ou disfarçar pranto diante do corpo inerte e e frio desse grande vulto.
Discípulo de Hipócrates Pasteur, foi figura de marcante relevo no mundo cientifico. estando à evidencia a lacuna que o seu desaparecimento abriu nas fileiras médicas do pais, o que vale dizer haver o Brasil perdido um dos seus grandes filhos.
Realmente, conquistada a láurea acadêmica, poderia ter escolhido maior centro para as suas atividades ou uma das grandes Capitais brasileiras para o exercício da nobre profissão que abraçou. Preferiu, porém, pequenina e silenciosa cidade do interior paulista, que outra não era a fisionomia de São José dos Campos de há quase quarenta anos.
Atendendo intima solicitação. elegeu-a pelo coração e pelo amor à ciência como sendo a localidade indicada para prestação de serviços humanitários à coletividade brasileira.
Aqui a nação reclamava sua presença.
Bom, profundamente bom, aureolado pelo fascínio de modéstia sem par, sem entretanto jamais perder a verticalidade própria dos homens de incontestável valor a sua personalidade foi sempre assinalada pela elegância da fidalguia peculiar aos perfeitos cavalheiros.
As suas qualidades morais e predicamentos do espírito tornaram-no figura inconfundível e necessária aos momentos difíceis da vida local, tanto que para tais situações reclamava-se o saber da experiência e da ponderação, a opinião acertada e a palavra conselheira.
Am tempos que se perdem no passado, quando recursos e conquistas científicas se revelavam parcos e reduzidos, lançando mão os especialistas do quase empirismo dos processos de cura, tudo, ainda incipiente para o pendor da sua especialização, aqui instalou residência e fixou a tenda de trabalho disposto atender a imperativo de vocação manifestada desde os bancos, acadêmicos, entregando-se então ao estudo da solução de problemas de um dos mais complexos ramos da medicina, a tisiolagia, o que lhe valeu fama de verdadeiro Mestre.
Foi nesse pequeno burgo de há quarenta anos pretéritos que instalou o seu quartel-general de combate ao maior flagelo que dizimava o cerne moço da nacionalidade: a paste branca.
Inspiradamente andou, pois, o jornalista Paulo do Amaral Mello quando à beira do túmulo que se abria para recolher os sagrados despojos, ao apresentar as despedidas dos amigos e o adeus da população em religioso silêncio no campo-santo, comparou a sus à vida de São Francisco, ambas repletas de notas de harmonia e perfume de bondade.
Com efeito, só espírito sutil e penetrante de quem dotado de faculdade analítica poderia nele perceber um que de indefinível e impalpável, talvez auréola misteriosa e transcendental que pode ver na efígie dos santos e a luz inspiradora dos grandes privilégio providencial de missionários e predestinados.
Desse poder, magnetismo, simpatia ou envolvente encantamento pessoal, profundos conhecimentos técnicos e psicoterápicos, disso tudo se aproveitava o saudoso Médico para deixar demonstrado que só mesmo a força imponderável do espírito seria condão para levantamento das energias morais quebrantadas pela enfermidade de um corpo combalido.
Com essa compreensão e atributos personalíssimos, dando de si o que faltava ao enfermo. precisamente nisso consistia o seu sacerdócio médico, jamais ouvi dando a beleza da finalidade profissional de que divinum opus est sedare dolorem.
Pela soma dessas qualidades invulgares, pelo saber e cultura, estudos e observações, sem temor de contestação, invocado o testemunho geral e o juizo formado pelos doutos na matéria, o asseverar-se que o Dr. Nelson d’Ávila, pondo em prática teorias e doutrinas, jogando com o cabedal de longa experiência e métodos próprios, não perdendo de vista a imensidade de casos concretos, ter fundado uma escola que reuniu adeptos de valor e congregou discípulos inteligentes, e devotados.
Perfeita concepção profissional. filantrópica e filosófica de esperar-se fosse o seu nome, como de fato o foi, luminosamente projetado pelos quadrantes da Pátria, pronunciado com veneração e respeito pela boca de legiões de brasileiros e estrangeiros que a infortúnio encaminhou para São José dos Campos, e, restabelecidos, pudessem regressar ao seio das famílias, para localidades próximas ou distantes de onde provieram perfeitamente reintegrados nos mistéres e afazeres da vida cotidiana.
Nos lábios de Nelson d’Ávila sempre havia uma palavra de ânimo e conforto, de esperança e fé, fé cristã que faz redivivos.
