Pensões Sanatoriais

4 ESTABELECIMENTOS DO TIPO PENSÃO

As pensões constituíam-se no primeiro tipo de abrigo utilizado pelos tuberculosos eram originalmente residências unifamiliares que acomodavam, de maneira rudimentar os doentes que chegavam à cidade em busca da cura, antecedendo a constituição dos sanatórios.

A existência das pensões se deve a grande população tisica que começou a se dirigir para São José dos Campos. A imagem de cidade de bons ares é de origem imprecisa, registrando-se no entanto, a sua procura por razões terapêuticas em fins do século XIX.

Para compreender sua importância deve-se observar o longo período e o papel desempenhado pelas pensões como o tipo de abrigo largamente utilizado, se consideramos que só em 1924, se inaugura o primeiro sanatório, o Vicentina Aranha, com duzentos e cinquenta leitos iniciais e, principalmente que a interação neste hospital não era acessível a todos os doentes.

O número de doentes crescia cada dia em função dos médicos que instalavam seus consultórios particulares no centro da cidade principalmente a partir da década de 30. Muitos deles também infectados migraram para São José dos Campos em busca de cura e de trabalho como os poucos hotéis que haviam, evitavam hospedes tuberculosos, coube também às casas de famílias acolher os doentes, atendendo a grande demanda provocada pela migração tisica como se poderia denominar. Resolviam-se, por outro lado as dificuldades financeiras das famílias moradoras de uma cidade pobre e sem atividades urbanas de expressão econômica. Essas casas se transformaram em pensões e muitas constituíam-se mais tarde formalmente, em empresas.

Portanto, era nas pensões, situadas no centro da cidade e ao longo da Avenida João Guilherme que ficava o grande contingente de tuberculosos. As pensões são importantes do ponto de vista social e histórico para a memória urbana pois, além de antecederemos sanatórios, elas integraram, de maneira informal, a estrutura urbana da cidade sanatório que foi São José dos Campos, na primeira metade deste século.

No período de 1935 a 1962 viveu-se a Era dos Prefeitos Engenheiros Sanitaristas. Os prefeitos eram nomeados pelo Governo e tal imposição política se justificava pelos aspectos técnicos que demandavam o controle e a adequação da infraestrutura de uma cidade que tinha, como principal função, sediar os estabelecimentos dedicados ao tratamento de uma doença contagiosa. Denota a importância política da cidade sanatório, no âmbito da saúde pública do Estado e, dessa forma, por extensão, do país, uma vez que a polarização dos doentes, em busca da cura, não se restringia aos limites paulistas, recebendo pessoas das mais distantes localidades.

A localização das pensões era determinada, por um lado, pelos sanatórios e consultórios, que ofereciam tratamento médico e, por outro, pelos estabelecimentos de apoio, que ofereciam serviços comunitários de profilaxia. Essas edificações, que atendiam aos tuberculosos dispersos pela cidade, funcionavam guardadas as devidas proporções, como um sistema pavilhonar, mesmo sem uma intenção definida de antemão. A cidade consistia, sob este ponto de vista, num complexo dedicado ao tratamento da tuberculose, combinando atividades públicas e privadas, permeadas pela filantropia e caridade religiosa.

A Pensão para Moças, de propriedade de Dulce Rodrigues dos Santos, era um prédio residencial que fora transformado em pensão, com características normatizadas pelo código de edificações da época tendo, inclusive, espaçosos alpendres nas suas laterais com função de galerias de cura.

Pensão Rosenberg – fundada pelo médico Dr. Emmanuel Rosenberg. Estava localizada à rua Dr. João Guilhermino número 70. O prédio era um palacete e os pensionistas pertenciam à alta de São Paulo.

Pensão São José – antiga pensão Santa Terezinha palacete, situado à rua Floriano Peixoto, número 1. Continha 10 quartos. Seu proprietário era o Sr. José Gugliano. Ao redor dessa pensão havia eucaliptos e outras árvores balsâmicas. A água era obtida através de bomba à eletricidade.

Pensão São Geraldo – Localizada à rua Vilaça, no 54. Continha 33 quartos e seu proprietário era o Sr. Guerino Mezzanotte.

Pensão Familiar – iniciada em 1929, tinha como proprietário o Sr Ramon Ovalle. Estava localizada também na rua Vilaça, número 65, 67.

Pensão Carioca – O Sr. Frediano Bianchi veio para São José dos Campos em 1928 onde fundou em 1930 essa pensão localizada à Avenida 24 de Outubro número 16 e 18. Sua capacidade era de 15 pessoas.

Todas essas pensões obedeciam rigorosamente às determinações do serviço sanitário. Havia galeria de repouso, salas de descanso, alimentação abundante e sadia.

Pensão Menotti – de propriedade do Sr. Menotti, o qual tinha3 filhos tuberculosos.

Texto extraído do livro Arquitetura Sanatorial de Tania Bittencourt, 1998.

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