Clube de Joseenses e Amigos

Clube quer resgatar a história de São José dos Campos

Fundado em 27 de abril de 1998, o Clube dos Joseenses e Amigos veio para resgatar, zelar, cultuar e difundir a história de São José dos Campos, valorizando sua importância cultural e econômica, suas expressões populares, musicais e poéticas. O Clube, com sede a rua Vilaça, 143, tem 150 associados e pretende crescer através de convites da diretoria e dos próprios associados.

Há uns cinco anos nos reuníamos eu, o Gabriel da Silva, o Clodoaldo Rocha que tem oficina de funilaria, o Wilson de Andrade, do Chaveiro de Ouro para jogar conversa fora. O Pitulica (Clodoaldo) preparava uma comida, uma rabada, uma buchada… E surgiu a ideia do Clube dos Joseenses.

Convidamos mais alguns amigos e colocamos em prática. Antônio Carlos de Souza foi o quinto homem, depois o Nazir Assad, Enéas Machado, Sílvio Faria, o Antônio Carlos Peneluppi, o Aldari Figueiredo, José Renato Peneluppi, Aécio Pinto da Cunha, Alexandre Rossi. Nossa intenção foi convidar primeiro os membros das famílias tradicionais. E conseguimos.

Os vinte e quatro primeiros são sócios vitalícios, com outros vinte e quatro começamos a funcionar. A ordem é reivindicar, batalhar pela comunidade, a defesa do meio ambiente, a recuperação do rio Paraíba que já foi muito piscoso e hoje está poluído. Afirma o atual presidente José Carlos de Melo, 58, filho de Henrique Bráulio de Melo, 92, e Olga Bogliatto de Mello.

Continua José Carlos: me chamam de alemão por causa do cor do cabelo, meu pai sempre foi da zona rural, teve armazém, açougue, comércio de farinha. Nasci ao lado do Mercado Municipal, ele foi proprietário de um armazém, na rua Siqueira Campos, esquina com a Chico Luiz, teve armazém em Santana e depois um açougue no Mercado por muitos anos. Fiz o grupo escolar no Olímpio Catão, o ginásio no João Cursino. A cidade era bem pequena e todos se conheciam.

Os bairros mais tradicionais, Santana, Vila Ema, Jardim Paulista, Vila Maria. As famílias conhecidas: Oliveira, Cunha, Monteiro, Carnevalli, Veneziani, Assad, Weiss, Bonadio, Becker, Bráulio de Melo…

Naquele tempo, a via Dutra não existia, tinha bar do Freire, do Marcílio, o armazém do pai do Nazir no final da rua Paraibuna, onde hoje é a portaria do C.T.A. e o Bar Pequeno, na Vila Ema.

Na Câmara Municipal havia bons vereadores, o dr. Carlino Rossi, dr. Dória, dr. Soares, Sebastião Henrique da Cunha Pontes, Orlando Campos, Donato Mascarenhas, o famoso Pedro David, o Zarur, o Mário Schols, o Argemiro Parizotto que faleceu recentemente.

O Elmano Ferreira Veloso foi um bom prefeito por duas ou três vezes. Quando pequeno, entregava carne em sua casa, na travessa dr. Ivan de Souza Lopes, em frente a Santa Casa. O Veloso veio doente, curou-se e ficou por aqui, trabalhava na Coletoria Estadual.

São José era diferente, vivia dos sanatórios, dos tuberculosos. Tinha a d. Nica parteira, mãe do Luiz Carlos Veneziani, do Ouro, do Getúlio, da dra. Terezinha. D. Nica Veneziani prestou muitos serviços à cidade.

O padre João conheci demais, deixou saudades e coisas boas, a Casa dos Meninos, das Meninas, asilo, fez muito por São José. O dr. Nelson d’Ávila foi grande figura, um benfeitor. O filho, o falecido dr. Faustino Nelson d’Ávila, foi grande amigo.

O Banhado era a coisa mais linda, sem as atuais represas se enchia d’água do Paraíba. Não se deve mexer naquela área.

O progresso traz coisas boas e ruins, antigamente podia se pousar de porta aberta. Hoje não dá mais, pela insegurança e violência. Em compensação, temos mais conforto mais comodidade, transporte, informática.

Na minha época de moleque a vargem do Paraíba era inteirinha plantada com verduras, batata, arroz, etc. O Banhado era só lavoura. A fazenda Vargem Grande, da Prefeitura, o Elmano Ferreira Tecelagem Parayba, era grande produtora de arroz.

O diretor social, Nazir Assad, 53, conta que nasceu no fim da rua Paraibuna,” papai tinha uma espécie de mini-shopping onde hoje está o Novo Hotel. No entroncamento da estrada velha Rio-São Paulo.

Comecei a estudar no Grupo Escolar Angelo de Siqueira Afonso, hoje Faculdade de Direito, na Praça Candido Dias Castejon. O ginásio foi no João Cursino e a Faculdade de Economia na Univap. Me formei e fui trabalhar na Ford, em Taubaté, de paletó e gravata, não era o que queria.

São José nos anos setenta estava em franco desenvolvimento, a construção civil no apogeu. Era o início da Embraer, da Kodak, Companhia Satélite de Terrenos. O setor me fascinava. Vendi minha parte no escritório de contabilidade com o Jorley do Amaral e comecei a Laje Forte a empresa que dirijo até hoje.