Tão imperecível a lembrança que deixou na memória dos contemporâneos que ocorre perguntar:
Foi mesmo um túmulo que se fechou dia 1o de novembro último ou foi escancarada uma porta de luz que lhe deu passagem para a imortalidade?
Não! Não foi sepultura que se fechou!
Na sua glória transpôs o Dr. Nelson d’Ávila os umbrais da claridade para poder viver no coração de todos e no delicado sentimento da saudade, saudade que é a presença do ausente, como a definiu inspirado poeta patrício.
Corre cidade a noticia de que a ilustre corporação de facultativos de São José dos Campos, Poderes Públicos Municipais e Autoridades. animados do mais alto e nobre objetivo, acabam de lançar a ideia do simpático movimento da ereção do seu jazigo, como também numa das praças públicas desta terra que tanto lhe deve uma érma ou estátua, de bronze ou mármore, para que fiquem perpetuadas nesses monumentos a memória e a figura de quem soube ser grande Médico, grande cidadão, modelar chefe de Família, criatura completa que revelou em todos os atos e atitudes ter amado a Deus sobre todas as cousas.
Na atualidade desconcertante em que se vive de requintado epicurismo, no diabolismo materialístico de ambiente vegetativos, o exemplo de cultuar-se a lembrança dos legítimos valores nacionais há de calar bem fundo na alma da juventude que saberá, amanhã, por sua vez, render o seu tributo aqueles que forem dignos de admiração e homenagens. A felicidade dessa ideia dignifica não só a figura do inesquecível extinto, que a merece integralmente, como faz honra aos autores e a esta culta sociedade. Na verdade o Dr. Nelson d’Ávila se fez credor das mais altas honrarias.
A sua memória, pois, as melhores homenagens.
Azevedo Castro
Correio Joseense, 29 de novembro de 1953, Num. 1472
Desaparecimento de um grande brasileiro
Em meio pranto incontido apagou-se a vida do Dr. Nelson d’Ávila. Médico insigne, tisiologista de renome, cidadão prestante e digno por todos os títulos.
O aspecto da cidade no dia da sua inumação era de repassada tristeza, estampando-se nos semblantes e fisionomias expressões e sinais de pesar.
O CORREIO JOSEENSE, órgão da Imprensa que tenho em mãos, única folha local que recebi, sob competente direção do jornalista Napoleão Monteiro, em homenagem póstuma dedicou-lhe integralmente a primeira página e a segunda do número de 8 de novembro último.
O cortejo fúnebre que jamais testemunhei outro igual durante mais de lustro vivido em São José dos Campos, como representante da Justiça Pública com encargo da defesa social, foi de impressionante majestade.
Silenciosa, consternada, passos lentos, caminhava a cidade inteira levando à derradeira morada os sagrados despojos do seu inolvidável Amigo.
Deslocando-se lentamente aquela mole humano era bem o préstito da tristeza. De todos os lados surgiam amigos de cidades circunvizinhas e da Capital para contemplar pela última vês o sereníssimo rosto do Dr. Nelson d’Ávila.
A impressão desse quadro desolador é que a multidão marchava na cadência da mais indisfarçável realidade.
Gente de todos os planos e camadas sociais estava presente aos cerimoniais e atos litúrgicos. Eram esses os funerais da desolação!
O capricho fatal de um momento lhe havia cerrado as pálpebras, mas a sua vida ficou palpitando nas suas obras e realizações imperecíveis.
O quadro apoteótico das manifestações post-mortem tributadas ao Dr. Nelson está indicando aos que o não conheceram devidamente uma existência superior, soberba sem curvas nem tergiversações, retilínea cintilante do berço à tumba por isso mesmo que se revelou digno e ilustre Varão de Plutarco.
Não circunscreveu efetivamente a sua vida à nobre profissão de Médico, que o foi dos mais abalizados, pois a dádiva de uma inspiração divina grangeou-lhe o ouro das palmas e dos louros na atestação eloquente dos seus feitos.
Não foi o Dr. Nelson d’Ávila apenas Médico e cientista, revelou-se também perfeito esteta, chefe de Família modelar, ilustre cidadão e politica de mentalidade superior.
Artista que o era, amava a beleza da inocência no sorriso cândido da criança, tributando respeito e admiração à velhice honrada de quem vê os, derradeiros lampejos de um por de sol.
O gorjeio musical da ave, um singelo botão de rosa entreabrindo-se, ou tela inspirada, eram motivos demorados de enleio para o artista.
