Corpus Christi celebrado no passado de São José dos Campos

O Corpus Christi, feriado em que é celebrado o Corpo de Cristo, simbolizado na missa católica pela hóstia, é comemorado em várias cidades brasileiras através dos tapetes de serragem. Neles, os fiéis “desenham” cálices, pães, vinhos e outros elementos que lembram o sacramento da comunhão. (fonte G1)

Esta publicação tem o objetivo de mostrar a celebração no passado do município de São José dos Campos, com fotos e imagens enviadas pelos membros do grupo SJC Antigamente.


A fé segue o Corpo de Cristo pelas ruas da cidade

Cerca de seis mil pessoas acompanharam ontem, a procissão de Corpus Christi em São José dos Campos. Pouco, muito pouco, segundo o velho padre João que falando no encerramento da festa criticou “o comodismo desses cristãos que hoje ficaram em casa ao invés de vir até aqui louvar o Senhor”.

Contudo, parece que o frio e a chuva contribuíram muito para a pouca frequência. Logo de manhã, quando as ruas centrais acabavam de ser ornamentadas com quilos e quilos de pó-de-serragem colorido, os devotos se queixavam da garoa fina que caiu desde madrugada.

Mas assim mesmo, dona Maria Facchini Pereira, de 70 anos, saiu de casa bem agasalhada para ver os enfeites das ruas, antes que eles fossem desmanchados pelos pés da multidão. Dona Maria lembra ainda das grandes procissões de Corpus Christi que eram feitas em São José dos Campos, quando as mais bonitas toalhas que existiam nas casas eram colocadas nas janelas.

Para ela agora “as coisas estão muito mudadas”. As tampinhas de cerveja e a serragem substituíram as flores naturais que eram jogadas nas ruas. Isso era feito numa manifestação espontânea de casa de família. Agora são equipes que se juntam para enfeitar as ruas…

Mas a fé permanece a mesma, apesar dos comentários de observadores da cidade que sustentam que “quanto mais se progride mais se afasta da religião”.

Nas mãos dos presos da APAC

“Essa foi a coisa mais bonita que eu já vi na minha vida”.

O comentário é do reeducando da APAC, José Candido de Lima, quando viu os 4 quarteirões da Rua 15 de Novembro totalmente cobertos por pó de serragem. cal. palha de arroz e café, formando desenhos.

José Cândido e mais 60 reeducandos da APAC participaram dos trabalhos. As duas horas da madrugada eles estavam nas ruas. Era preciso pressa porque a extensão a ser enfeitada era grande e os desenhos não tão simples. Sob chuva da madrugada eles trabalharam com afinco e só pararam o trabalho completado duas da tarde, ou seja, 2 horas antes da procissão sair.

Foram usados dois caminhões de palha de arroz e muitos sacos de serragem que os reeducandos da APAC levaram dois meses para deixar no ponto certos com a cor desejada.

FALTA APOIO

Já o pessoal da Peregrinação de Leigos Cristãos, tiveram um trabalho enorme para ornamentar a Siqueira Campos. Eles juntaram material o ano inteiro e trabalharam das dez horas da noite de quarta-feira, até o meio dia de quinta-feira.

Ontem eles se queixavam da falta de apoio da Prefeitura que segundo eles “só manda depois cartinha de parabéns”.

A LIMPEZA

Antes da procissão, doze caminhões de coleta de lixo já estavam colocados em locais estratégicos. Todos os garis da Prefeitura foram requisitados. Era preciso começar a limpeza das ruas enfeitadas tão logo a procissão passasse por elas.

Isso, porque segundo os chefes da limpeza, se as ruas forem liberadas para o tráfego, antes de serem limpas a serragem, a palha e o pó de café se espalham por toda a cidade.

Apesar do frio os pequenos garis da Prefeitura estavam contentes: “vamos ganhar extra-dobrado”, diziam eles, felizes.

Valeparaibano, 15 de junho de 1979

Corpus Christi – Década de 1970, centro da cidade de São José dos Campos
Fotos cedidas pelo Museu do Folclore de São José dos Campos

Abaixo, a Procissão de Corpus Christi em 1968
Local: Rua Guaianazes e Praça Antônio Prado
Bairro: Santana, em São José dos Campos
Por João Loureiro

“Eu pititica, em 1997, ajudando a enfeitar o tapete de Corpus Christi. Toooodo ano eu pedia pra minha mãe me deixar ajudar, adorava mexer com a areia, terra, tampinhas de garrafa e tudo mais que usavam! Essa foto é na José Leite da Silva, no Jd. Bela Vista, Centro, onde eu morava. Não sei se montam mais o tapete por lá, mas todo ano eu era voluntária entusiasmada!” Por Fernanda Faria Pasqualetto.

“Procissão de Corpus Christi no Vicentina Aranha! Por volta de 1964, e minha mãe estava puxando a fila da direita!” Por Bruno Corrêa.

“Corpus Christi no campo do RAC, em 1981.” Por Patrícia Cláudia Gonçalves.

“Corpus Christi em 1970. Apesar de aparecer ali na foto, não tenho certeza, mas acho que era na Rua XV de Novembro…” Por Augusto Amado.

Acervo do Pró Memória

Traga sua história para ser contada!
Digitalização de fotos, vídeos, áudio, documentos, recortes de jornais, gravação de depoimentos, cartas, etc.
Midias Sociais: sjcantigamente
Whatsapp: (12) 99222-2255
Email: sjcantigamente@gmail.com

Comente se há informações extras, escreva suas recordações ou mesmo o que achou desta publicação. Agradeço por sua participação!