O Clube dos Joseenses veio para resgatar o amor pela cidade, provinciana até o início dos anos 70 quando aderiu ao milagre brasileiro, modificando-se por completo. A população cresceu rápida, desordenadamente e perdemos nossa identidade.

A pacata São José sofreu uma revolução surpreendente a partir da época do prefeito Sérgio Sobral. As pessoas chegavam aos milhares em busca de oportunidade. Lamentavelmente, a parte podre veio junto, marginais, violência, assaltos, roubos, e um falso ar de cidade grande. Com os comerciantes e industriais das tradicionais famílias quase que engolidos pelo pessoal de fora, promovendo-se uma inércia.

O Clube veio justamente para retomar o movimento social da cidade. Uma iniciativa de um grupo de amigos e suas famílias. O sucesso é tão grande que existe fila para ingressar no quadro social.

A diretoria: Conselho Deliberativo, Alexandre Rossi, Antônio Carlos Peneluppi e Paulo Rodolfo Locatelli Fonseca. Diretoria Executiva, José Carlos de Melo, José Renato Peneluppi, Dario Segreto, José Cláudio Costa, Jorge Cursino dos Santos, Enéas da Silva Machado e Gabriel Alves da Silva (presidente licenciado). Conselho Fiscal, Agenor Fonseca Filho, José Guilherme Vieira Marcondes e José Teixeira de Almeida. Suplentes, Marco Antônio Capobianco e José Manoel Carvalho de Oliveira. Outras informações podem ser obtidas com José Carlos, no Mercado Municipal.
Texto por Ricardo Faria, jornal Vale a Pena, setembro de 2000 (fariaricardo493@gmail.com)

Algumas fotos ao longo da história do Clube

O clube teve muita história de alegria ao longo de sua jornada, mas a pandemia foi arrasadora…

Clube de Joseenses sobrevive

O Clube de Joseenses e Amigos, reconhecido de utilidade pública pelo Decreto no 6124/2002, há mais de 20 anos em sua sede alugada da Rua Vilaça no 143, tem extenso rol de serviços prestados a São José dos Campos. Com objetivo estatutário de resgatar, preservar, cultuar o patrimônio histórico material e imaterial para usufruto dos joseenses e amigos, conquistou de início a preservação da Igreja Nossa Senhora da Conceição na Travessa Chico Luiz, hoje Museu Sacro.

Orgulha-se da parceria com a Câmara Municipal criando a Medalha do Mérito Educacional Everardo Passos para reverenciar educadores e escolas que se destacaram a cada ano. E da reativação da Academia Joseense de Letras, em 2010. Participou com a Prefeitura Municipal do movimento pela aquisição do Sanatório Vicentina Aranha, hoje Parque Cultural, gerido há seis anos pela AJFAC – Associação Joseense para o Fomento da Arte e da Cultura criada e sediada em sua sede.

Como as demais instituições, também foi atingido pela contingência sanitária da pandemia Covid-19. No feriado de junho último teve sua sede arrombada e vandalizada por ladrões. Levaram quase tudo de valor, desde computadores com informações administrativas e de associados até utensílios de suas festas associativas, aparelhos de som e outros bens. Deixaram remexida a biblioteca com livros sobre a cidade e nossos ideais. A cultura não combina com atos anti sociais. Agradecemos a solidariedade! O Clube de Joseenses e Amigos ainda respira e sobrevive.

Paulo Locatelli Fonseca (O VALE, 18 a 24/Julho de 2020, pág. 6) Economista e Presidente do Clube de Joseenses e Amigos


Em 9 de fevereiro de 2021 viria o mais duro golpe…

Comunicado do Clube de Joseenses e Amigos

Desde o início de 2020, o Clube de Joseenses e Amigos, diante do desinteresse da inventariante do espólio do saudoso proprietário e amigo Theodoro de Oliveira Costa em continuar com o aluguel com ele celebrado, é objeto de ação judicial para a desocupação e entrega da casa de sua sede à Rua Vilaça nº 143, no centro da cidade.

Acumulado pelas restrições sanitárias da pandemia da Convid-19, que impossibilita os eventos para complemento da renda das mensalidades para o pagamento das despesas fixas da sede, não restou outra alternativa senão o atendimento da ação judicial com a entrega do imóvel no dia 1º de fevereiro de 2021.

Foram 22 anos de muitas importantes realizações, excelente congraçamento e amizade de joseenses e amigos. Sentiremos falta do local, porém estamos convictos que vamos continuar vivos para atingir os objetivos que o Clube de Joseenses e Amigos sempre se propôs.

Neste momento, a união de todos os joseenses e amigos é fundamental para encontrarmos um novo local para instalar a sede e o acervo para a continuidade dos objetivos estatutários de resgatar, preservar e cultuar o patrimônio histórico material e imaterial de São José dos Campos.

Até sempre

Paulo Locatelli Fonseca – Presidente

Maio de 2015

O Clube de Joseenses e Amigos ainda não possui sede própria, ainda… desejo que suas ações voltem a alegrar e contribuir com o joseense muito em breve!

Veja também:
https://www.sjcantigamente.com.br/o-clube-de-joseenses-e-amigos-comemora-nossas-datas-civicas/

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