Quem entrasse no consultório da rua 7 de Setembro e ali permanecesse na fuga de minutos. teria de sair amando a vida pelo que ela oferece de belo e sublime. Nesta sala um painel que dava uma razão de ser da existência naquela outra um vaso trabalhado ostentando a graça de uma flor desprendendo sutileza de um perfume delicado: ali uma estatueta de arte sugestiva e acolá, um detalhe de qualquer requinte tudo a sugerir convite e solicitação para a saúde e para vida.
Psicoanalista, pressentia efeitos psicológicos dos ambientes em que reinasse alegria. Ele próprio que vivia os dramas da fragilidade do homem e da humana miséria, pois deles participava pelo imperativo categórico de manifesta predestinação também tinha necessidade desse enlevo de magia espiritual. Dessa maneira conseguia apagar escuros e sombras do quadro dramático e íntimo de cada um transmudando-o em claridades de esperança.
Amava a natureza pelo que esta pudesse oferecer de belo, imponderável e transcendental naquilo que houvesse aproximação divinal do seu Criador. Assim me foi dado ver o Dr. Nelson d’Ávila.
Continuadores da sua obra e da sua vida, ai estão os seus descendentes, cada um, entregue ao pendor de uma vocação, seguindo-lhe o exemplo conscientes de que o homem não veio à luz do dia para empilhar bens materiais ou cuidar neste mundo apenas da multiplicação desmedida da fortuna pessoal, provocando o empobrecimento geral graves prejuízos para a nação com reflexos nas suas finanças e economia.
Clareza invulgar e alta concepção filosófica das últimas finalidades ontológicas, sempre soube dar e como dar alguma cousa de si mesmo à sociedade em que viveu. Os seus atos de cidadão exemplar foram prova provada de que a ninguém é lícito enroscar-se á arvore da organização social qual parasita ou vermina sugadora da seiva da vitalidade cívica da nação, eis que uma vida desse tipo só é capaz de causar debilidade e transtornos de toda ordem ás instituições vitais do país.
As virtudes que dele herdaram os filhos, ainda jovens, já se manifestam no trabalho honesto, no esforço e dedicação que ofertam a coletividade social.
Clarividente, bem sabia o Dr. Nelson que Deus, ao criar a ser humano, não desejou que casa sua obra-prima viesse a este vale de lágrimas para servir-lhe de adubo, senão que na terra deixasse uma semente que pudesse marcar e relembrar profícua passagem, feitos de benemerência e de solidariedade fraternal.
Não ignorava que homem a manufatura de um punhado de argila, mas a imagem e semelhança de Jeovah, cabe lhe, apenas como depositário, dentro da efêmera transitoriedade da vida, zelar pela seara de todos, cada um porém usufruindo-a na justa medida do seu trabalho e dentro das lindes da honesta capacidade individual. Com esse entendimento prestou relevantes serviços à nação. A esta terra e as suas instituições deixou realizado o que ai se vê. A Santa Casa de Misericórdia deu o melhor do seu desvelo em largos e dilatados anos. Como o Dr. Ivan de Souza Lopes, saudoso Médico, também ilustre e desprendido, em comunhão fraternal de ideais e de vista, resultou concretizados um sanatório para tuberculosos pobres de ambos os sexos e a Liga de Assistência Social e de Combate à Tuberculose, entidade mantenedora desse nosocômio.
Notável foi a dedicação “profissional dispensada aos conceituados sanatórios Vicentina Aranha e Maria Imaculadas, este sob piedosa direção de Madre Tereza, nome por todos abençoado.
A sua ação de multifária atividade não lhe permitiu paralisações. Havia ainda tempo para outras obras. Era preciso prosseguir. A juventude pedia-lhe o concurso do prestigio do seu nome para o alcance das suas aspiracões: pedia-lhe outros trabalhos e atividades. Voltou, assim, o Dr. Nelson d’Ávila, as suas vistas também para a instrução pública.
Azevedo Castro
Correio Joseense, 6 de dezembro de 1953, Num. 1473
Saiba mais sobre seu filho, o também médico Faustino Nelson D’Ávila
https://www.sjcantigamente.com.br/em-1997-falecia-o-dr-faustino-nelson-davila/
Homenagens póstumas prestadas à memória do Dr. Nelson Silveira D’Ávila na data do primeiro aniversário de seu falecimento
Faz hoje, precisamente, um ano que nossa cidade recebeu com profunda emoção, a tristíssima e dolorosa noticia do falecimento do Dr. Nelson Silveira D’Ávila, em São Paulo, onde fora submetido à delicada intervenção cirúrgica, solução única para o grande mal que minava o seu organismo, mas que teve um desfecho inesperado.
