E em mais uma ocasião mergulharemos na história de nosso astrônomo Remo Cesaroni, sabendo mais sobre o mesmo e contemplando imagens inéditas. O texto foi extraído provavelmente no jornal Valeparaibano dos anos 80 e as fotos são de meu acervo particular.
Muita gente talvez “criança grande” de hoje lembra-se ainda de Remo Cesaroni. Alguns estudantes apenas sabem que ele possuía na Vila Ema, o Observatório “Galileu Galilei”, hoje integrado ao patrimônio público, através da Fundação Cultural. Absolutamente. Na Itália, Remo fora cantor e ator de cinema. Aqui ele nunca se cansou de participar ativamente da vida comunitária. Era um homem muito alegre, bem vivido e sua conduta humanitária mais ou menos parecida com o do nosso saudoso Hélio Augusto: totalmente devotada e voltada para as crianças.
Abaixo, Remo em ações filantrópicas no Natal pelo município.
No Natal, ele vestia-se de Papai Noel, distribuía todos os anos brinquedos às crianças pobres. Na Linha Velha, no Banhado, menores aguardavam ansiosamente todos os natais. Remo era a bondade em pessoa.
Às suas expensas realizava no Ano Novo, um espetáculo visual na orla do Banhado. Eram fogos de artifícios que embelezavam os céus joseenses. No carnaval era o jovial Rei Momo, ou fantasiava de Nero, César ou outros conhecidos imperadores da Roma antiga.
Seu trenó improvisado, per corria todas as vilas pobres, onde ele distribuía presentes aos pequeninos. Para um comendador, este gesto era raro naquele tempo.
Anos a fio ele não se esquecia das crianças ou… dos adultos.
Casado com d. Júlia, esta o auxiliava no empacotar todos os presentes. Proprietário do Hotel “San Remo” lucro para ele era o sorriso e a alegria da infância desnutrida e abandonada.
O inesquecível professor Domingos de Macedo Custódio estava escrevendo uma obra (inacabada) sobre a vida dinâmica, benfazeja de Remo Cesaroni. Os fogos de artifícios tão saudosos, jamais foram queimados após a morte de Remo. O Banhado nos finais de ano ficou escuro (embora as luzes da Eletropaulo lá embaixo o aclarasse), pois, aquela festa colorida e pirotécnica, e pura nunca mais se realizou…
Falecido há alguns anos, inteiramente esquecido por alguns amigos, muitas são aquelas “crianças” que hoje se recordam daquele homem bom e misericordioso.
São José dos Campos perdeu um italiano que pensava alto, mercê de suas atividades lucrativas, mas as crianças ficaram após a morte dele num regime de orfandade sem igual. O lucro de Remo era, contudo, repartido com grande parcela de seus assistidos. Ele tinha horror a quem o chamasse de “missionário” ou outra coisa.
Ele se dizia “um empresário bem sucedido” que amava como cristão, as criancinhas e nada mais…
Abaixo Remo em solenidade em frente ao Colégio Estadual João Cursino, atual Museu Municipal. Com as presenças do prefeito Elmano Ferreira Veloso e o repórter Álvaro Gonçalves.
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Wagner Ribeiro – São José dos Campos Antigamente