As Serenatas bem e mal sucedidas

A bossa nova foi criada por jovens compositores de classe média que se reuniam em casas da Zona Sul do Rio de Janeiro para conversar, beber, tocar violão e cantar. A casa de Nara Leão era uma das principais. Aqui também proliferaram as reuniões em casas de famílias de classe média, com o advento da bossa nova.

Participando de um grupo integrado por estudantes (Alfredo Pereira Neto Dico, Luiz Antônio Torres Quatá, Renatão da Zaz-Traz, Sérgio Maia, Renato Paulo Choppard, Robertinho Viana, José Roberto Pereira Rodrigues e outros) os convites para os finais de semana começaram a aumentar. Foi daí que nasceu a ideia de retomar as serenatas para atender a um maior número de casas.

E aí saíamos, violão nas costas, cantando nas casas do Paulo Pires, Armando d’Oliveira Cobra, Dr. Dílson Lara, Dr. Euclides Fróes, Nelson Praça, Dr. Santos e de tantos outros. Foi fazendo serenata na janela da casa do Nelson Praça que o Sérgio Maia, que não cantava, não tocava e nem carregava o violão, conheceu a filha do Nelson, violonista, cantora e compositora, e de conversa em conversa acabaram se casando. O sucesso alcançado pelo Sérgio Maia entusiasmou o Dico que começava a namorar a esposa Nileda e combinou uma serenata em sua casa.

A casa ficava nos fundos de um imenso terreno na rua Paraibuna. Tudo muito escuro, chegamos depois da meia noite e adentramos sem fazer barulho, nos aproximamos da janela indicada pelo Dico. Não é que quando começamos a tocar e a cantar começou a chover pedaços enormes de tijolos. Será que não estamos agradando tanto assim?! É evidente que tratamos de correr para fora e já na rua indagamos do Dico se realmente era aquela a casa! Ele confirmou! Só que esquecera de que havia uma construção ao lado e de avisar os pedreiros que dormiam nela. E eles não eram muito chegados em bossa nova…
Luiz Paulo Costa – Jornalista

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