O Clube de Joseenses e Amigos comemora nossas datas cívicas

O Clube de Joseenses e Amigos, fundado há 19 anos e declarado de Utilidade Pública pela Lei Municipal nº 6124/02, com sua sede à rua Vilaça nº 143, centro, tem por objetivos principais resgatar, preservar, zelar, cultuar e difundir a história e a memória de São José dos Campos, pesquisando, estudando, defendendo e propagando os fatos históricos, valorizando sua importância cultural e econômica, suas expressões populares, musicais e poéticas, assim como seus protagonistas, além de manter atuação social, política (não partidária) e beneficente junto à sociedade joseense.

O Clube de Joseenses e Amigos está presente no Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Paisagístico e Cultural (COMPHAC) e na Associação do Vicentina Aranha, e participou da preservação e restauração da Capela Nossa Senhora Aparecida (ao lado do Mercado Municipal) hoje transformada em Museu de Arte Sacra; da aquisição pela Prefeitura do antigo Sanatório Vicentina Aranha; da criação da Medalha do Mérito Educacional Professor Everardo Passos pela Câmara Municipal; da instituição do dia 16 de maio como o Dia do Músico Joseense; da promoção das atividades comemorativas do centenário de nascimento de Elmano Ferreira Veloso, prefeito por quatro vezes; da reativação da Academia Joseense de Letras e da preservação do prédio da Faculdade de Direito do Vale do Paraíba.

Por dois anos consecutivos percorreu as ruas do centro da cidade distribuindo panfletos informativos sobre as datas cívicas e a participação dos joseenses em cada uma delas, acompanhado de uma mini banda de Santana do Paraíba entoando os hinos alusivos.

Os joseenses participaram da Independência do Brasil

A Independência do Brasil, a emancipação política do país no início do século XIX ocorreu no dia 7 de setembro de 1822, em que deu-se o chamado “Grito do Ipiranga”, às margens do riacho Ipiranga em S. Paulo. E os joseenses participaram da Independência do Brasil.

Em agosto de 1821 começaram a se realizar na vila joseense várias reuniões secretas na casa de Venâncio José Leme, segundo o Álbum de S. José dos Campos de João Netto Caldeira de 1934. Ofício da Câmara de São José enviado ao Príncipe D. Pedro relatou que naquelas reuniões eram lidos artigos do Cônego Sampaio e de Gonçalves Ledo do jornal “O Reverbero”.

A 10 de Setembro de 1822 a Câmara reuniu-se e festejou a data com a iluminação de todas as casas, por meio de archotes, “também sendo engalanado o paço municipal”. O presidente da Província, Francisco Antônio de Barros, permitiu que se disparassem os arcabuses.

Realizando-se a 1º de dezembro de 1822 a sagração de S. Majestade o Imperador, a vila de São José foi representada neste ato por Venâncio José Leme, José Vicente Ferreira e Ignácio Ricardo de Brito.

Em sessão de 14/02/1824, a Câmara delegou poderes aos srs. Ten General Manoel Martins do Couto Reys, Desembargador Antônio Rodrigues Velloso de Oliveira e João Maria d’Azevedo Chichorro para, em nome da vila de São José do Parahyba, jurarem a Constituição na Côrte Imperial.

Cumprida a missão, a municipalidade convocou o povo para sessão solene, realizada a 12/04/1824, na qual foi jurada a Carta Magna do Império do Brasil. A ata respectiva foi subscrita por 277 joseenses.

Joseenses na abolição dos negros e na Proclamação da República

São José participou ativamente da luta pela abolição da escravidão. Alguns fazendeiros daqui, como o Dr. José Pedro de Paiva Baracho, anteciparam-se à Lei Áurea, de 13 de maio de 1888, e, incondicionalmente, libertaram seus escravos. Um dos maiores abolicionistas joseenses foi o professor Sebastião Hummel (foto), que pregava publicamente o fim da escravidão. E não foi diferente na luta pela Proclamação da República em 15 de Novembro de 1989. Os primeiros rumores acerca da mudança de regime chegaram a São José em fins de 1888, conforme registra o jornalista Luís Augusto Ferreira em “História de São José dos Campos, desde a sua fundação até a Proclamação da República”, publicado no álbum da cidade do jornalista Edward Simões em 1951.

Sebastião Hummel, o primeiro professor primário da cidade durante 30 anos, colocou-se também à frente do movimento pela Proclamação da República. A comunicação oficial ao povo joseense só se deu na sessão de constituição do governo provisório da qual participaram os vereadores Francisco Alves Fagundes, João Augusto Gonçalves de Freitas, José Bruno de Alvarenga, Theotonio de Oliveira Miragaia e Francisco Luiz de Andrade e Almada. Diz a ata escrita pelo secretário Bento Ermigdio de Salles: “Aos 17 dias do mês de Novembro de 1889 no Paço da Câmara Municipal da cidade de São José dos Campos onde se achavam reunidos os membros do Partido Republicano, procedeu-se a eleição do governo provisório sendo aclamados os seguintes cidadãos: Para Presidente Francisco Alves Fagundes; vice-presidente Antonio Domingues de Vasconcellos e secretário Alfredo Augusto de Oliveira.” A Bandeira do Brasil foi adotada pelo Decreto-lei nº 4, de 19 de Novembro de 1889, o Dia da Bandeira.

