Jornal da Noite Nº 10

A “poesia” também marca a sua presença nos bares

Os bares noturnos. Essas incríveis casas que tem o poder de acomodar alegrias, fossas, desabafos, solidões, que emanam de seus habitantes, fazendo com que todos fiquem de uma só “cor” e num mesmo nível. São neles também, que conseguimos encontrar o “poeta”, essa figura quase extinção, que por um estranho motivo, consegue captar das viradas de copos, das mesas com cinzeiros abarrotados de pontas de cigarros e desse amontoado de sons humanos, toda a inspiração que fica pairando em nosso ar. O poeta constrói em nosso ambiente, sua própria casa e talvez seja por isso, que todos o criticam, que por muitas vezes, ele é marginalizado, pois é um andarilho nesse mundo, capaz de sentir todas as diferentes emoções e passá-las para o papel.

Edjalma J. de Oliveira, é um desses poetas, andarilho e “camelô”, além de joseense, que come, bebe e vomita poesia. E como se não bastasse, é também nesses mesmos bares, os quais já foram palcos para suas inspirações, que ele retorna para mostrar o seu trabalho, talvez por saber que a noite deixa as pessoas por demais sensíveis e também por querer terminar ali a sua missão.

“Minha Espada é Meu Poema”, esse é o segundo livro de poesias extraído da vida, em que Edjalma coloca toda a sua visão do mundo; imundo ou não”.”

E é por isso que eu insisto em chamar esse poeta de “camelô”, pois seu livro não se encontra à venda nas melhores casas do ramo, mas sim, embaixo do seu braço ou dentro da sua bolsa, vagando pelo “Roteiro da Noite” como se realmente estivesse “empunhando seu poema como uma espada”.

Edna Petri

Zanzibar: mais alegria para o Vale

O Vale do Paraíba tem mais festa agora, com a inauguração do Zanzibar desde sexta-feira passada, em Aparecida. Transando num prédio que era, anteriormente, uma pensão para romeiros, o Zanzi (como os amigos carinhosamente já estão chamando) tem o visual mais maluco de bar que se possa imaginar. São três andares, com 27 mesas no total, cada andar de um jeito, com muitas fotos e pinturas a óleo nas paredes.

Tem mesas até no terraço, que faz a curtição destas noites quentes, com uma visão bonita de Aparecida, com o Rio Paraíba, a Serra da Mantiqueira ao fundo, e uma garotada amiga e descontraída que vai curtir o bar do artista Antônio Carlos de Almeida. A inauguração do Zanzibar foi uma festa maluca, com a presença da Imprensa do Vale, com os jornalistas Dailor Varela, João Albano e Joaquim Costa, que, depois, deram uma esticadinha até o Choppão, prestigiando também “o bar mais. democrático do Vale do Paraíba”, como diz o Dailor.

Cafoninha e suas broncas

Cafoninha, o novo contratado do Jornal da Noite, primo da Corujinha (a que só inferniza a vida dos outros) e neto de Jeca Tatu é um cara muito chato, subdesenvolvido, movido a pinga e álcool de mandioca. Ele só anda a pé e só enxerga em preto e branco. Filho de macumbeiros, Cafoninha nasceu sob o signo de leão e nasceu inteiramente embriagado e com óculos escuros. Os pais o deixaram numa lixeira, sabendo que ele iria aprontar muito durante a vida. Um casal de favelados o recolheu e o criou lá no Vidoca. Fugindo de casa, Cafoninha veio ser repórter do Jornal da Noite com o propósito de só falar mal dos outros, dar bronca, pontapé no saco, reco-reco na espinha e dedo no olho.

Cuidado que no Girassol tem loucos

O pessoal lá do Girassol já está provocando desconfiança em seus vizinhos. Eles teriam enlouquecidos. Psiquiatras já começam a rondar o bar. É que eles inventaram lá uma tal “moela de galinha” que é um dos pratos mais procurados da casa. E por um preço que facilita você a tomar um chope a mais todas as noites. Vá correndo que você ainda aproveita as loucuras do Lúcio, antes que os psiquiatras o levem dali. E olha que tem outros pratos joias. O endereço do Girassol? Vai dizer que você não sabe?

Cafoninha

A Bahia com seus encantos no Cine Teatro São José

No próximo dia 22, se apresenta no Cine Teatro São José, às 21 horas, o espetáculo cênico-musical “Bahia, Canto e Recanto”, de autoria de Edmilson José Santos com trechos de Edmilson Silva, um joseense que parece ter nascido para teatro e que adora curtir o seu lado nordestino.

