Para realizar a matéria abaixo, foram extraídos textos do extinto jornal Valeparaibano (1976) e também do livro São José dos Campos o Comércio e o Desenvolvimento (1994).
Em Igaratá todos admiravam os nove filhos de Jose Prianti Filho, comerciante e proprietário de um sito. Os meninos começaram a trabalhar já em crianças, revelando uma seriedade incomum para a idade. Um deles, João Prianti Sobrinho, aos 13 anos já era o encarregado de efetuar as compras que supriam o estoque do armazém. Os próprios irmãos se admiravam do precoce senso de negócios do menino João.
Mas embora as coisas andassem bem, alguns dos rapazes começaram a pensar em navegar em águas mais profundas. Igaratá tinha limites muito acanha dos para a sua disposição de trabalho. Em 1935. decidiram, três deles, vir para São José dos Campos, montar aqui um armazém mais ou menos nos moldes do que o pai tinha em Igaratá. José entrou com 14 contos, Francisco com 17, João emprestou 5 do pai. Irmãos Prianti chamou-se a firma. Capital registrado Inicial: 30 contos de réis. O Jovem João Prianti Sobrinho, então com 21 anos de Idade, foi escolhido para diretor presidente da nova firma.
O local escolhido foi o bairro de Santana do Paraíba. Lugar de gente trabalhadora e brava; volta e meia uma briga na rua, tempo quente. Criar prestigio comerciai não foi muito fácil para os rapazes vindos de Igaratá. Vendiam secos e molhados, tecidos, ferragens. Acontece que havia outras firmas menores no bairro, cada uma especializada em um daqueles ramos de venda. Isso tornava a concorrência difícil. Os Irmãos descobriram que o jeito era concorrer em preço com todos os outros comerciantes, mesmo que o lucro resultasse irrisório: 20, assim conseguiriam se impor e valorizar seu estabelecimento. Houve um ano nessa época, em que o lucro líquido da firma foi de apenas 13 contos e quinhentos mil reis. Dividido entre os irmãos, representava uma migalha para cada um. Mas a firma Irmãos Prianti Já se tornara a de mais movimento comercial em Santana do Paraíba.
Quatro anos depois, em 1939, a firma era alterada para Irmãos Prianti Ltda., admitido como sócio também o velho José Prianti Filho vindo de Igaratá e orgulhoso de seus rapazes. Também o capital registra do foi revisto, passando a 100 contos de reis. Na base da política de preços baixos, preferindo reduzir a margem de lucro mas conseguindo maior volume de vendas, a firma expandisse a cada novo ano. Passados dez anos de sua Instalação, já em 1945, mas três Prianti vieram trazer seu capital e seu trabalho para aumentar o prestigio do armazém: mais dois Irmãos, Benedito e Antônio e um primo e cunhado, José Prianti Chaves.
EM 1951, os Prianti tomaram duas deliberações importantes, uma delas fundamental na consolidação da empresa: liquidaram a seção de tecidos e (aqui descobriu se a “América”) resolveram entrar, de forma definida, no negócio de arroz. Pouco tempo depois, eram OS maiores comerciantes de arroz de todo o Vale do Paraíba, com duas enormes e modernas máquinas com capacidade para beneficiar 28 sacos por hora. Somente em 1957, a firma passou a ter a denominação que ainda hoje conserva e com a qual se fez conhecida como autentica potência no comércio de São José dos Campos: Comercial e Importadora Irmãos Prianti Sociedade Anônima.
Hoje que era o pequeno armazém dos rapazes vindos de Igaratá transformou-se em enorme Supermercado, que supre não só a população de Santana do Paraíba como grande parte da população do centro da cidade, que descobriu que vale a pena ir até Santana para comprar mais barato. Mas os Prianti, com o senso comercial de sempre, acharam mais prático trazer o Supermercado até a população do centro, em vez de esperá-la em Santana: Já do próximo mês de agosto, inauguram, à rua Sebastião Humel, o maior Supermercado de São José Campos, que será filial daquele situado em Santana. embora maior.