Sobre Sebastião Hummel, que adotava os princípios positivistas de Augusto Conte, escreveu o advogado e poeta Hélio Pinto Ferreira: “Quer como cidadão exemplar, quer como professor primário, idealista da República e da Democracia, Sebastião Humel soube se conduzir com a firmeza dos fortes e a coragem dos heróis numa época sombria de nossa História, quando surgiu vitorioso o movimento republicano.”

Os joseenses participaram da Revolução Constitucionalista

Os joseenses participaram ativamente da Revolução Constitucionalista de 9 de Julho de 1932. Os ideais democráticos e republicanos que levaram paulistas e mato-grossenses às armas por 87 dias continuam ecoando Brasil afora. A Revolução de 1930 derrubou o presidente Washington Luiz e colocou em seu lugar o candidato derrotado Getúlio Vargas alegando dar fim à hegemonia das oligarquias, extinguindo o Congresso Nacional e acabando com a autonomia que os estados gozavam com a Constituição de 1891 com a nomeação de interventores. A época era de queda no preço do café pela crise norte-americana de 1929 com o governo provisório comprando as sacas produzidas mais proibindo a abertura de novas áreas de plantio. Os centros urbanos de São Paulo recebiam milhares de camponeses sem trabalho.

No dia 23 de maio de 1932 o conflito tomava as ruas da cidade de São Paulo com estudantes e populares defendendo a convocação da Constituinte prometida pelo governo provisório. Um grupo de tenentistas ao defender a sede de um jornal favorável ao regime varguista acabou assassinando os estudantes Euclides Bueno Miragaia (natural de São José dos Campos), Mário Martins de Almeida, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Américo Camargo de Andrade. Com as iniciais de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, constituiu-se o movimento MMDC que no dia 9 de Julho fez eclodir o levante contra o governo provisório. Sob a liderança dos generais Euclides de Figueiredo, Isidoro Dias Lopes e Bertoldo Klinger poderia ocorrer um rápido desfecho, mas o bloqueio naval da Marinha ao porto de Santos impediu que simpatizantes de outros estados se integrassem aos soldados paulistas e mato-grossenses.

O civismo por princípios e valores democráticos e republicanos que tomou conta de todo o Estado de São Paulo foi intenso em São José dos Campos, onde a perda de seu filho Euclides Bueno Miragaia repercutia muito, e nas demais cidades do Vale do Paraíba. Uma Comissão de Alistamento Militar para a formação do Batalhão de Voluntários de São José, composta por Everardo Miranda Passos, Paulo Lebrão, Jorge Barbosa Moreira e Dr. João Auricchio, se reuniu na sede da Associação Esportiva São José, em 16 de julho, e recrutou 112 voluntários. As mulheres também tiveram participação ativa na confecção de fardas, no atendimento de feridos na Santa Casa e na preparação de alimentos para o front de batalha. Os soldados constitucionalistas joseenses e valeparaibanos foram valorosos na defesa do túnel em Cruzeiro, onde em 2 de outubro de 1932 os paulistas assinaram a rendição e entregaram suas armas.

A comemoração da vitória política com a promulgação da Constituição de 1934 durou pouco. Em 1937, depois de enfrentar mais dois levantes (comunista e integralista), Getúlio Vargas acabou implantando a ditadura do “Estado Novo” dentro de um cenário internacional em que o totalitarismo, através do fascismo na Itália e o nazismo na Alemanha, inspirava o populismo autoritário nos países latino-americanos. Mas São Paulo continuou resistindo e luta contra as ditaduras e pela república democrática.

O Clube de Joseenses e Amigos comemora nossas datas cívicas

O Clube de Joseenses e Amigos, fundado há 19 anos e declarado de Utilidade Pública pela Lei Municipal nº 6124/02, com sua sede à rua Vilaça nº 143, centro, tem por objetivos principais resgatar, preservar, zelar, cultuar e difundir a história e a memória de São José dos Campos, pesquisando, estudando, defendendo e propagando os fatos históricos, valorizando sua importância cultural e econômica, suas expressões populares, musicais e poéticas, assim como seus protagonistas, além de manter atuação social, política (não partidária) e beneficente junto à sociedade joseense.

