O saudoso gráfico, proprietário de jornal e jornalista José Antônio Cursino, o Nenê, destacou-se como figura humana por possuir um grande coração. Sensibilizava-se até às lágrimas com as narrativas de dramas pessoais ou sociais. Com as suas gráficas e o suor do próprio rosto, fez fortunas que se esvaiam por ser mão aberta. Em sua gráfica da rua Sebastião Humel editou nas décadas de 40 e 50 o jornal “Folha Esportiva”, que se rivalizava com o “Correio Joseense”, do jornalista Napoleão Monteiro. O saudoso alfaiate e mais tarde pastor evangélico Manoel Pereira Costa levou um anúncio para ser publicado no jornal. Nenê Cursino acolheu prontamente e mandou para a oficina. Na edição da “Folha Esportiva”, no entanto, um equívoco, o gráfico trocou na composição a letra “C” pela letra “B” e saiu no anúncio: Alfaiataria de Manoel Pereira Bosta”.
Enfurecido, o alfaiate, respeitadíssimo na cidade, procurou por Nenê: “Exijo que o jornal faça uma correção do erro grosseiro do anúncio!” “Nem precisava exigir, afirmou Nenê, o erro será corrigido na próxima edição!”. E na edição seguinte foi publicada a correção: “Na edição anterior, onde saiu publicado “Alfaiataria de Manoel Pereira Bosta, leia-se Alfaiataria de Manoel Pereira Bosta“. Não é preciso dizer que o saudoso alfaiate desistiu de nova correção.
Nenê Cursino candidatou-se a vereador pelo MDB em 1968 e 72. Em seu reduto eleitoral, a Vila Maria, empolgava os correligionários quando o locutor perguntava: “O que vocês querem mesmo?” E os homens e, principalmente, as mulheres respondiam: “Nenê! Nenê!” Ficou na suplência porque a dupla interpretação da pergunta e da resposta não agradou muito. O seu “slogan!, no entanto, era forte: “Com Nenê é pau com formiga!”.
Sobre erro publicado em jornal, no entanto, o maior em São José aconteceu em 1975, quando da visita do presidente da República, general Ernesto Geisel, a Cruzeiro, para inaugurar a Fábrica Nacional de Vagões. E o jornal “Agora”, o primeiro a ser editado em off-set na cidade, lascou esta manchete de primeira página: “Geisel inaugura Fábrica Nacional de Cagões“.
Os jornalistas do “Agora” quase não conseguem fazer a cobertura da solenidade!
Luiz Paulo Costa – Jornalista
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