E há até um capítulo à parte, na história desses notáveis homens de negócio. Quem acabou com a pequena seção de tecidos em 51, pelas mãos do acaso foi parar em pleno comércio de roupas. Foi em 1962 quando um sobrinho, sócio de uma loja e alfaiataria, encontrava-se em difícil situação financeira. Temendo que o comércio desse sobrinho pudesse malograr, os Prianti se reuniram e resolveram comprar a maioria das ações da loja. Em seguida, transformaram-na em verdadeiro endereço de elegância, obrigatório para os que procuram confecções finas: Modelo Magazine. Principalmente a partir de 1962, quando passou a ter por gerente Roberto Rossi, Modelo Magazine se impus como uma das mais importantes lojas de confecções elegantes em São José dos Campos.
Não se pode prever onde vão parar esses Prianti. Seu senso comercial não falha, cada novo empreendimento é sucesso garantido. Não é difícil imaginar, entretanto, sem querer ser “bidu”, que, dentro de mais alguns anos, terão dotado São Jose dos Campos de toda uma rede de Supermercados. E sabe-se mais o que poderão fazer? Pois. passam de arroz ao comércio de roupas elegantes com o mesmo êxito comercial! Importados das melhores lavouras de todo o Vale do Paraíba, e mais dos Estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso. Os pacotes do arroz “Pérola do Vale” e do Prianti” levam para todo o Brasil o bom home comercial dos Prianti. São 30 mil sacos de 60 quilos por ano, o que representou quase 130 milhões de cruzeiros velhos pagos em impostos, no ano que passou. Assim, os Prianti colaboram também para o desenvolvimento da cidade que os acolheu e em cuja história seu nome figura, desde há muitos anos, como o de gente honesta, amável e trabalhadora.
Sobre José Prianti Júnior
Nasceu em 27 de setembro de 1910 na velha Igaratá (leste do Estado de São Paulo) e que hoje está submersa na represa de mesmo nome. Era filho de José Prianti Filho e Leopoldina Ramos de Souza. Casou-se com a professora joseense Lydia Guimarães e tiveram dois filhos: Flávio José e Antônio Carlos.
José Prianti Júnior viveu em Igaratá até 1934, ajudando o pai no comércio de secos e molhados que possuíam na cidade. No ano seguinte, com seu irmão João Prianti Sobrinho resolveu vir para São José dos Campos e abriu um armazém na av. Rui Barbosa, em Santana, o Irmãos Prianti Ltda. do qual eles e seu pai, além do irmão Francisco, passaram a fazer parte como diretores.
Grande conhecedor do comércio de cereais, especialmente de arroz, ele era o responsável pelas compras do grão em casca, adquiridos de produtores do Vale do Paraíba e do Paraná, e do grão beneficiado que comprava no Rio Grande do Sul. José viajava bastante atrás de bons negócios e era muito conhecido, assim como seu inseparável “Fusca verde”.
Ele fez parte da primeira diretoria do Sindicato do Comércio varejista como suplente do conselho fiscal. José Prianti Júnior faleceu em 24 de março de 1967, em São José dos Campos.
1 – ONADYR MARCONDES ;
2 – MARIO SCHOLZ;
3 – RAUL RAMOS DE ARAÚJO;
4 – DELFIM ANTONIO PINTO;
5 – ELMANO FERREIRA VELOSO;
6 – BENEDITO MATARAZZO FILHO;
7 – JORGE VIEIRA DA SILVA;
8 – JOSÉ PRIANTI CHAVES;
9 – HAMILTON MATTOS;
10 – TERTULIANO DELFIM JUNIOR;
11 – JOÃO BATISTA DE S. SOARES ;
12 – CANDIDO BERTOLINI;
13 – RUI RODRIGUES DÓRIA ;
14 – BENTO BARBOSA DE QUEIROZ;
15 – SEBASTIÃO HENRIQUE DA CUNHA PONTES;
16 – JOSÉ FERZE TAU;
17 – DONATO MASCARENHAS
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Wagner Ribeiro – São José dos Campos Antigamente