Velórios

Edmundo “Zebu” Maldos, inspetor de alunos do Colégio Coronel João Cursino, aposentado, conta que no auge da época de estância climática a agenda social da cidade mais que possa parecer humor negro era o comparecimento aos velórios. Sempre tinha velório para ir. As mortes eram muitas. E até havia uma certa competição entre os velórios. Os jovens sem ter aonde ir – compareciam aos velórios para conhecer pessoas, iniciar um namoro, participar dos comes e bebes, ouvir e contar novas piadas. Em alguns velórios acontecia de o próprio caixão com o falecido ser deixado de lado e os presentes iniciarem uma cantoria ou mesmo um arrasta-pé.

O hábito faz o monge. Zebu, muito tempo depois, quando do velório do delegado e seu amigo Rubens Calazans Camargo, que se realizava na antiga sede do Esporte Clube São José, na rua 15 de novembro, ficou atrás de uma cortina escura, sem ser visto por quem entrava ao velório. E quando a pessoa ia atravessar a cortina, ambiente escuro, sem enxergar, ouvia a sua voz rouca, cavernosa: “Cuidado com o degrau!” E muita gente quase levou tombo de verdade com esta brincadeira!
O apelido de “Zebu”, Edmundo Ferreira Maldos ganhou num parque de diversões na cidade. Existia nele um equipamento que media a força do participante pela martelada que ele dava para que alçasse um peso até bater numa esfera de metal, que ficava a uns dez metros do chão. Quem conseguia fazer com que o peso impulsionado pela martelada batesse na esfera de metal produzindo um som, ganhava o prêmio. Não é que o jovem Edmundo tornou-se um campeão neste exercício. Daí o responsável pelo parque de diversões ter chegado próximo e falado: “Poxa, você parece um zebu com tanta força assim!”. E pegou! Passou a ser chamado por seus amigos por “Zebu”.Da turma que restou daquela época, acredito que Edmundo “Zebú” Maldos seja o último sobrevivente e vale a pena conversar com ele sobre as peripécias dos jovens joseenses da época.
Luiz Paulo Costa – Jornalista

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