Figura marcante em todos os setores de nossa cidade como não podia deixar de acontecer a infausta notícia encheu de consternação toda a população que foi esperar o corpo inanimado daquele que, com os recursos da ciência, como um ente privilegiado, havia restituído a vida e a saúde há tantos doentes, no exercício da nobre profissão de médico, profissão essa que transformou no verdadeiro sacerdócio.
Os seus funerais constituíram una verdadeira apoteose, tal o número de pessoas de todas classes sociais que nele tomaram parte, disputando todas alças da urna fúnebre, como que embalados por um só sentimento de tristeza e gratidão.
E assim, São José dos Campos perdeu um dos seus maiores valores morais e sociais, chorando até hoje essa perda irreparável.
Hoje, dia 31 de Outubro, relembra-se o dia em que sucumbiu o benemérito e humanitário médico. E a nossa população por seus valores mais representativos, consignou-lhe ontem as suas mais sinceras c comoventes homenagens, executando um programa cuidadosamente organizado de expressivas manifestações, que traduziram a saudade que ainda sentimos quando relembramos o seu nome aureolado por tantas virtudes pela bondade e caridade que distribuiu à mãos cheias, durante os quarenta anos que aqui viveu, participando das nossas alegrias tristezas, como se fora um filho desta terra, que, em verdade, adotou como sua.
Credor da gratidão de nossa terra, ontem foram-lhe tributadas as mais expressivas homenagens que traduziram saudade deste povo e desta gente compreensiva e grata. Para a consecução das manifestações póstumas, foram organizadas duas comissões, uma para a construção do Mausoléu e outra para a ereção de Herma, comissões estas constituídas, respectivamente dos srs. José Garcia da Silva. João Bonilha Pontes, Joaquim de Moura Candelária, Pedro Martins Ribeiro e Anis Mimessi, e outra dos srs. Ferez Zanete, Fuad Cury, Pedro Rachid, Nicolau Letaif e Salim Simão, A Santa Casa de Misericórdia, por sua mesa administrativa, seu corpo clinico, e Revmas. Irmãs Religiosa, também prestou ao saudoso extinto suas homenagens, tendo a Prefeitura Sanitária por seu prefeito dr. Orlando Campos e a Câmara Municipal pelo seu presidente dr. Ruy R. Doria, se incorporado a todas as homenagens.
Na Igreja Matriz. como parte inicial das manifestações de sentimento e de saudade, realizou-se solene Missa Cantada, que foi rezada pelos Revmos. Padre Sebastião Romano, Padre João M. Guimarães. Padre Sebastião Faria e Padre José Fortunato Ramos. O Coro do Sanatório Maria Imaculada prestou o seu inestimável concurso, contribuindo para maior relevo do ato litúrgico. O templo esteve literalmente cheio, comparecendo tudo que São José dos Campos possui demais representativo, autoridades, professores e alunos de todos os cursos.
Terminada a Missa, o povo que ali se achava demandou ao cemitério, onde foram prestadas comoventes homenagens à memoria do Dr. Nelson D’Ávila, estando ali presente toda a exma. Família, prof. Joaquim Candelária, foi o primeiro orador. pois, como membro da comissão do Mausoléu, pronunciou bela e sentida oração, fazendo a entrega do tumulo à família e ao povo. Em seguida, o Dr. Pedro Barbosa Pereira, Juiz de Direito na Capital do Estado, que aqui residiu durante muitos anos por seu turno pronunciou comovente oração relembrando a personalidade do saudoso, extinto.
Falou ainda a sara. Conceição Borges Ribeiro de Aparecida do Norte, que disse um poema de saudade. recordando a bondade do Dr. Nelson. Por último, agradecendo as homenagens que vinham de ser prestadas ao seu saudoso pai, falou o sr. Nelson D’Ávila Filho. com embargada pela emoção e pelas lagrimas que brotavam do coração. Todos os presentes tiveram os seus olhos marejados de lágrimas ao ouvirem tantas palavras de recordações ao querido morto.