O Clube de Joseenses e Amigos está presente no Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Paisagístico e Cultural (COMPHAC) e na Associação do Vicentina Aranha, e participou da preservação e restauração da Capela Nossa Senhora Aparecida (ao lado do Mercado Municipal) hoje transformada em Museu de Arte Sacra; da aquisição pela Prefeitura do antigo Sanatório Vicentina Aranha; da criação da Medalha do Mérito Educacional Professor Everardo Passos pela Câmara Municipal; da instituição do dia 16 de maio como o Dia do Músico Joseense; da promoção das atividades comemorativas do centenário de nascimento de Elmano Ferreira Veloso, prefeito por quatro vezes; da reativação da Academia Joseense de Letras e da preservação do prédio da Faculdade de Direito do Vale do Paraíba.

Por dois anos consecutivos percorreu as ruas do centro da cidade distribuindo panfletos informativos sobre as datas cívicas e a participação dos joseenses em cada uma delas, acompanhado de uma mini banda de Santana do Paraíba entoando os hinos alusivos.

Os joseenses participaram da Independência do Brasil

A Independência do Brasil, a emancipação política do país no início do século XIX ocorreu no dia 7 de setembro de 1822, em que deu-se o chamado “Grito do Ipiranga”, às margens do riacho Ipiranga em S. Paulo. E os joseenses participaram da Independência do Brasil.

Em agosto de 1821 começaram a se realizar na vila joseense várias reuniões secretas na casa de Venâncio José Leme, segundo o Álbum de S. José dos Campos de João Netto Caldeira de 1934. Ofício da Câmara de São José enviado ao Príncipe D. Pedro relatou que naquelas reuniões eram lidos artigos do Cônego Sampaio e de Gonçalves Ledo do jornal “O Reverbero”.

A 10 de Setembro de 1822 a Câmara reuniu-se e festejou a data com a iluminação de todas as casas, por meio de archotes, “também sendo engalanado o paço municipal”. O presidente da Província, Francisco Antonio de Barros, permitiu que se disparassem os arcabuses.

Realizando-se a 1º de dezembro de 1822 a sagração de S. Majestade o Imperador, a vila de São José foi representada neste ato por Venâncio José Leme, José Vicente Ferreira e Ignácio Ricardo de Brito.

Em sessão de 14/02/1824, a Câmara delegou poderes aos srs. Ten General Manoel Martins do Couto Reys, Desembargador Antonio Rodrigues Velloso de Oliveira e João Maria d’Azevedo Chichorro para, em nome da vila de São José do Parahyba, jurarem a Constituição na Côrte Imperial.

Cumprida a missão, a municipalidade convocou o povo para sessão solene, realizada a 12/04/1824, na qual foi jurada a Carta Magna do Império do Brasil. A ata respectiva foi subscrita por 277 joseenses.

Joseenses na abolição dos negros e na Proclamação da República

São José participou ativamente da luta pela abolição da escravidão. Alguns fazendeiros daqui, como o Dr. José Pedro de Paiva Baracho, anteciparam-se à Lei Áurea, de 13 de maio de 1888, e, incondicionalmente, libertaram seus escravos. Um dos maiores abolicionistas joseenses foi o professor Sebastião Hummel (foto), que pregava publicamente o fim da escravidão. E não foi diferente na luta pela Proclamação da República em 15 de Novembro de 1989. Os primeiros rumores acerca da mudança de regime chegaram a São José em fins de 1888, conforme registra o jornalista Luís Augusto Ferreira em “História de São José dos Campos, desde a sua fundação até a Proclamação da República”, publicado no álbum da cidade do jornalista Edward Simões em 1951.

Sebastião Hummel, o primeiro professor primário da cidade durante 30 anos, colocou-se também à frente do movimento pela Proclamação da República. A comunicação oficial ao povo joseense só se deu na sessão de constituição do governo provisório da qual participaram os vereadores Francisco Alves Fagundes, João Augusto Gonçalves de Freitas, José Bruno de Alvarenga, Theotonio de Oliveira Miragaia e Francisco Luiz de Andrade e Almada. Diz a ata escrita pelo secretário Bento Ermigdio de Salles: “Aos 17 dias do mês de Novembro de 1889 no Paço da Câmara Municipal da cidade de São José dos Campos onde se achavam reunidos os membros do Partido Republicano, procedeu-se a eleição do governo provisório sendo aclamados os seguintes cidadãos: Para Presidente Francisco Alves Fagundes; vice-presidente Antônio Domingues de Vasconcellos e secretário Alfredo Augusto de Oliveira.” A Bandeira do Brasil foi adotada pelo Decreto-lei nº 4, de 19 de Novembro de 1889, o Dia da Bandeira.

Sobre Sebastião Hummel, que adotava os princípios positivistas de Augusto Conte, escreveu o advogado e poeta Hélio Pinto Ferreira: “Quer como cidadão exemplar, quer como professor primário, idealista da República e da Democracia, Sebastião Humel soube se conduzir com a firmeza dos fortes e a coragem dos heróis numa época sombria de nossa História, quando surgiu vitorioso o movimento republicano.”
02 de setembro de 2017

Luiz Paulo Costa – Jornalista

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