“Bahia, Canto e Recanto”, tem como principal objetivo, divulgar o outro lado da Bahia, ou seja, todo o folclore, a cultura, que já estão quase esquecidos, devido ao progresso desenfreado que todos temiam em chamar de “civilização”. O espetáculo tem em seu início músicas ilustradas com slides de Salvador, num resumo de tudo aquilo que já fora contado pelos maiores poetas brasileiros e conhecidos em todo o mundo, em termos de Bahia.

O trabalho de Edmilson Silva, pode-se dizer ter sido um dos melhores da sua carreira, talvez pelo fato de que, a peça em si, aborda um dos temas preferidos dele: o sertão nordestino, a música sertaneja, a Bahia, que de lá de cima, com toda a sua simplicidade, ainda é alguma coisa que encanta e recanta.

Você não pode perder esse espetáculo, que terá somente uma apresentação, onde você vai ficar conhecendo um pouquinho da Bahia, no maravilhoso trabalho do grupo “Mandacaru”. Os ingressos já estão à venda pelo preço único de 300 cruzeiros.

Bem Aventurados os Bêbados

I

É difícil saber se
o amanhã
se abrirá dentro do
meu corpo
com a alegria de ur sol
ou se sentirei
na boca o indesejável
gosto da angústia matinal.
Enquanto o dia não vem
bebo um conhaque e escrevo sobre a mesa do bar
um poema sobre o
mistério
da vida.

II

Na mesa de fórmica
a fome grita um PF (sigla do povo).
No balcão um bêbado
espreme no
calo da mão
o azedo limão.

III

A noite
fecha
o cansaço das ruas.
Enquanto
o bar abre
suas portas
no gosto democrático
de ouvir,
sem censura,
a palavra
dos homens.

IV

Há no teu
sexo um gosto
de maresia
que me lembra
o gesto de
chupar a ostra
adormecida
num balcão qualquer
de um bar
frente ao mar.

(poemas de Dailor Varela)

Saber beber cerveja no ponto certo é uma arte

No Brasil a tarefa de todos os proprietários de bares e restaurantes, todos os dias, é reverem seus estoques de cerveja e chope, pois o brasileiro é o terceiro maior consumidor dessa bebida nas três Américas. Também eles devem rever os conceitos sobre temperaturas, quantidade de espuma e utilização de copos, tulipas ou canecas, porque, segundo os conhecedores, a clássica frase “salta um chopinho estupidamente gelado e sem colarinho” nem sempre é a melhor pedida.

A cerveja engarrafa e a cerveja em barril (chope) têm a mesma composição. A diferença entre elas é que a cerveja é pasteurizada, isto é, sofre um processo de aquecimento após o envasamento, o que garante ao produto uma durabilidade de meses. Já o chope, que não é pasteurizado, é o que os espe-cialistas chamam de bebida crua, e que por isso tem maior leveza de paladar. E, justamente porque não tem esse tratamento que garante tanta durabilidade, o chope deve ser consumido logo após a abertura do barril. Alguns especialistas chegam mesmo a aconselhar que o consumo do barril aberto não ultrapasse 24 horas.

Muito discutida, a temperatura ideal para a cerveja deve levar em conta o clima da região. O Guia Internacional de Cerveja. elaborado pelo francês Michel Itaca aconselha que a bebida “deve ser só resfriada e não gelada para não perder o sabor”. Técnicos em fabricação dizem que, no Brasil, a temperatura ideal para cerveja ou chope deve ficar entre os 7 e 9 graus centígrados e reprovam totalmente o congelamento do produto. Embora o uso de canecas com gravuras em relevo seja uma tradição que se confunde com a própria história da cerveja, os conhecedores recomendam o copo de vidro como o mais indicado, por sua neutralidade de paladar e também pela facilidade de limpar. Universalmente, a tulipa de espessura mínima é considerada o recipiente ideal para a bebida.

