O Dito da Nhana

O mais antigo botequeiro de São José dos Campos até pouco tempo atrás em atividade é Norival Machado, o “seo” Varzinho, do Bar Santa Luzia, na Avenida 23 de Maio, esquina com a rua Serafim Dias Machado, na Vila Maria. Lá a gente se serve principalmente de conversa de botequim, como Noel Rosa descreveu em seu inspirado samba.

Dele ouvi uma história dos velhos tempos. O Dito da Nhana, uma figura popular que existiu em São José, estava em Paraibuna onde encontrou o agente funerário Zé Pinotti, que ali foi levar uma urna mortuária. Pegou uma carona com ele e subiu atrás do carro fúnebre. Lá encontrou um caixão de defunto e deitou-se para descansar um pouco, fechando a tampa para ficar no escuro. Cochilou e acabou dormindo.

Zé Pinotti foi pegando joseenses pelo caminho de volta, que acabaram enchendo o carro fúnebre. Quando chegou em São José e estacionou o carro na funerária da travessa João Dias, o solavanco da brecada fez acordar o Dito da Nhana, que abriu o caixão e levantou-se esfregando os olhos e bocejando. Quando os demais caronas viram aquela cena, saíram correndo e gritando do carro fúnebre pensando que um defunto tinha ressuscitado.

E o Dito da Nhana desceu calmamente e foi para casa como se nada tivesse acontecido, agradecendo a carona do agente funerário Zé Pinotti.
Luiz Paulo Costa – Jornalista

Traga sua história para ser contada!
Digitalização de fotos, vídeos, áudio, documentos, recortes de jornais, gravação de depoimentos, cartas, etc.
Mídias Sociais: sjcantigamente
WhatsApp: (12) 99222-2255
e-mail: sjcantigamente@gmail.com

Comente se há informações extras, escreva suas recordações ou mesmo o que achou desta publicação. Agradeço por sua participação!