Quem foi Siqueira Campos?

O tenente Antônio Siqueira Campos, foi um dos líderes do tenentismo, movimento que levou Getúlio Vargas ao poder, quebrando a estrutura da Política do Café-com-leite. Exerceu importante papel na tomada do Forte de Copacabana em 1922, sendo um dos únicos sobreviventes dos 18 do Forte. Foi ele quem liderou o levante de São Borja em 1924 e a invasão à cidade de Paracatu, em 1927. Morreu em 9 de maio de 1930, em desastre de avião no Uruguai.

A antiga Rua Visconde do Rio Branco foi em 1897, denominada de Rua 28 de Setembro, data de sanção da Lei do Ventre Livre. Pela resolução nº 1 de 1913, a Rua 28 de Setembro passou a chamar-se Rua do Mercado. Embora não tenhamos fontes documentais sabemos que esta via, durante o início do século XX, era dividida em dois trechos com duas denominações: o primeiro chamado Rua do Mercado ia da Praça Bento Bueno até a Francisco Rafael. O segundo, chamado Rua do Matadouro ia da Francisco Rafael até o Córrego Lavapés (atual Avenida Senador Teotônio Vilela). Em outubro de 1930, estes trechos receberam o nome de Rua Siqueira Campos.

Tradicional rua de comércio na cidade, local onde se instalou a Colônia Sírio Libanesa na cidade: Casa Confiança, Casa São Jorge, Casa Líbano, Casa Fiel, entre outras, foram importantes estabelecimentos comerciais desta rua. As duas ruas, que formaram a Siqueira Campos, embora uma sendo o prolongamento da outra, tinham funções diferentes, que muitas vezes entravam em conflito. A Rua do Matadouro era assim chamada por ser o caminho que o gado fazia até chegar ao Matadouro Municipal, existente no final da mesma, onde hoje está instalada a Escola Suely Antunes de Mello. Isto gerava grandes transtornos para o comércio local, que ficava de sobreaviso, pois tinham que cerrar suas portas, para que o gado não invadisse os estabelecimentos. Isto acabou gerando uma lei municipal, proibindo o tráfego de bovinos nas ruas da cidade, fato este relatado em outro poema de Cassiano Ricardo:

(…)Cada enterro parece uma festa
E cada procissão lembra um rio de gente…
Não há iluminação, há muitas luas.
E os bois passeiam pelas ruas, fundadores.

Até que um dia o legislador das posturas municipais se impacienta.
E manda proibir os bois de passearem nas ruas.
Como se a origem da cidadezinha branca não fosse um curral.

E como se o Menino Jesus não houvesse nascido entre bois
Quem sabe se o legislador das posturas municipais

Pensa que o Menino Jesus nasceu entre rosas?

Se pensa, é por inocência.(…)
Cidadezinha do Interior

Cassiano Ricardo

Fonte: Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR).

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Wagner Ribeiro – São José dos Campos Antigamente