Num país de clima quente como o nosso (mesmo no inverno), o hábito de se gelar o copo antes de servir ajuda a conservar a temperatura da cerveja, mas os entendidos alertam para não se levar o copo a congeladores que contenha carne, peixe, camarão ou queijo, pois esses alimentos podem alterar o sabor da cerveja. Para quem gosta de chope sem espuma, é bom mudar de hábito. Os conhecedores afirmam que um chope sem espuma é mal tirado, tem pouco gás, o que altera uma de suas características: perde a leveza. O grande segredo, para quem tira o chope,está no controle da torneira. Saber o momento exato de abrir e fechar a torneira garante o chope no ponto, com o colarinho certo. E isso é funda- mental para o sucesso do seu estabelecimento, pois o freguês do chope é muito constante e não muda de bar com facilidade. Enquanto tiver chope ou cerveja na dose certa, ele fica. O resto fica por conta do tira-gosto que se serve.

● Olha aí, a Corujinha está de volta. O Hélio, do Frangão, está prestígio mesmo: Outro dia ele esperou uma ligação interurbana de São Paulo para às 20 horas e o telefonema só aconteceu às 22h20m. Questão de pontualidade.

● Restaurante Vila Velha continua oferecendo em seu cardápio, o melhor pintado na brasa. A casa que é uma das mais antigas da cidade é muito procurada, principalmente para o almoço de domingo pelos que gostam de comer bem.

● Pratos rápidos e bem preparados podemos encontrar na Lanchonete Vicky, que também atende diariamente para o almoço. Uma boa pedida para quem tem pressa e quer economizar.

● Lá na 9 de Julho, o Marron Glacê, apresentando nos finais de semana, Chicão e seu conjunto de Chorinho. O grupo foi denominado “Os 4 do Vale”, mas sempre tem mais de seis. Oswaldo, do Vale Paraibano, é um que não perde a oportunidade de mostrar seus dotes artísticos, cantando e tocando pandeiro. Sem contar que é um bom dançarino e tomador de cachaça.

● E por falar no Marron Glacê, Tereza e Luiz comandam a casa, que oferece um ambiente bem nostálgico, com as serestas da madrugada. Quem chegou lá outro dia (noite) foi o “Sete” da Unidos da Vila, que também entrou na música.

● No Chopp Nhauer o movimento (foto) continua incrível de segunda a domingo. Para achar um lugarzinho é que está muito difícil. Do jeito que vai, o Dito terá que alugar todo o quarteirão. O que será que provocou tanto sucesso: as costelas ou o charme do Dito?

O Chopp Nhauer sempre movimentado.

● A Corujinha bem disfarçada assistia outra noite lá no Chopp Nhauer, ao show do mímico Jean Pierre e qual não foi sua surpresa quando o artista apareceu todo trajado de branco, com camisa de cetím. O espetáculo estava diferente, e, por sinal, excelente. Será que a censura andava por perto? Não, Pierre mostrou que é bom mesmo.

● Domingo, enquanto todos viam o final da Copa do Mundo na casa do sr.. Lourival, o “Curisco”, sua namorada a Rosângela, Carlinhos e Silvana, Beto (o brincalhão) e Rosa saboreavam a cerveja dos 4 anos de casamento de Gilberto e Ironita. Todos muito descontraídos, nem ligavam para o último jogo da Copa.

● No aperitivo de domingo lá do Frangão, pudemos ver “aquele gerente de banco” numa prosa que dava gosto. Gente, quando ele começa a contar sua piadas de salão, não pára mais. A sorte é que tem um bom público para ouvi-lo, entre uma cervejinha e um prato de carne-de-sol com mandioca frita. Mas ele prefere mesmo é uma boa vodka.

● Muito movimento no final de semana ao vivo e petiscos variados, fazem do local um ponto de reunião jovem. Maurício se desdobra para atender todo o pessoal e até já acostumou com a correria.

Freitas do La Cave.

● No La Cave, quem andou sumido na sexta passada, foi o simpático “Juju”, que deixou “alguém” com mais saudades ainda. O Freitas não se conforma, põe a mão na cintura (ver foto ao lado) e diz:- E eu, o que faço aqui? – Não se preocupe, “Bigo”, sabemos que você também tem um fã especial.

● Aloísio, do Estrela D’Alva Danças, convidando para o seu aniversário neste sábado. Ele quer que todos os amigos tome uma cerveja com ela lá no Estrela. O conjunto que vai tocar? Não poderia ser outro: Biriba Boys, uai. “Epa! Essa Corujinha tá cum sutaque minero, sô”.

● Quando sai da Sany-Sauna com aquele American-Bar tão invejável o pessoal vai mesmo é para o Frangão. A sauna fica na R. Paraibuna, 656.

● O Trio Ponto de Interrogação continua com sucesso no La Cave e no Chopp Nhauer. A cantora Fátima andou de férias.


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