O presente trabalho foi realizado pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo em 2004, e entrega um estudo sobre as primeiras escolas do município.

Primeiro Prédio a abrigar a Escola Mista no final da década de 1930.
Comodato Malú Gomes
Museu Municipal

A Tecelagem Parahyba instalou-se em 1925 na cidade, na Av. Sebastião Gualberto. No entanto, esta fábrica somente foi inaugurada em 1927, devido a problemas na liberação de máquinas estrangeiras pela fiscalização.

Inicialmente construída por industriais portugueses e brasileiros, a tecelagem sofreu com a queda da bolsa de 1929, sendo adquirida por seus credores. Olivo Gomes, então corretor de algodão no Rio de Janeiro, foi contratado como gerente, para contabilizar os ativos da empresa. Como gerente, passou a comprar as ações da fábrica, tornando-se o seu principal acionista e presidente em 1933.

Alunos e Professores em 1938.
Folha Esportiva Edição Especial
Nenê Cursino
Arquivo Público do Município

Com a chegada de novas indústrias, novas categorias profissionais foram inseridas na organização social joseense. O trabalhador rural ou comerciantes de matérias primas rurais, funções de outrora, passaram, neste momento, a conviver com o trabalhador da fábrica, o operário. Em torno deste novo elemento de trabalho e das mudanças sofridas pela Primeira República, os novos conhecimentos e controle do tempo e manejo das novas tecnologias eram imprescindíveis para resolver problemas da nascente demanda do mercado, funções destinadas às escolas. Dentro das fábricas, as escolas tinham um objetivo básico: adequar os operários e seus filhos, futuros operários, às novas exigências do capital.

Edifício construído para ser a Escola Mixta Tecelagem Parahyba na década de 1930.
Comodato Malú Gomes
Museu Municipal

Edifício do Grupo Escolar T.P. S/A na década de 1950.
Livro Arquitetura Moderna
Alexandre Penedo

Em 16 de Janeiro de 1928, a Prefeitura de São José dos Campos recebeu uma representação da Sociedade Anonyma “Tecelagem Parahyba”, para a instalação de uma escola mista na fábrica para a instrução de filhos de operários, sendo enviada para o Secretário do Interior. Essa escola foi instalada na década de 30, nas instalações da própria fábrica, posteriormente sendo construído prédio apropriado para tal fim em 1946.

Alunos do Grupo Escolar T.P. S/A s.d.
Comodato Malú Gomes
Museu Municipal

Grupo Escolar T.P. S/A s.d.
Comodato Malú Gomes
Museu Municipal

Em 1951, uma nova escola foi construída pelos arquitetos Carlos Millan, L.R.Carvalho e Sidney Fonseca, baseada em novos conceitos educacionais, como a ampliação dos espaços educacionais, não mais somente concentrados na sala de aula. Ao mesmo tempo realizaram-se atividades educacionais para operários adultos, localizadas em áreas improvisadas, com professores leigos e voluntários. Em meados do século XX, foi criada Lei Federal instituindo que toda escola de 1ª a 4ª séries (antigo primário), obrigatoriamente deveriam possuir salas de 5ª a 8ª séries (antigo ginásio). Neste sentido, foi realizado um convênio entre a G.E. Tecelagem Parahyba S.A. e o Instituto São José promovendo bolsas de estudo para alunos que quisessem continuar seus estudos.

Essa escola acabou sendo incorporada à Secretaria de Ensino do Município, sofrendo alterações arquitetônicas e adequando-se às propostas municipais de ensino.

Alunos do Grupo Escolar T.P. S/A s.d.
Comodato Malú Gomes
Museu Municipal

Fundação Cultural Cassiano Ricardo
Eng°. Edmundo Carlos de Andrade Carvalho
Diretor Presidente
Diretoria de Patrimônio

Engº. Vitor Chuster
Diretor do Departamento de Patrimônio Histórico

Antônio Carlos Oliveira da Silva
Pesquisador – historiador

Donato Donizete dos Santos Ribeiro
Historiador

Renato Santana Gomes
Estagiário de História

Lucas Brito de Siqueira
Estagiário de História

Fonte: Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR).



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Wagner Ribeiro – São José dos Campos Antigamente