Na Santa Casa de Misericórdia, onde o Dr. Nelson trabalhou nada menos de 39 anos, dando a que de melhor possuía em favor dos doentes ali internados, notadamente nos tempos da Santa Casa velha, rua Cel. Monteiro esquina da rua São José, onde tudo era falho, prédio, dependências paupérrimas, falta de material e de medicamentos, enfim, a miséria dentro da própria miséria. Naqueles tempos iniciou o Dr. Nelson a sua clínica nesta cidade e simultaneamente na instituição para cuja grandiosidade muito trabalhou, cooperando decididamente para que hoje. São José dos Campos possua, como possui. um estabelecimento hospitalar condigno e a altura do seu progresso em todos os setores.
Médico, diretor clínico e mesário do nosocômio, as homenagens póstumas que lhe foram prestadas se impunham por todos os títulos, porquanto tudo quanto se fez nada mais representa do que uma partícula ínfima em retribuição ao muito que a instituição recebeu das mãos dadivosas do saudoso extinto.
Foram colocados ontem seu retrato e um bronze que ali permanecerão como uma relíquia e uma lembrança imorredoura. Por ocasião da inauguração dessas carinhosas lembranças, pronunciou o Dr. Sebastião Henrique da Cunha Pontes, em nome da instituição, um oportuno e belíssimo discurso no qual traçou o perfil do homenageado com o relevo merecido da atuação do grande médico naquela casa de saúde. Foi, sem duvida uma oração emocionante em que foram relembradas a atuação, a bondade e o desprendimento daquele que em vida só procurou servir aos seus semelhantes nos momentos de maiores aflições e sofrimentos, marco da sua grande personalidade. Falou ainda nesta solenidade, o Dr. Antônio Carlos de Morais Passos, Presidente da Secção de Tisiologia da Associação Paulista de Medicina e também da Federação de Estudos e Combate a Tuberculose, de São Paulo.
Por último, e após receber do Provedor da Santa Casa o convite para romper o vedo protegia o retrato do homenageado e o bronze, o Dr. Faustino D’Ávila em nome da família do Dr. Nelson agradeceu aquelas homenagens que vinham de ser prestadas à memoria do seu saudoso e pranteado pai. Na Praça Afonso Pena, foram inauguradas a placa com o nome do Homenageado, ora dado a avenida 24 de Outubro, e a Herma, oferta da colônia Sírio Libanesa, colocada num canteiros da frente do jardim ali existente. Em primeiro logar falou o Dr. Orlando Campos, prefeito sanitário, em nome do povo da cidade. focalizando com a facilidade e a inteligência que lhes são peculiares, a personalidade do Dr. Nelson D’Ávila. Fazendo a oferta da colonia Sírio Libanesa Herma agora inaugurada, falou o Monsenhor Ascânio Brandão que, como os demais oradores enalteceu as qualidades do médico e do cidadão, cuja retidão de vida foi sempre exemplo edificante.
Falaram depois os srs. Matarazzo Filho, pela Radio Clube Local e em seu próprio nome, o Dr. Paulo do Amaral Melo. jornalista, residente na Capital da República, e o Dr. Rui Doria, pela Câmara Municipal. Todos os oradores foram bastante aplaudidos. Por último, agradecendo aquelas manifestações de saudade e de estima ao grande morto. falou o Dr. Pedro P. Mascarenhas em nome da família, à qual pertence.
Esteve presente à todas as solenidades grande de amigos e admiradores do saudoso extinto, fazendo-se Rotary Clube representar pelos sra. Benedito Pacheco Salgado, Dr. Orlando Campos, Dr. Euclides Fróes e Dr. José de Carvalho Florence. Foram estas homenagens prestadas ao inolvidável médico Dr. Nelson Silveira D’Ávila, do dia do 1o aniversário do seu infausto passamento. Estiveram presentes a todas as homenagens todos os membros da família do saudoso médico, fazendo-se representar pelo Dr Orlando Campos, o Dr. José de Moura Rezende, secretaria da Educação.
Todas as solenidades foram irradiadas pela Z Y E-5. Rádio Clube São José.
Os trabalhos de Bronze e Mausoléu foram confiados sr. J. Bonetti de Piracaia e o retrato colocado na Santa foi trabalho do jovem joseense.
Eloy Cursino dos Santos
Correio Joseense, 31 de outubro de 1954, Num. 1518
Meus amigos Walter e Eduardo Vetillo produziram um livro encomendado pela Prefeitura Municipal de São José dos Campos sobre o Dr. Nelso D’Ávila, acesse abaixo:
https://www.sjc.sp.gov.br/media/113460/a_luta_contra_a_tuberculose.pdf
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