Já na década de 60, o prefeito Elmano Ferreira Veloso enviou outro projeto de lei prevendo subsídios à FVE. Desta feita, a oposição à concessão da verba estava mais forte porque liderada pelo vereador José de Castro Coimbra, o mais votado nas últimas eleições, e o Jamil Mattar de Oliveira não era mais vereador, para segurar o paletó de ninguém. Assim mesmo, o vereador Mário de Paula Ferreira, líder do prefeito, conseguiu articular uma maioria de vereadores para a aprovação do projeto.

Sabendo disto, o vereador Coimbra fazia obstrução parlamentar para o projeto não ir a votação. Até que numa sessão legislativa, não havendo mais recurso possível, o presidente da Câmara, vereador Francisco Pereira de Faria, iria colocar o projeto em votação. Determinou à secretaria que trouxesse o projeto de lei e o colocassem em cima da mesa da presidência.

Doutor Coimbra diante daquela situação que parecia irreversível, passou pela mesa da presidência agarrou o projeto e saiu correndo, pulando a divisória do plenário e tentando alcançar a escada do prédio da rua Sebastião Humel (onde hoje funciona a Biblioteca Pública Municipal Cassiano Ricardo).

Por azar, vai chegando naquele momento o vereador Donato Mascarenhas Filho, que, além de tabelião, era fazendeiro e acostumado a pegar boi à unha. Ouve a gritaria, pega! pega!!! Dá de cara com o vereador Coimbra correndo com o projeto na mão. Não teve dúvida, postou-se à frente e agarrou o Dr. Coimbra erguendo-o do solo e colocando-o junto à parede até que ele entregasse o projeto.

De volta ao plenário, tudo pronto para a discussão do projeto de lei, eis que um curto circuito deixa a Câmara às escuras. Chamam o eletricista da Prefeitura que funcionava no mesmo prédio, vasculham tudo, trocam os fusíveis queimados por novos. A energia volta e torna a entrar em curto circuito. Isto é tentado mais algumas vezes e o eletricista desiste. É preciso o dia claro para descobrir onde está entrando em curto circuito. À luz de velas é impossível realizar a sessão. O projeto não pode entrar em votação.

No dia seguinte, como num toque de mágica, o eletricista troca os fusíveis e a energia elétrica volta a funcionar na Câmara e na Prefeitura Municipal de São José dos Campos. Mistério que um dia ainda revelarei!
Luiz Paulo Costa – Jornalista

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